segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alguém aí quer ser campeão brasileiro?

 Quem vai levantar esta taça no final do campeonato?

A história do ano passado está se repetindo. Chegamos na reta final do Brasileirão 2010 e parece que "ninguém quer ser campeão". Vemos os líderes perdendo pontos e a tabela cada vez mais embolada. Pra se ter uma ideia, o Ceará, que parecia brigar só pra não cair, está a 6 pontos da zona da Libertadores. Quem apostaria neles? Difícil, assim como prever quem será o campeão. É claro que o calendário apertado e as muitas lesões em todos os times têm grande parcela de culpa no desempenho inconsistente das equipes, mas não vamos nos aprofundar nesse assunto.

Algumas rodadas atrás, quem jogava bem e com pinta de campeão era o Corinthians. Porém, veio a crise e muitos jogos sem vitórias. Mesmo assim, depois de só uma vitória, já estão a apenas 1 pontinho da liderança. O Fluminense mais uma vez está em primeiro, mas o time de Muricy Ramalho não é mesmo faz tempo, não mostrou mais aquele futebol do primeiro turno.

O Cruzeiro é quem vinha com um leve favoritismo, mas perdeu a chance de se distanciar na liderança e agora já tem duas derrotas seguidas. A mesma coisa com o Santos, que conseguiu perder em casa para o lanterna Grêmio Prudente. Apostar no Internacional é difícil, pois a prioridade do Colorado é vencer o mundial. Já o Grêmio, que vem de uma incrível recuperação no segundo turno, é o candidato a surpresa da reta final. Pegando os resultados dos últimos seis jogos de cada time, temos o tricolor gaúcho com a melhor forma recente, tendo conquistado 14 dos últimos 18 pontos disputados.

Veja os resultados recentes dos 20 times, ordenados pela posição na tabela após a 31ª rodada:

Fluminense - V(1x0) E(1x1) D(0x3) D(0x1) E(0x0) E(2x2) - 6 pontos
Cruzeiro - V(3x0) E(0x0) V(1x0) V(1x0) D(1x2) D(3x4) - 10 pontos
Corinthians - E(2x2) D(1x2) D(3x4) D(0x2) E(0x0) V(1x0) - 5 pontos
Santos - E(1x1) V(3x0) V(2x0) V(1x0) D(3x4) D(2x3) - 10 pontos
Internacional - V(3x0) D(0x1) V(1x0) D(0x1) D(0x3) E(2x2) - 7 pontos
Botafogo - E(1x1) E(1x1) E(1x1) E(0x0) E(0x0) V(1x0) - 8 pontos
Atlético-PR - V(1x0) E(0x0) E(0x0) D(0x2) V(2x1) E(2x2) - 9 pontos
Grêmio - V(4x2) V(3x0) V(4X0) E(3x3) V(2x1) E(2x2) - 14 pontos
São Paulo - D(2x4) E(0x0) V(2x0) V(3x2) V(4x3) D(0x2) - 11 pontos
Palmeiras - V(2x0) E(1x1) V(4x1) E(0x0) E(1x1) D(0x1) - 9 pontos
Ceará - E(0x0) E(2x2) V(1x0) V(2x0) E(1x1) V(2x0) - 12 pontos
Vasco - V(3x2) E(0x0) E(3x3) V(2x0) D(0x2) E(1x1) - 9 pontos
Flamengo - E(1x1) E(1x1) V(2x0) E(2x2) V(3x0) E(1x1) - 10 pontos
Atlético-GO - D(0x3) D(2x3) D(0x2) V(4x3) V(2x0) V(1x0) - 9 pontos
Guarani - D(2x4) D(0x3) E(1x1) D(0x2) E(0x0) D(0x1) - 2 pontos
Atlético-MG - E(0x0) V(3x2) V(2x1) D(0x1) V(2x0) V(4x3) - 13 pontos
Vitória - D(0x1) D(0x3) D(0x2) D(0x1) V(2x0) D(0x1) - 3 pontos
Goiás - E(1x1) D(2x3) D(0x1) V(1x0) D(1x2) V(1x0) - 7 pontos
Avaí - D(0x1) E(0x0) D(1x4) E(2x2) D(0x2) D(0x1) - 2 pontos
Prudente - V(4x2) E(1x1) D(0x4) D(2x3) D(0x2) V(3x2) - 7 pontos

