quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mudança de endereço / We've moved / URLが変更になりました

O blog completou um ano neste mês de julho. Foi o meu primeiro blog, o início da minha vida de jornalista. E graças a ele uma nova porta se abriu para mim. A partir de agora, o blog vai continuar no endereço abaixo:

http://globoesporte.globo.com/platb/futebol-no-japao/

Muito obrigado a quem acompanhou o blog até aqui. E vamos com tudo na casa nova!

domingo, 17 de julho de 2011

Japão é o campeão mundial de futebol feminino

A capitã, MVP e artilheira do Mundial, Homare Sawa, levanta a taça / Getty Images

O Japão venceu os Estados Unidos nos pênaltis e é o campeão da Copa do Mundo Feminina da Fifa. O real tamanho dessa conquista, só o tempo dirá. Mas a forma como as Nadeshiko se superaram para vencer um time que se mostrou superior na maior parte do jogo teve tantos elementos de drama, emoção e suspense que daria um filme e tanto.

A situação do futebol feminino no Japão é um pouco melhor que a do Brasil, mas as dificuldades ainda são muitas. Lá até já existem times formados e uma liga nacional (a L-League), mas apenas algumas jogadoras têm um contrato profissional - a maioria não recebe nada para jogar. Os treinamentos e jogos são durante a noite; assim, as atletas precisam ter um emprego fixo durante o dia. A entrada é franca para assistir os jogos, mas mesmo assim o público é escasso. Com a tragédia de 11 de março e o consequente racionamento de energia, a preparação da seleção para a Copa do Mundo não foi a ideal; os treinos eram limitados e foi até cogitada a possibilidade de não participar do Mundial da Alemanha.

Passando por cima de tudo isso, as garotas mostraram um futebol digno do 4º lugar que ocupavam no Ranking da Fifa e chegaram até a final de forma convincente, derrubando no meio do caminho potências mundiais como Alemanha e Suécia. Mas ainda havia um último obstáculo para conquistar a maior glória que um país pode conseguir no futebol: os Estados Unidos.

As japonesas nunca tinham derrotado as adversárias da final em toda a história. Em 25 confrontos, eram 22 vitórias dos Estados Unidos e três empates. Duas dessas partidas foram disputadas há apenas dois meses, em amistosos: as americanas venceram nas duas ocasiões por 2x0.

O time que entrou em campo foi o mesmo que venceu a Suécia por 3x1 na semifinal

Foi só a partida começar e os Estados Unidos partiram para o ataque de forma avassaladora. A goleira Ayumi Kaihori já teve que fazer uma difícil defesa com apenas 20 segundos de jogo. Era uma chance atrás da outra, e em pelo menos mais cinco oportunidades - como o chute de Abby Wambach que acertou o travessão - as americanas estiveram muito perto de fazer o primeiro gol. Incrivelmente o placar continuava 0x0.

A sueca Pia Sundhage, técnica da seleção americana, armou seu time de forma a anular a principal característica do Japão: o toque de bola. Aya Miyama sofria marcação cerrada e pouco apareceu. A incansável capitã Homare Sawa teve que se concentrar mais em ajudar a defesa e quase não subia ao ataque. Assim, o Japão teve "apenas" 53% de posse de bola, grande parte desse tempo apenas tocando a bola entre as defensoras, perdendo a bola rapidamente nas tentativas de ataque.

Para o segundo tempo, os Estados Unidos perderam uma de suas principais jogadoras, a atacante Lauren Cheney, que saiu machucada no intervalo. Mas em seu lugar entrou a veloz Alex Morgan, que acertou um chute na trave logo no início. Não demorou até que finalmente saiu o primeiro gol. Em um contra-ataque fulminante, Megan Rapinoe lançou do campo de defesa, Morgan ganhou da zagueira Saki Kumagai na velocidade e chutou cruzado, com força, no canto de Kaihori: 1x0.

As japonesas pareciam estar mais cansadas, por terem que passar tanto tempo defendendo e correndo atrás das adversárias, jogando de uma forma que não estavam acostumadas. Mas o gol de empate veio a 10 minutos do fim. As atacantes Yuki Nagasato e Karina Maruyama haviam entrado para dar uma movimentação maior no ataque e, em uma rara oportunidade, Nagasato cruzou na área para Maruyama, que dividiu com a zagueira; a bola acabou sobrando para Miyama na frente do gol, e ela não desperdiçou: 1x1 e a partida se encaminhou para a prorrogação.

No final do primeiro tempo da prorrogação, veio o balde de água fria: cruzamento pra área e Wambach marcou de cabeça: 2x1. Parecia o final perfeito para as americanas, que viram Wambach marcar também de cabeça, nos últimos minutos da prorrogação, e salvar sua seleção da derrota contra o Brasil nas quartas de final. Mas o segundo tempo reservava mais emoções.

Faltando quatro minutos pra acabar, Sawa desviou uma cobrança de escanteio e deixou tudo igual novamente. Uma reação improvável por tudo que foi a partida, mas o fato é que o placar mostrava 2x2 e a decisão por pênaltis estava próxima. As americanas queriam vencer de qualquer forma no tempo normal, e tiveram uma grande chance quando Morgan recebeu um passe tendo apenas a goleira à sua frente. Azusa Iwashimizu não pensou duas vezes e se atirou no chão, derrubando a americana por trás bem na frente da grande área. Falta muito perigosa e cartão vermelho para a japonesa. Depois da cobrança e uma bola rebatida na frente do gol, as Nadeshiko se salvaram e a decisão do título foi para as penalidades máximas.