Fazendo uma "classificação dos últimos seis jogos", temos:

1º Grêmio - 14 pontos
2º Atlético-MG - 13 pontos
3º Ceará - 12 pontos
4º São Paulo - 11 pontos
5º Cruzeiro, Santos e Flamengo - 10 pontos
8º Atlético-PR, Palmeiras, Vasco e Atlético-GO - 9 pontos
12º Botafogo - 8 pontos
13º Internacional, Goiás e Prudente - 7 pontos
16º Fluminense - 6 pontos
17º Corinthians - 5 pontos
18º Vitória - 3 pontos
19º Guarani, Avaí - 2 pontos

Vale destacar também a recuperação de alguns times brigando pra não cair, como o Altético-MG, que tem feito milagres com Dorival Júnior; o Ceará, que não perde a seis jogos e até o Atlético-GO, que há pouco tempo era o maior favorito a terminar o campeonato segurando a lanterna.

De volta à parte de cima da tabela, ainda temos times correndo por fora. O Botafogo finalmente acabou com sua sequência de empates e continua na briga pela Libertadores. O Atlético-PR perdeu um pouco o fôlego com a saída de Carpegiani, mas está bem vivo. O São Paulo parecia um forte candidato até perder pro Ceará na última rodada. E o Palmeiras mostra que vai apostar suas fichas é na Sul-Americana.

Se o desempenho dos times não é dos melhores, pelo menos a emoção é garantida até o final. Com sete jogos e 21 pontos para serem disputados, dá pra dizer que até o 8º colocado (Grêmio) tem chance de ser campeão. Será que a história do ano passado se repete e no final aparece um campeão surpresa?

domingo, 24 de outubro de 2010

O líbero está voltando ao futebol?

O texto a seguir é uma tradução de um artigo do excelente site ZonalMarking.net. Quaisquer comentários ou notas sobre o texto estarão em itálico.

Jonathan Wilson escreveu recentemente em sua excelente série "The Question" sobre a possibilidade do retorno do líbero ao futebol. O líbero é uma posição que teve êxito como o "jogador da sobra" numa defesa de três zagueiros contra dois atacantes. Hoje temos defesas de dois zagueiros contra um atacante; deveria um desses zagueiros ser o líbero?

A ideia é música para os ouvidos de quem tem boas lembranças da Euro 96. O melhor jogador do torneio foi Matthias Sammer, líbero do 3-4-1-2 usado pela campeã Alemanha. Além de ser o jogador mais importante da defesa, dando segurança atrás dos dois volantes, ele também tinha permissão para subir ao ataque e acabou marcando (com bola rolando) em mais de uma ocasião.

Matthias Sammer, um líbero clássico

Talvez o sucesso alemão na Euro 96 foi o que causou a obsessão com defesas de três zagueiros na Inglaterra em meados e no final dos anos 90. Porém, hoje isso é coisa do passado na maior parte da Europa e certamente também é na Premier League. Em contraste com o Brasil, onde muitas equipes jogam com três zagueiros.

Então, contra um único atacante, um dos zagueiros tem, em teoria, liberdade pra atacar. Foi assim com o Arsenal na última temporada, onde William Gallas e Thomas Vermaelen frequentemente subiam ao ataque. Foi demonstrado também na partida de ida das quartas-de-final da UCL entre Bayern Munique e Manchester United, onde o zagueiro Martin Demichelis subia até o meio-campo. Quando Sir Alex Ferguson colocou Berbatov na partida, alguns acreditaram que foi principalmente para forçar o argentino de volta à sua posição de origem.

Mas a verdade é que é suicídio deixar sua defesa com apenas um zagueiro (veja o erro de Vermaelen na derrota do Arsenal para o Manchester United no início do ano), particularmente se o atacante adversário é mais rápido e consegue se mover pelas laterais antes de deixar pra trás o marcador. Considerando o quanto as formações com um atacante são populares hoje, ainda é muito raro ver um zagueiro deixando sua posição pra subir ao ataque - é simplesmente arriscado demais.