A vantagem parecia ser mais uma vez das americanas. Afinal, elas tinham Hope Solo, a melhor goleira do mundo, enquanto Kaihori era o "ponto fraco" do Japão. A arqueira nipônica havia falhado em alguns momentos no Mundial, é verdade. Mas em tantos outros, principalmente nos jogos decisivos, ela foi segura e não cometeu erros. Kaihori não tinha sido brilhante, mas foi genial na disputa de pênaltis. Ela defendeu as cobranças de Shannon Boxx e Tobin Heath e viu Carli Lloyd chutar para fora, enquanto Wambach foi a única a converter. Já Hope Solo defendeu apenas o pênalti de Nagasato, enquanto Miyama, Sakaguchi e Kumagai marcaram.

As americanas foram as melhores durante os 120 minutos, isso é fato. As japonesas, que jogaram no limite de suas forças físicas e buscaram energias para fazer um verdadeiro milagre dentro de campo, não fizeram por merecer uma vitória no tempo regulamentar, mas lutaram bravamente a ponto de não merecerem a derrota. Qualquer que fosse o vencedor na disputa de pênaltis, a taça estaria em boas mãos.

Sawa cansou de receber troféus na cerimônia de premiação. Primeiro o prêmio Fair Play (em quatro dos seis jogos disputados, elas não receberam um único cartão amarelo), depois a Chuteira de Ouro (Sawa foi a artilheira com 5 gols), a Bola de Ouro (prêmio para a melhor jogadora) e, por fim, a taça de campeãs. Foi o dia mais importante da história do futebol feminino japonês, que evoluiu muito nos últimos anos e tem tudo para continuar assim, firmando-se agora entre as melhores seleções do mundo.

sábado, 16 de julho de 2011

Ventforet Kofu vence o Gamba Osaka em partida sensacional

J-League 2011 - 5ª rodada - Ventforet Kofu 4x3 Gamba Osaka
16/07/2011 - Yamanashi Chuo Bank Stadium - Público: 14.126
15' Lee Keun-Ho [0x1]
18' Hirai [0x2]
19' Havenaar [1x2]
30' Uchiyama [2x2]
66' Nakazawa [2x3]
68' Paulinho [3x3]
69' Havenaar [4x3]

Mike Havenaar participou de todos os quatro gols e foi o nome do jogo na incrível vitória do Kofu

Placar em branco em jogo do Gamba Osaka é coisa rara. Tanto a favor quanto contra, saiu gol em todas as partidas que o time disputou na J-League este ano. Logo, não é surpresa que o Gamba tenha o melhor ataque (36 gols), mas também a segunda pior defesa - só o Avispa Fukuoka conseguiu ser pior. Com 31 gols sofridos em 15 partidas, a média é superior a dois gols por jogo.

O Ventforet Kofu começou a temporada como um sério candidato ao rebaixamento, e tem jogado mal o bastante para ficar acima apenas dos dois últimos colocados, Avispa e Montedio. Com um dos piores ataques, uma das piores defesas e um estilo de jogo muitas vezes pragmático, o time vai depender demais dos gols de Mike Havenaar para se salvar. Mas o artilheiro grandalhão tem agora a companhia do brasileiro Paulinho que, recuperado de uma lesão que atrapalhou seu início de temporada, havia sido titular nas duas últimas partidas e marcado em ambas. Hoje ele deixou sua marca mais uma vez. E mais um atacante brasileiro chegou para reforçar a equipe: Davi, ex- Consadole Sapporo e Nagoya Grampus, veio emprestado pelo Umm Salal, do Catar, depois de uma breve passagem pelo Beijing Guoan, da China.

Antes do início da partida, o volante Teruyoshi Ito, de 36 anos, foi homenageado por completar 500 jogos na J-League. Uma marca impressionante para o veterano, que está na liga desde sua criação, em 1993, e chegou ao Kofu este ano depois de defender o Shimizu S-Pulse por 18 temporadas.

 
Paulinho continuou como titular no ataque e Matsuhashi começou na ponta direita pelo Ventforet; 
no Gamba, fica a dúvida de quem vai substituir Usami - por enquanto, Sasaki é quem ganhou a vaga

O Gamba vinha de uma sequência de cinco vitórias e um empate, aproximando-se cada vez mais da liderança com dois jogos a menos. Vencer o Kofu fora de casa não parecia ser mais que obrigação para o time do técnico Akira Nishino. E tudo começou muito bem. Com um passe de dentro do círculo central, Futagawa deixou Lee Keun-Ho na cara do gol - a bola passou entre Daniel e Ichikawa. O goleiro Ogi até fez a defesa num primeiro momento, mas a bola bateu no peito do sul-coreano, que não teve trabalho em empurrar para o fundo das redes e abrir o placar. Três minutos depois, o zagueiro Yamaguchi fez um lançamento do campo de defesa para Sasaki, que dominou na linha lateral, pelo lado direito. Ele cruzou na área e Hirai cabeceou na primeira trave, sem marcação: 2x0.

A vitória parecia encaminhada para o Gamba, mas um minuto depois o Kofu já tinha diminuído: Paulinho cruzou pelo lado esquerdo, Havenaar ganhou do zagueiro no ar e fez de cabeça: 2x1. Dez minutos depois, o zagueiro Daniel arriscou de muito longe e a bola bateu na trave, depois de um leve desvio de Fujigaya. Na sequência, cobrança de escanteio, Havenaar cabeceia e Uchiyama, na pequena área, desvia para o gol: é o empate do Ventforet.

No segundo tempo, o Gamba veio disposto a atacar, enquanto o time da casa só esperava uma oportunidade de contra-ataque. Em um escanteio, Endo quase fez um gol olímpico: a bola já havia passado pelo goleiro, mas um defensor conseguiu tirar de cabeça, em cima da linha. Pouco depois, Endo bate mais um escanteio muito fechado e Nakazawa aparece na segunda trave para fazer de cabeça e colocar o time de Osaka mais uma vez na frente.

Mas foi aí que o Gamba mostrou por que tem uma das piores defesas da liga e tomou a virada em três minutos. Ishihara recebeu um belo passe de calcanhar de Havenaar e foi derrubado por Takei na área. Pênalti que Paulinho cobrou bem e deixou tudo igual mais uma vez. Em seguida, Havenaar tentou de fora da área; o chute foi forte e rasteiro, mas no meio do gol. Deveria ser uma defesa tranquila, mas Fujigaya caiu atrasado e a bola passou por baixo de seu braço.

Nishino mandou seu time pra frente e só aí fez suas três substituições, colocando Kawanishi, Kim Seung-Yong e Yokotani nos lugares de Shimohira, Hirai e Takei. Mas não adiantou, o time da casa se segurou bem e garantiu uma importante vitória. Havenaar foi o melhor em campo e, com os dois gols marcados, foi o primeiro a alcançar Adriano na artilharia da liga, com 9 gols.

Com a vitória, o Ventforet respira e se prepara para uma complicada sequência de três jogos fora de casa: dois pela liga (Urawa e Kobe) e um pela Copa Nabisco (Shimizu). O Gamba mostrou que, com a defesa que tem, ser campeão não é a opção mais realista. Apesar do seu poderio ofensivo, arrumar a defesa é prioridade máxima. Recursos para isso o time tem.

Apesar de esta ser a 5ª rodada, o campeonato já completa 17 disputadas, o que é metade do total. O Kashiwa Reysol liderou 15 das 16 anteriores, mas pode perder o primeiro lugar para o Yokohama Marinos, se este não perder para o Omiya Ardija fora de casa amanhã. Será que finalmente teremos um novo líder ou os esquilos, que ainda não venceram nenhuma em casa, vão surpreender?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O caminho do Japão até a final do Mundial Feminino

Jogadoras comemoram o gol de Miyama (8) na partida de estreia / Foto: AFP

A seleção feminina do Japão, chamada de Nadeshiko (em japonês, refere-se à flor do gênero Dianthus, mais conhecida como cravo; a palavra representa também a mulher ideal japonesa), veio para a Copa do Mundo da Alemanha com boas expectativas. Apesar do retrospecto não ser bom - o Japão participou de todas as edições do Mundial desde 1991, mas somou apenas 3 vitórias, 2 empates e 11 derrotas -, as Nadeshiko foram evoluindo gradativamente até chegarem ao 4º lugar no ranking da Fifa este ano, o que fez do Japão um dos cabeças de chave do torneio.

Com um futebol de posse de bola e muitos passes, semelhante ao tique-taca do Barcelona e da seleção espanhola, as japonesas jogaram bonito, envolveram suas adversárias, fizeram grandes partidas nos momentos cruciais e agora estão em uma inédita final de Mundial. Confira a campanha das nipônicas desde o primeiro jogo:

O Japão num 4-4-2 com variação para 4-1-4-1: Sakaguchi é a volante que fica mais
na contenção, enquanto Sawa tem liberdade para criar; na frente, Ando joga mais
recuada, tendo Nagasato como a referência na área. Esta foi a escalação usada nas
quatro primeiras partidas; na semifinal, Kawasumi entrou no lugar de Nagasato.

Japão 2x1 Nova Zelândia

27/06/2011 - Ruhrstadion, Bochum

Pelo início da partida, parecia que o Japão ia fazer valer o seu favoritismo contra o adversário teoricamente mais fraco do grupo. Logo aos 5 minutos, Shinobu Ohno interceptou a bola no campo de ataque e, com um passe perfeito, deixou Yuki Nagasato na cara do gol; ela tocou por cima da goleira, com categoria, e fez 1x0.

Mas a Nova Zelândia não se deu por vencida. Aos 11 minutos elas empataram explorando a grande fraqueza das japonesas, o jogo aéreo. Ria Percival cruzou pela direita, a goleira Ayumi Kaihori ficou pelo meio do caminho e Amber Hearn, na segunda trave, cabeceou para as redes e deixou tudo igual. Não é novidade que as goleiras têm mais dificuldade no futebol feminino, e a baixa estatura das Nadeshiko é uma desvantagem natural em relação a outras seleções. Kaihori (1,70 m) e a zagueira Saki Kumagai (1,71 m) são as únicas do elenco na casa dos 1,70 m de altura.

O jogo do Japão é o toque de bola. Superiores tecnicamente, as japonesas não deram mais chance às adversárias e dominaram a partida. A volante Mizuho Sakaguchi chegou a acertar um chute na trave depois de um cruzamento da leteral Yukari Kinga. Mas o jogo foi pro intervalo com tudo igual no placar.
No segundo tempo, o Japão continuou melhor, mas com muitas dificuldades em criar chances de gol. Até que Mana Iwabuchi entrou no lugar de Ohno. A habilidosa atacante, de apenas 18 anos, fez a diferença com sua velocidade e seus dribles. O gol da vitória começou com ela, que saiu fazendo fila nas neozelandesas até ser derrubada na meia-lua, na frente da área. Aya Miyama, a especialista em bolas paradas, foi perfeita na cobrança e mandou quase no ângulo, longe do alcance da goleira: 2x1. Iwabuchi ainda quase fez um golaço: ela viu a goleira adiantada e tentou do meio-campo, mas a bola foi forte e passou por cima do gol. Apesar de não ter jogado seu melhor futebol, foi o suficiente para que as Nadeshiko estreassem com vitória na Copa do Mundo.