O mais provável é que o equivalente ao líbero nos próximos anos seja um volante recuando para a linha de trás, com os zagueiros abrindo pelos lados - ao invés de um zagueiro avançando para o meio-campo. Já nos referimos a esse jogador como "centromédio" [centre-half em inglês] (veja Carsten Ramelow no Bayer Leverkusen, por exemplo), tamanha é a semelhança com a função do centromédio "original", que se movia permanentemente do centro do meio-campo para o centro da defesa.

As vantagens? A área ocupada pelos jogadores aumenta nas laterais do campo, o que facilita a manutenção da posse de bola e dificulta a marcação dos espaços para o adversário. Também é criada uma situação difícil para o adversário em relação à escolha dos jogadores.

Existem dois interessantes exemplos modernos em ação - e, não por coincidência, eles envolvem o melhor time do mundo e (possivelmente) a melhor seleção do mundo.

Nas últimas duas temporadas, o Barcelona jogou em um sistema onde o meio-campista mais recuado (Yaya Toure ou Sergio Busquets) voltava para o centro da defesa, enquanto os zagueiros, Gerard Pique e Carles Puyol, ficavam abertos bem perto das laterais enquanto o Barcelona tinha a posse de bola. Isso permitia aos laterais, Daniel Alves e Eric Abidal/Maxwell, apoiarem o ataque sem medo de deixar a defesa exposta.

De forma parecida, no Brasil de Dunga, Gilberto Silva recuava para a defesa (para a direita ou no meio dos dois zagueiros), permitindo que Maicon e Michel Bastos subissem ao ataque.

O diagrama abaixo mostra como uma mudança de quatro para três zagueiros pode encurralar o adversário. O problema de ter laterais ofensivos é que eles nunca estão totalmente livres pra atacar, por terem que se preocupar também com a defesa, especialmente com a tendência dos times usarem seus jogadores mais criativos como wingers. Com a segurança de uma defesa com três zagueiros, eles podem ir ao campo de ataque sem deixar um buraco às costas.

Como uma defesa de quatro jogadores evolui e passa a ter três zagueiros


Uma parte essencial dessa mudança de posições no time amarelo é a movimentação dos jogadores abertos pelas pontas. Ao invés de continuarem abertos (o que atrapalharia o apoio dos laterais), eles centralizam e formam quase um trio de atacantes convencional. Isso acaba reduzindo a área de defesa do time branco, já que os seus marcadores naturais (os laterais) vão segui-los até o centro.

Consequentemente, um espaço é aberto nos flancos, o que os laterais podem explorar. Isso causa um problema para a equipe branca: seus meio-campistas que jogam abertos precisam marcar os laterais adversários, o que faz com que eles recuem praticamente até a linha de defesa, formando algo parecido com uma linha de seis defensores.

Além disso, a forma evoluída da formação acima facilita para o time amarelo manter a posse de bola - os três zagueiros e o volante não devem ter dificuldades em marcar os dois atacantes do time branco.

Logo, podemos resumir as vantagens:

a) Dá liberdade aos laterais pra apoiar o ataque, sabendo que sua defesa está protegida;

b) Facilita o controle da posse de bola na defesa;

c) Aumenta a área ocupada no campo de ataque;

d) Se o adversário tem jogadores criativos nas pontas, os zagueiros estarão de prontidão pra marcá-los;

e) O resultado final é um sistema com três atacantes na área, uma clara ameaça de gol;

f) O adversário vai ficar confuso quanto a quem marcar nas pontas.

Então, na teoria, este sistema deve funcionar muito bem contra dois atacantes, embora pode haver problemas similares ao que um sistema de três zagueiros enfrenta contra um ou três atacantes. Mas a diferença é que um sistema tradicional com três zagueiros é completamente diferente de um sistema tradicional com quatro zagueiros, o que necessita uma forma diferente de defender e provavelmente também uma escolha diferente de jogadores. Essas mudanças na formação, como as do Brasil e do Barcelona mostradas aqui, são mais flexíveis e acontecem com os jogos em andamento, ao invés do time ser previamente escalado dessa forma. O sistema não precisa mudar quando enfrenta esquemas de um ou três atacantes e ainda tem a liberdade para mudar para uma defesa de três zagueiros quando for necessário ou continuar com quatro defensores se for mais apropriado.