Japão 4x0 México
01/07/2011 - Bay Arena, Leverkusen

Na segunda partida, as Nadeshiko melhoraram muito e, com exatamente a mesma escalação do jogo de estreia, venceram com tranquilidade o México. Desde o início as japonesas tocaram a bola com facilidade e se impuseram em campo. Não demorou a sair o primeiro gol: aos 12 minutos, Miyama cobrou falta pela esquerda e Homare Sawa apareceu na área para fazer, de cabeça: 1x0. Dois minutos, depois, Nagasato recebeu um lançamento na meia-lua, dominou e deu um passe curto para Ohno, que passou por duas defensoras e chutou forte no alto do gol: 2x0. Perto do final do primeiro tempo, mais uma vez a combinação Miyama-Sawa deu certo. A camisa 8 cobrou escanteio pela esquerda e a capitã se adiantou à marcação, foi à primeira trave e marcou novamente de cabeça: 3x0. Nagasato chegou a fazer o quarto gol, mas foi (mal) anulado pela bandeirinha - apesar da atacante estar na mesma linha ao receber o passe, foi marcado impedimento.

O panorama não mudou no segundo tempo. Aos 10 minutos, o chute de Nagasato acertou a trave depois de um desvio na zagueira. Na sequência, Miyama por pouco não fez um gol olímpico - a bola bateu no travessão. A jovem sensação Iwabuchi entrou e foi dos pés dela que começou a jogada do quarto gol, com um passe para Kinga que, na linha de fundo, cruzou rasteiro para trás; lá estava Sawa, sem marcação, que não desperdiçou a chance e fez seu hat-trick: 4x0. Foi o 78º gol dela pela seleção em 169 partidas. A veterana de 32 anos, que participa de sua quinta Copa do Mundo, é a maior artilheira da seleção japonesa. Ela ultrapassou até a marca do lendário Kunishige Kamamoto, maior artilheiro da seleção masculina, que fez 75 gols em 76 partidas nas décadas de 1960 e 70.

Inglaterra 2x0 Japão
05/07/2011 - Impuls Arena, Ausburgo

O Japão precisava apenas de um empate para garantir o primeiro lugar do grupo. Apesar de terem entrado em campo com a mesma escalação das duas partidas anteriores, as Nadeshiko tiveram uma exibição fraca e foram superadas pelas inglesas, que estavam determinadas em conseguir a vaga como primeiras colocadas. Ellen White abriu o placar no primeiro tempo ao receber entre duas defensoras um lançamento do campo de defesa; ela chutou de primeira e encobriu a adiantada Kaihori. No segundo tempo, Rachel Yankey recebeu um lançamento na área e, apesar de ter adiantado demais a bola para dominar, ela ainda teve tempo de chutar por cima de Kaihori, que saía do gol: 2x0. As inglesas foram melhores e, aproveitando-se de sua superioridade física, anularam todas as tentativas japonesas. Em uma partida apática, o toque de bola das nipônicas não funcionou e, com a derrota, elas tiveram que se contentar com o segundo lugar do grupo.

Quartas de Final - Alemanha 0x1 Japão
09/07/2011 - Volkswagen-Arena, Wolfsburg

Na partida mais importante da história do futebol feminino japonês até então, as Nadeshiko se superaram. E não foram poucas as adversidades. Com o apoio da torcida, as alemãs, atuais bicampeãs do mundo, eram de longe as favoritas a passar para a semifinal. Elas são muito fortes fisicamente, justamente o ponto fraco das japonesas. Apesar de sofrer uma grande pressão o jogo inteiro, o Japão conseguiu se segurar bem, evitou que as adversárias tivessem uma chance clara de gol, teve mais posse de bola (54%) e ainda quase saiu na frente no primeiro tempo quando Nagasato recebeu na cara do gol - ela concluiu mal e mandou pra fora. O 0x0 foi se arrastando até a prorrogação e a pressão alemã só se intensificava. Parecia questão de tempo até sair o gol.

A situação ia se complicando quando Sawa sentiu a virilha ao fazer um desarme e caiu no chão, se contorcendo com uma dor que parecia insuportável. A impressão que deu é que as Nadeshiko teriam que se virar no tempo que faltava e numa possível disputa de pênaltis sem sua jogadora mais experiente. Mas logo depois, talvez no sacrifício, ela estava de volta. Aos 2 minutos do segundo tempo da prorrogação, a capitã foi recompensada por seu esforço de se manter em campo e, num contra-ataque, deixou Karina Maruyama na cara do gol com um passe perfeito; a atacante, que havia entrado no segundo tempo, teve frieza para finalizar por cima da goleira, que caía para fechar o ângulo. Nos minutos restantes, só se viu a Alemanha atacando e jogando a bola na área, mas a defesa japonesa foi eficiente e resistiu até o apito final.

Semifinal - Japão 3x1 Suécia
13/07/2011 - Commerzbank-Arena, Frankfurt

A promessa era de um jogo extremamente equilibrado e complicado para as japonesas, que vieram com uma alteração no time titular: Nahomi Kawasumi no lugar de Nagasato. As suecas vinham com uma campanha perfeita, com vitória em todas as quatro partidas anteriores, e haviam empatado com o Japão (1x1) em um amistoso antes da Copa do Mundo. A partida começou bem para as escandinavas: aos 10 minutos, Josefine Öqvist se aproveitou do passe errado de Sawa no campo de defesa, ganhou da zagueira Azusa Iwashimizu e chutou forte no alto do gol, sem chance para Kaihori: 1x0. Mas as nipônicas empataram oito minutos depois, quando Ohno fez uma boa jogada pelo meio e deixou a bola com Miyama, que cruzou pela esquerda; Kawasumi apareceu na segunda trave e mergulhou para empatar: 1x1.

A partir daí o Japão foi tomando conta do jogo - teve 60% de posse de bola no final - e a Suécia não teve mais uma chance real de marcar. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Ohno chutou de fora da área e quase fez um golaço por cobertura - a bola bateu no travessão e foi pra fora. Aos 14, Miyama cruzou na área, Kozue Ando se antecipou à goleira mas não acertou a bola; a arqueira sueca não conseguiu afastar e a bola sobrou para Sawa na pequena área, que só deu um toquinho de cabeça, se redimindo do erro no primeiro tempo e mandando a bola pro fundo das redes: 2x1. Cinco minutos depois, mais um lançamento de Miyama - a melhor jogadora em campo -; a goleira saiu da área e chegou antes de Ando para afastar, mas a bola sobrou nos pés de Kawasumi, que chutou por cobertura e fez um golaço: 3x1. A Suécia bem que tentou, mas não teve forças para buscar uma reação. As Nadeshiko se imporam até o final e garantiram uma histórica e incontestável presença na final do Mundial.

Na final, o Japão enfrenta os Estados Unidos, atual 1º colocado no ranking da Fifa. A partida será disputada em Frankfurt, neste domingo (17/07), às 15:45 (horário de Brasília).

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Genki Haraguchi é o cara no Urawa Reds

J-League 2011 - 4ª rodada - Urawa Reds 2x0 Kawasaki Frontale
13/07/2011 - Saitama Stadium 2002, Saitama - Público: 24.293
56' Haraguchi
78' Nagata

Em uma partida de dois tempos completamente distintos, o Urawa Red Diamonds se deu bem jogando em casa e deu sinais de que a temporada (ainda) não está perdida. Mais uma vez com uma grande atuação de Genki Haraguchi, os Reds venceram após uma sequência de três empates e frustraram as esperanças do Kawasaki Frontale de se aproximar da liderança.

A formação do Urawa parecia um 4-3-3 pela escalação, mas dentro de campo 
assemelhou-se mais a um 4-4-2: Tatsuya e Haraguchi nas pontas, Takasaki como 
a referência na área caindo pelo lado esquerdo e Marcio Richardes como um 
segundo atacante, pelo lado direito; o Kawasaki veio com o seu 4-4-2 de sempre

No primeiro tempo, domínio total do Kawasaki, que jogava como se fosse o mandante em Saitama. Aos 10 minutos, Yajima recebeu um belo passe de Nakamura e, da linha de fundo, chutou cruzado; a bola passou na frente do gol e Juninho, na pequena área, não alcançou por muito pouco. O Urawa respondeu com uma boa jogada de Haraguchi, que saiu driblando até passar de lado para Marcio Richardes, que teve o chute bloqueado; no rebote, o brasileiro tentou de bicicleta e Takasaki completou para o gol. Porém, foi marcado impedimento do camisa 16.

O Frontale continuou mandando no jogo, mas desperdiçou chances demais. Na melhor delas, Juninho se aproveitou de um vacilo enorme do zagueiro Nagata e roubou a bola no campo de ataque; cara a cara com o goleiro, ele tentou por cobertura mas mandou pra fora. Nos primeiros 45 minutos, o Kawasaki teve nove chutes a gol, contra apenas um dos Reds.

Parecia que o Urawa ia decepcionar sua torcida mais uma vez. O time fazia uma péssima partida. Haraguchi era o único de quem se podia esperar algo diferente, como já vem acontecendo em toda a temporada. Mas o panorama mudou no segundo tempo quando Naoki Yamada entrou no lugar de Marcio Richardes. Ele não foi brilhante, mas começou a jogada que originou o golaço de Haraguchi de fora da área. Um chute forte, preciso, no cantinho, sem chance para Aizawa. Não seria exagero dizer que Haraguchi é um dos melhores jogadores do campeonato e forte candidato a estar na seleção dos onze melhores ao final da J-League. Sem ele, os Reds provavelmente estariam em um poço muito mais fundo.

O Kawasaki se perdeu no segundo tempo. O técnico Naoki Soma tentou deixar o time mais ofensivo com a entrada de Noborizato no lugar de Inamoto, e também trocando Yamase por Kobayashi. Mas não adiantou, o time não criou sequer uma boa chance. Era o Urawa que dominava, e eles queriam mais: com a entrada de Escudero no lugar de Tatsuya e Mazola no lugar de Takasaki, os Reds sempre levavam perigo nos contra-ataques. Aos 33 minutos, Kashiwagi cobrou escanteio e Spiranovic cabeceou. Aizawa conseguiu fazer a defesa, mas Nagata estava lá pra pegar o rebote e empurrar para as redes: 2x0 e placar definido.

O Urawa continua um time muito instável, mas mostrou que tem qualidade para se recuperar e no mínimo terminar o ano longe do risco de ser rebaixado. Estivesse no Brasil, Zeljko Petrovic já teria sido demitido há muito tempo, mas aos poucos ele vai encontrando a solução para fazer o time jogar o mínimo que se espera com o elenco que tem. Na próxima rodada, os Reds vão tentar a primeira vitória fora de casa contra o Júbilo Iwata - ou será que vão se contentar com apenas mais um empate? Enquanto isso, o Kawasaki perdeu mais uma chance de se manter entre os primeiros e caiu do 3º para o 5º lugar. Na próxima rodada, o adversário é o líder Kashiwa Reysol em casa.

Festa em Saitama: Haraguchi comemora junto com Mazola (no alto), 
Keita Suzuki (13) e Escudero (15) / J.League Photos

Todos os resultados da 4ª Rodada:

Albirex Niigata 1x2 Ventforet Kofu
Urawa Reds 2x0 Kawasaki Frontale
Kashiwa Reysol 3x1 Sanfrecce Hiroshima
Yokohama Marinos 2x1 Montedio Yamagata
Nagoya Grampus 2x1 Kashima Antlers
Gamba Osaka 3x2 Vissel Kobe
Cerezo Osaka 2x3 Júbilo Iwata
Avispa Fukuoka 1x0 Omiya Ardija
Vegalta Sendai 0x0 Shimizu S-Pulse

Curiosidades

- Kazuma Watanabe marcou pelo quarto jogo consecutivo e ajudou o Yokohama Marinos a vencer a quinta partida seguida, continuando na cola do líder. Watanabe é o artilheiro do Marinos e tem sete gols na temporada.