Então, quais as qualidades esse líbero moderno, ou centromédio moderno, precisa ter? Ele precisa ter uma boa leitura do jogo, um excelente passe (especialmente a longas distâncias), um bom desarme e competência no jogo aéreo, para não levar desvatagem contra atacantes altos. Em outras palavras, é exatamente o antigo líbero, e não é coincidência que os mais famosos exemplos da posição - Matthias Sammer, Lothar Matthaus, Ruud Gullit - eram meias centrais no início da carreira.

Talvez o exemplo mais convincente da iminente reintrodução do líbero é que os principais clubes ingleses já têm jogadores com as características acima. O Arsenal tem Alex Song, o Manchester United tem Michael Carrick, o Chelsea tem Jon Obi Mikel, o Manchester City tem Gareth Barry e Vincent Kompany e o Tottenham tem Tom Huddlestone - nenhum deles teria problemas em recuar para permitir que os laterais subam ao ataque.

Alex Song, um futuro centromédio?

É claro que certos tipos de jogadores em outras posições também são necessários. Os zagueiros precisam ser habilidosos, os laterais precisam ter velocidade e resistência e os meias que jogam abertos precisam saber jogar também pelo centro. Nem todos os grandes clubes têm jogadores assim, mas a tendência é que o futebol caminhe por esse lado.

Se o Brasil vencer a Copa do Mundo com esse sistema, logo ele estará cada vez mais presente no futebol europeu nos próximos anos. O Brasil não venceu a Copa, mas o Barcelona já usou Sergio Busquets como uma espécie de líbero. Aos poucos, veremos se essa teoria se confirma ou não.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

São Paulo 4x3 Santos: Um jogo como nos anos 50

Uma partida incrível, cheia de gols, com dois times ofensivos, falhas defensivas, jogador expulso e gol decisivo aos 48 do segundo tempo. Emoção é o que não faltou na partida entre São Paulo e Santos disputada no Morumbi.

O São Paulo no 4-2-3-1 e o Santos no 4-2-2-2

Com a ausência de Casemiro e o retorno de Dagoberto, Paulo César Carpegiani foi ousado e escalou um time ofensivo, com quatro jogadores de ataque. Na falta de um armador, Dagoberto foi quem assumiu o papel mais parecido com um, como um atacante recuado. Lucas jogou aberto pela direita, Fernandinho pela esquerda e Ricardo Oliveira pelo centro. Mas foi o camisa 25 quem mais se destacou.

Recentemente ele foi muito criticado pela torcida, foi pra reserva e quase foi vendido para o Metalist da Ucrânia. Porém, Carpegiani, que já o conhecia dos tempos de Atlético-PR, conseguiu resgatar seu melhor futebol e trouxe Dagoberto de volta ao time titular. Destaque na partida, marcou dois gols e só não fez o terceiro porque Pará tocou na bola antes e acabou marcando contra. Saiu de campo muito aplaudido no segundo tempo.

O Santos de Marcelo Martelotte vinha empolgado com vitórias contra os concorrentes diretos Fluminense, Atlético-PR e Internacional. O interessante é que, ao contrário do time do primeiro semestre, agora o Peixe mostrava muita segurança na defesa e um ataque sem tantas alternativas. Sem Ganso, o Santos joga em função de Neymar, e o garoto tem sido decisivo.

Neymar brilhou logo aos 3 minutos de jogo, iniciando a jogada do primeiro gol. Zé Eduardo chutou, Rogério não conseguiu segurar e Alan Patrick completou: 1x0. Três minutos depois, veio o gol de empate: Dagoberto marcou de cabeça ao receber passe de Ricardo Oliveira. Com 1,75m, gol de cabeça não é especialidade de Dagoberto. Mas ele ainda marcou outro aos 16 minutos, após mais uma assistência de Ricardo Oliveira. Dois gols que a defesa santista poderia ter evitado.

Os erros defensivos não pararam por aí: aos 19 minutos, Dagoberto invadiu a área e se preparava pra chutar, quando Pará tentou fazer o desarme e acabou mandando pra dentro do próprio gol. Mas os são paulinos tiveram pouco tempo pra comemorar. Aos 20 minutos, Pará se recuperou, fez grande jogada e cruzou pra Zé Eduardo, livre e sem goleiro, apenas empurrar pras redes e diminuir o placar.