- Já se passaram seis rodadas desde que Adriano deixou o Gamba Osaka e foi para o Al Jaish (Catar), mas ele continua como artilheiro isolado da liga, com 9 gols. O Gamba, aliás, não sente falta de seu artilheiro: desde então, são cinco vitórias e um empate. O time já está em 3º lugar, a 5 pontos do líder e com dois jogos a menos.

- Takashi Usami fez hoje sua última partida pelo Gamba e se despediu com estilo: um gol e uma assistência na vitória contra o Vissel Kobe. O atacante de 19 anos vai defender agora o Bayern de Munique.

- O lanterna Avispa Fukuoka, que começou a temporada com nove derrotas seguidas e precisou de 14 partidas para conseguir uma vitória, conseguiu agora vencer pela segunda vez no ano, contra os pobres esquilos de Omiya: o Ardija é o único que ainda não venceu em casa.

sábado, 9 de julho de 2011

Yokohama Marinos vence o Júbilo Iwata fora de casa e segue na cola do líder

J-League 2011 - 3ª Rodada - Júbilo Iwata 1x2 Yokohama Marinos
09/07/2011 - Yamaha Stadium, Iwata - Público: 11.226
17' Nasu [1x0]
34' Watanabe [1x1]
51' Nakamura [1x2]

Nakamura definiu a vitória do Yokohama Marinos / J.League Photos

O Júbilo Iwata havia começado a temporada acima das expectativas, mas seus últimos resultados mostraram que o time vai ter dificuldades em terminar a temporada numa boa posição. A surpreendente vitória por 3x0 contra o líder Kashiwa Reysol fora de casa foi a única vez neste ano que o Júbilo venceu uma equipe que está lutando na parte de cima da tabela. As outras vitórias foram contra Ventforet Kofu, Montedio Yamagata, Avispa Fukuoka (três vezes!) e Vissel Kobe. Uma vitória em casa contra o vice-líder era tudo que o torcedor queria para acreditar que seu time pode brigar também com os grandes. Mas não foi o que aconteceu no Yamaha Stadium.

O Yokohama Marinos, que começou a temporada como uma incógnita, não só briga pela ACL como é um real candidato ao título. Em seu segundo ano no comando, Kazushi Kimura vem colhendo os frutos da renovação do elenco tricolor. Apesar de derrotas recentes para os adversários diretos Kashiwa Reysol e Gamba Osaka, o Marinos vem embalado com uma sequência de quatro vitórias e a expectativa de assumir a liderança nas próximas rodadas, visto que os próximos confrontos são contra Montedio Yamagata, Omiya Ardija e Vissel Kobe.

Júbilo num 4-4-2 tradicional e Marinos num 4-4-2 com o meio-campo em diamante

Desde a primeira rodada, Kimura vinha com o "dilema" de escolher dois titulares entre Watanabe, Oguro e Ono, sempre jogando sem uma dupla de ataque fixa. Desta vez, com o desfalque do suspenso Taniguchi, o técnico resolveu escalar os três juntos, com Ono fazendo o papel do meia mais avançado no diamante.

Apesar de um jogo equilibrado no primeiro tempo, o Júbilo conseguiu criar mais chances e abriu o placar aos 17 minutos, com uma jogada de Komano pelo lado direito. O cruzamento do lateral foi desviado mas a bola sobrou na entrada da área para o capitão Nasu, que chutou forte de primeira. Akimoto alcançou a bola e deveria ter feito a defesa, mas ele acabou rebatendo para dentro do próprio gol: 1x0. Akimoto, aliás, mostrou por que não é titular: com dificuldade em sair do gol e encaixar a bola, em pelo menos mais duas ocasiões ele deu rebote e quase se complicou novamente.

O Marinos conseguiu o empate em sua primeira (e única) grande chance no primeiro tempo. Em uma rápida troca de passes, Watanabe recebeu a bola de Kobayashi na entrada da área, dominou e chutou cruzado. Kawaguchi caiu para fazer a defesa e rebateu, mas a bola acabou batendo na trave e entrando: 1x1. Foi a terceira partida consecutiva que Watanabe deixou sua marca - ele agora tem 6 na temporada e vai se firmando como artilheiro do time.

Logo no início do segundo tempo, Ono recebeu um lançamento na grande área. Ele estava marcado e sem ter pra onde passar. A melhor opção provavelmente era um passe para trás, mas mesmo assim o zagueiro Fujita tentou um carrinho e acabou cometendo um pênalti desnecessário que custou caro. O veterano Kawaguchi estava no gol. Ele até adivinhou o canto e por pouco não defendeu mas, para o azar dele, quem cobrou foi outro antigo ídolo da seleção, Shunsuke Nakamura, que bateu muito bem e fez o gol da virada: 2x1.

Apesar de estar fora de casa, o Marinos continuou melhor no segundo tempo e chegou mais perto de fazer o terceiro do que o Júbilo de empatar. Nakazawa acertou o travessão depois de um escanteio. Na sequência, também num escanteio, Ono cabeceou para as redes, mas teve seu gol anulado por fazer falta no defensor adversário. Aliás, o camisa 10 de apenas 18 anos estava louco pra marcar o seu, e chutava de fora da área em qualquer oportunidade.

Masaaki Yanagishita, técnico do Júbilo, colocou os ofensivos Kanazono, Gilsinho e Funatani, mas não adiantou muito. Seu time teve apenas um chute a gol no segundo tempo, contra seis do Marinos. A melhor chance foi quando um cruzamento rasteiro passou na frente de Kanazono com o goleiro batido, mas o atacante não conseguiu alcançar por centímetros.

Com a vitória, o tricolore de Yokohama poderia até ter assumido a liderança, se o Kashiwa Reysol não tivesse vencido o Vegalta Sendai com um gol aos 48 do segundo tempo. Já o Júbilo caiu de 8º para 9º - quem passou na frente foi justamente o rival Shimizu - e tem uma sequência de jogos complicados pela frente, contra Cerezo, Urawa e Gamba.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mundial Sub-17: Repetindo 2009, Brasil vence o Japão numa partida com final dramático

Quartas de Final - Japão 2x3 Brasil
03/07/2011 - Estádio Corregidora, Querétaro
15' Léo [0x1]
47' Ademilson [0x2]
59' Adryan [0x3]
76' Nakajima [1x3]
87' Hayakawa [2x3]

O Japão vinha sendo uma das surpresas da Copa do Mundo Sub-17, disputada no México. Apesar de um desempenho apenas razoável na estreia, os Jovens Samurais foram melhorando a cada partida e terminaram em primeiro lugar no grupo com Jamaica, França e Argentina, além de golear a Nova Zelândia por 6x0 nas oitavas de final com um impressionante estilo de toques curtos e posse de bola.

O Brasil estreou com uma vitória por 3x0 contra a Dinamarca, mas o desempenho não foi dos melhores. Nas partidas seguintes, o time continuou a não apresentar um bom futebol, mas ia conseguindo os resultados. Um gol aos 48 do segundo tempo garantiu o empate contra a Costa do Marfim e o primeiro lugar num grupo que também tinha a Austrália. Nas oitavas, apesar da vitória por 2x0 contra o Equador, mais uma atuação ruim levantou dúvidas se essa seleção seria capaz de superar o Japão, que voava em campo.


O Brasil ainda teve os desfalques de Lucas Piazon e Nathan, suspensos por terem levado o segundo amarelo. Léo e Guilherme entraram em seus lugares. O Japão teve todos os jogadores à disposição, mas veio com duas mudanças: Fukai voltou a ser titular como volante, enquanto Minamino foi o centroavante.

O que chamou a atenção desde o início foi a péssima condição do gramado; era possível ver várias "manchas escuras" onde praticamente não tinha grama mais. Isso atrapalhou muito as duas equipes, que erravam muitos passes e fizeram um primeiro tempo onde o futebol ficou devendo. O Japão em especial pareceu mais afetado, pois não conseguiu impor o seu toque de bola como nas partidas anteriores - ao final do jogo, a estatística mostrou "apenas" 51% de posse de bola para os Samurais. Como seus passes curtos não davam certo, eles passaram a tentar mais lançamentos, o que também não deu resultado. O Brasil tomou a iniciativa desde o início e dominou na primeira etapa, criando todas as chances de gol, além de estarem melhores fisicamente, ganhando a maioria das divididas. A superioridade brasileira se transformou em gol aos 15 minutos, quando Adryan cobrou escanteio e Léo se antecipou à marcação, cabeceando na primeira trave: 1x0.

Pouco antes do intervalo, o técnico Hirofumi Yoshitake já havia feito uma substituição: Matsumoto no lugar de Akino, o que fez Ishige cair mais pela ponta direita. Porém, o Brasil continuou melhor no segundo tempo e ampliou com apenas 2 minutos. Guilherme cruzou pela esquerda e Ademilson recebeu na entrada da área; ele teve tempo para dominar e chutar forte no canto esquerdo de Nakamura: 2x0. Foi o quinto gol do artilheiro brasileiro na competição.

Os japoneses estavam perdidos em campo, pareciam ter sofrido um "apagão mental". Enquanto isso, o Brasil jogava tudo o que ainda não tinha jogado no Mundial, continuou a pressionar e logo fez o terceiro com um golaço de Adryan, que pegou um rebote do lado esquerdo da área, driblou Kawaguchi e chutou com muita força, no alto do gol: 3x0.

Um chute de Ishige de fora da área que acertou o travessão foi a única chance que criaram os japoneses. Só nos 15 minutos finais é que apareceu sinais de um reação, com uma jogada de Nakajima e Takagi, que haviam entrado no lugar de Kida e Minamino. Em um contra-ataque rápido, Takagi foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para trás. Hayakawa correu mais que a bola e não conseguiu alcançar, mas atrás dele estava Nakajima, que concluiu bem e diminuiu: 3x1.

Charles fez uma grande defesa para evitar o segundo gol em um chute cruzado de Hayakawa, mas o goleiro brasileiro falhou aos 42 minutos, quando errou o tempo de bola numa cobrança de escanteio; na dividida de Iwanami com Marquinhos, a bola acabou batendo no travessão e sobrou para Hayakawa, que cabeceou para o gol vazio: 3x2.

Apesar da pressão japonesa no final, não deu tempo de mais nada. Venceu o time que foi melhor durante 75 minutos. Em 2009, as duas seleções já haviam se enfrentado na fase de grupos, e a geração de Neymar levou a melhor sobre a geração de Usami pelo mesmo placar. Porém, naquela ocasião ambos acabaram perdendo os jogos seguintes e foram eliminados na primeira fase.