20 minutos jogados e cinco gols no placar. O jogo estava muito aberto. Algumas chances ainda foram criadas, mas o primeiro tempo terminou com 3x2 a favor do time da casa. Na segunda etapa, Carpegiani resolveu arrumar sua defesa e colocou Renato Silva no lugar de Lucas. Renato jogou como lateral direito, enquanto Jean foi para o meio-campo.

O Santos pressionava mais e ficou em vantagem numérica quando Richarlyson foi expulso ao fazer uma falta desnecessariamente violenta em Zé Eduardo, aos 13 minutos. A partir daí, o Santos pressionou ainda mais com a entrada do meia Felipe Anderson no lugar de Roberto Brum e Maranhão no lugar de Pará. Fernandinho havia recuado para recompor a defesa, mas ele logo foi substituído por Diogo, lateral esquerdo de origem e que fez ótima partida, é bom lembrar.

Aos 26 minutos, o Peixe conseguiu um pênalti que Neymar converteu, empatando a partida. Mas o Tricolor mostrou que ainda estava vivo e quase fez o quarto gol logo em seguida: livre na frente do goleiro, Jean chutou pra fora. Jean ainda desperdiçou outra grande chance parecida, onde Rafael fez a defesa e a bola bateu na trave. Porém, o camisa 2 são paulino ainda teve seu momento de herói no dia quando, em sua terceira chance de marcar, não desperdiçou e fez de cabeça o gol da vitória aos 48 do segundo tempo.

Uma vitória e tanto para um São Paulo que, mesmo com um a menos, não desistiu de atacar e ainda criou várias oportunidades. Dagoberto deu a volta por cima e se recuperou do mau momento. Ricardo Oliveira, mesmo não marcando gol, foi decisivo nas assistências.

Foi um jogo um tanto anormal para os padrões atuais, parecia uma partida dos anos 50. Um belo espetáculo, mas preocupante pelo setor defensivo das equipes. Nem tanto para o São Paulo, que veio ciente do risco que correria com um time mais ofensivo que o habitual. Já o Santos não mostrou a segurança defensiva dos últimos jogos e foi castigado no final.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Botafogo 0x0 Palmeiras: Jogo feio e mais um empate

Botafogo e Palmeiras, sonhando se aproximar da zona da Libertadores, se enfrentaram no Engenhão em um jogo feio e pouco inspirado por parte das duas equipes. O resultado foi ruim para um Botafogo que já vem em um momento ruim, cheio de desfalques e com uma incrível sequência de agora sete empates consecutivos. Por outro lado, o Palmeiras vinha de boas partidas, com quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos. Mas pouco fez para merecer a vitória. Com os times do topo da tabela perdendo pontos e o Corinthians em crise, foi uma oportunidade desperdiçada para as duas equipes se aproximarem do tão desejado G3.

Botafogo no 3-5-2 e Palmeiras no 4-2-3-1

Depois de um começo incerto no comando do alviverde, Felipão finalmente definiu seu esquema de jogo no moderno 4-2-3-1. Apesar do sucesso e bom desempenho nos últimos jogos, o Palmeiras que jogou ontem não parecia disposto a vencer. Precavido demais, lento nos contra-ataques, com pouca movimentação e atuação apagada de seus principais jogadores ofensivos - Valdívia e Kléber. Com o esquema certo mas jogando da forma errada, o resultado mais provável era mesmo um empate ou derrota.

O alvinegro de Joel Santana, jogando em casa e com o apoio da (pouca) torcida, lutou contra suas próprias limitações para sair da sofrível sequência de empates. Como sempre, o time jogou com três zagueiros, mas desta vez com dois atacantes, graças ao retorno de Jobson, que fez a dupla de ataque com Loco Abreu. O uruguaio, aliás, teve grandes chances de decidir o jogo, mas acabou perdendo gols incríveis ao desperdiçar um pênalti e furar na cara do goleiro.

Foram 90 minutos de muita luta e pouca técnica. A atuação ruim das estrelas dos times resume bem a qualidade do "espetáculo". 14º empate do Botafogo e 13º do Palmeiras no campeonato. Não perdeu nada quem não assistiu.