Os japoneses, inconsolados, choraram copiosamente em campo. Enquanto isso, o Brasil comemorou a suada classificação e enfrenta na semifinal o Uruguai, que eliminou outra surpresa da Ásia, o Uzbequistão.

sábado, 2 de julho de 2011

Vegalta Sendai e Nagoya Grampus ficam no empate e perdem a chance de se aproximar da liderança


2ª rodada - Vegalta Sendai 1x1 Nagoya Grampus
02/07/2011 - Yurtec Stadium, Sendai - Público: 18.533
44' Yong-Gi [1x0]
66' Kakuda (contra) [1x1]

O norte-coreano Ryang Yong-Gi comanda o Vegalta dentro de campo / J.League Photos

A 2ª rodada da J-League estava planejada para o fim de semana em que aconteceu a tragédia com o terremoto e o tsunami no Japão, em março. Depois que todos os jogos foram cancelados até o final de abril, teremos agora em julho os jogos atrasados da 2ª até a 6ª rodada, em sequência. Do início do campeonato até hoje, muita coisa mudou. O Vegalta Sendai era visto como um time mediano que lutaria na parte da baixo da tabela, enquanto o Nagoya Grampus, atual campeão, se reforçou bem e vinha como favorito ao bi e também com a expectativa de uma boa campanha na Liga dos Campeões.

Jogando com uma disposição incrível, mais na base da raça e da força de vontade, o Vegalta vinha conseguindo vários empates e vitórias apertadas por 1x0 e foi o time que se manteve invicto por mais tempo. A primeira derrota veio só depois de 13 jogos, contra o Shimizu S-Pulse fora de casa - é claro, por 1x0. Enquanto isso, o Nagoya começou a temporada de forma irregular. É verdade que foi o time que teve mais desfalques, mas alguns dos principais jogadores também não correspoderam em campo - Jungo Fujimoto, talvez, foi o que mais decepcionou. Tudo isso culminou numa eliminação precoce nas oitavas de final da ACL. Apesar da equipe estar invicta desde então - já são sete jogos sem perder -, alguns empates em jogos "vencíveis" nas últimas rodadas têm impedido o Grampus de se aproximar dos líderes.

Vegalta Sendai no 4-4-2 e Nagoya Grampus no 4-3-3

A único desfalque do Vegalta foi o meia Kunmitsu Sekiguchi, afastado pelo técnico Makoto Teguramori por questões disciplinares. Sekiguchi, que vem sendo convocado para a seleção japonesa, foi até especulado para uma possível transferência para a Europa. Já o sérvio Dragan Stojkovic teve boa parte do time titular disponível, apesar de que as lesões continuam atrapalhando: o goleiro Narazaki, os volantes Nakamura e Yoshimura e o atacante Kanazaki continuam no departamento médico.

O Nagoya tentou tomar a iniciativa desde o início, mas esbarrou na forte defesa do Vegalta, a melhor da liga até agora. Quando chegou, pecou na finalização: Kennedy perdeu uma grande chance quando recebeu de Burzanovic dentro da área, apenas com o goleiro à sua frente; o australiano chutou fraco e Hayashi fez a defesa.

O time da casa respondeu e quase fez um golaço com Nakashima, que recebeu na área o lançamento de Kakuda, dominou no peito e bateu de primeira; a bola explodiu no travessão. O jogo seguiu equilibrado e com poucas chances de gol até o final do primeiro tempo, quando Ryang Yong-Gi recebeu de Nakashima na entrada da área e arriscou o chute. Não foi forte, porém muito bem colocado; a bola entrou no ângulo, sem chance para o goleiro: 1x0.

No segundo tempo, o time da casa ficou só no contra-ataque e pouco assustou. O Nagoya apostou na velocidade de Kensuke Nagai, atacante da seleção olímpica, que entrou no lugar de Burzanovic. A troca deu certo, apesar de que o gol de empate veio mais com ajuda da sorte do que por mértitos. Nagai recebeu a bola pelo lado esquerdo do ataque e fez um cruzamento baixo na área. Lá estada Kennedy, de costas para o gol, que tentou um toque de calcanhar de primeira. Só que ele pegou muito mal na bola e acabou caindo no chão; porém, a bola bateu na perna de Kakuda, que o marcava, depois na trave e acabou entrando: 1x1.

Nos 15 minutos finais, entraram os atacantes Yanagisawa, Ota e Nakahara no Vegalta, enquanto Tamada saiu para a entrada do zagueiro Chiyotanda no Grampus. Time da casa fazendo pressão em busca da vitória? Pelo contrário, foi o Nagoya que atacou com tudo o que tinha e só não virou o jogo porque a sorte não ajudou mais.

Com a entrada de Chiyotanda, Tulio foi liberado para subir ao ataque em definitivo, e foi ele quem criou as maiores chances de gol. Primeiro com um belo passe para Ogawa que, dentro da área, chutou fraco e Hayashi mandou pra escanteio. Já nos minutos finais, com uma pressão incrível do Nagoya, Tulio recebeu a bola na entrada da área e tentou o chute. Dois zagueiros pularam pra cima da bola e conseguiram bloquear, mas o rebote sobrou com Tulio de novo, que chutou de uma posição ainda melhor; Hayashi salvou com um leve desvio e a bola bateu no travessão, quicando na frente da linha do gol em seguida. Kennedy ficou com a sobra mas, pressionado pelo defensor, cabeceou pra fora. No último minuto, mais uma chance de Tulio, que chutou forte da linha de fundo sem ângulo nenhum. No reflexo, Hayashi salvou seu time mais uma vez.

O empate não foi bom pra ninguém. O Nagoya tem muito a lamentar pelas chances perdidas no final mas, pelo que jogou nos 90 minutos, a vitória não seria o resultado mais justo. O próximo adversário é o Vissel, em Kobe. O Vegalta, time que mais empatou na liga, teve o sétimo empate em 14 jogos, e enfrenta semana que vem o Kashiwa Resyol, que continua na liderança apesar de ter levado 5x0 do Cerezo Osaka.