segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Copa da Ásia: Mesmo com ingresso, torcedores não puderam entrar no estádio

Na Copa da Ásia o Qatar mostrou uma organização impecável, digna de um país que sediará a Copa do Mundo, aplacando as críticas que o país do Oriente Médio sofreu depois de ser escolhido pela Fifa para receber o mundial de 2022. Isso até o dia da final entre Austrália x Japão, quando essa boa imagem que tinham transmitido até então foi manchada.

Os estádios quase vazios viraram rotina nesta Copa da Ásia. Nem mesmo nos jogos do time da casa o estádio lotava. Com uma média de 12.642 torcedores por partida, os organizadores estavam preocupados em não dar um vexame na final com um público baixo.

O que muitos torcedores reclamaram é que, na grande decisão, os portões do estádio foram fechados pelo menos 45 minutos antes do início da partida, deixando milhares de torcedores de fora, muitos deles já com ingresso em mãos. E que várias pessoas haviam entrado antes mesmo sem ingresso. Com a confusão criada, a polícia usou da violência e até prendeu alguns torcedores mais revoltados.

Jassim Al-Rumaihi, diretor do comitê organizador, negou que os portões foram fechados antes da partida começar. Segundo ele, os portões continuaram abertos até cinco minutos depois do início do jogo, e tiveram que ser fechados por questões de segurança, pois muitas pessoas sem ingresso estavam tentando entrar, o que causou um tumulto.

De qualquer forma, foi uma enorme falha da organização ter deixado pelo menos 700 torcedores com ingresso de fora do estádio e sem qualquer informação ou plano de reembolso, enquanto muitos outros entraram de graça. No final das contas, dos 50.000 lugares do Estádio Internacional Khalifa, 37.174 foram ocupados. Sorte do Qatar que ainda faltam onze anos para a Copa do Mundo lá.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Japão campeão da Copa da Ásia

O capitão Makoto Hasebe levanta a taça / Foto: AFP

Com um gol na prorrogação de Tadanari Lee, o Japão venceu a Austrália por 1x0 e conquistou a Copa da Ásia pela quarta vez, tornando-se assim o maior campeão do continente, superando Irã e Arábia Saudita que tinham três títulos. Honda foi eleito o melhor jogador do torneio, mas quem salvou o dia foi o goleiro Kawashima, que fez milagre e foi o melhor em campo na final.

Japão no 4-2-3-1 e Austrália no 4-4-2

O maior problema que o italiano Alberto Zaccheroni teve para escalar sua seleção foi escolher o substituto de Kagawa, que fraturou um osso do pé e ficará alguns meses em recuperação. No final quem ganhou a vaga foi o meia Jungo Fujimoto, do Shimizu S-Pulse. Ele jogou na ponta direita enquanto Okazaki foi para a esquerda - assim como eles costumam jogar no Shimizu. Na defesa, Yoshida retornou depois de cumprir suspensão.

Já o alemão Holger Osieck não teve problemas para escalar os Socceroos: o time que veio a campo foi exatamente o mesmo que goleou o Uzbequistão na semifinal. A Austrália apostava na consistência da sua defesa, a melhor do campeonato, que só havia sofrido um gol em cinco jogos. Jogando em um típico 4-4-2 britânico em duas linhas de quatro, sua estratégia era defender, às vezes com todos os jogadores atrás da linha do meio-campo, usar rápidos contra-ataques e abusar dos lançamentos e cruzamentos na área.

E deu certo. Os zagueiros japoneses podiam trocar passes à vontade, mas assim que a bola passava do meio-campo, uma marcação cerrada anulava as jogadas. Era uma defesa de dar inveja a qualquer retranca italiana, mas os australianos também apareciam bem no ataque. Com um time mais físico, eles ganhavam muitas disputas no ar e por pouco o gol não saiu em várias ocasiões. Quando não era pela sorte - como no lance onde um cruzamento de Wilkshire bateu no travessão e a bola quicou em cima da linha -, Kawashima estava lá pra defender.

No ataque, raramente o Japão chegava com perigo. A fraca atuação de Maeda contribuiu bastante para a pouca produção ofensiva dos nipônicos, assim como a falta de ímpeto de Honda. Fujimoto pouco aparecia, e foi o primeiro a ser substituído.

Zaccheroni fez uma mudança interessante no segundo tempo: tirou Fujimoto e colocou o zagueiro Iwamasa. Com três zagueiros, o Japão passou a jogar em algo parecido com um 3-5-2.

As equipes depois da mudança no segundo tempo

Qual seria o motivo de tirar um meia ofensivo pra colocar um zagueiro? Se fechar na defesa - nada incomum vindo de um técnico italiano - e tentar segurar o empate? Pelo contrário, foi aí que o Japão passou a equilibrar o jogo e também ser perigoso no ataque.

Segundo o próprio Zaccheroni, foi uma mudança para adiantar Nagatomo: "Resolvi adiantar o Nagatomo. Pensei que ele seria capaz disso porque é rápido. Eu não mudei o sistema porque se você tira um atacante ou um meia e coloca um zagueiro, os jogadores e o adversário pensam que você está jogando defensivamente, e não era isso que eu queria."

Apesar do treinador ter dito que não mudou o sistema, em vários momentos pareceu ser um 3-5-2, e voltava a ser uma defesa de quatro jogadores quando Uchida recuava. Depois da mudança, o jogo melhorou e chegou num ponto onde as duas equipes atacavam e o gol da vitória poderia sair pra qualquer lado. Em um cruzamento de Nagatomo, Okazaki quase marcou de cabeça, a bola passou bem perto da trave. Kewell teve a chance de decidir, na cara do goleiro, em duas ocasiões. Mas Kawashima foi perfeito e garantiu o zero no placar.

Na prorrogação, Maeda deu lugar a Lee. Aos três minutos do segundo tempo, o gol veio justamente dos jogadores que Zaccheroni mudou: cruzamento de Nagatomo, Lee apareceu livre na área e chutou de primeira, de voleio, sem chance para Schwarzer. Foi o primeiro gol do atacante descendente de coreanos pela seleção, em sua segunda partida - nas duas ele entrou como substituto. A Austrália ainda pressionou e teve uma falta muito perigosa na entrada da área, já no último lance do jogo. Mas os Samurais Azuis se seguraram e comemoraram o tetra da Copa da Ásia.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uzbequistão 0x6 Austrália: Goleada incrível define o outro finalista da Copa da Ásia

Kewell comemora ao marcar o primeiro gol / Foto: Getty Images

Em uma partida que tinha tudo para ser equilibrada, a Austrália humilhou o Uzbequistão com uma goleada por 6x0 e se garantiu na final da Copa da Ásia. Os Socceroos vão para a grande decisão como a equipe com o melhor ataque - 13 gols, empatados com o Japão - e a melhor defesa - apenas um gol sofrido.

A formação inicial das equipes

Não é que o Uzbequistão é um time horrível, como pode parecer pra quem vê apenas o resultado e lembra que os uzbeques não têm muita tradição no futebol. Pelo contrário, eles fizeram uma boa campanha até aqui e chegaram à semifinal depois de um primeiro lugar no Grupo A e boas exibições. A variação tática chamou a atenção na equipe comandada por Vadim Abramov - a cada partida o time vinha com uma formação diferente. Mas a estratégia era sempre parecida: zagueiros adiantados, laterais apoiando, muita velocidade pelas pontas e o "maestro" Djeparov armando o time.

Depois de usar um sistema com três zagueiros na vitória sobre a Jordânia nas quartas de final, o Uzbequistão veio para a semifinal com uma espécie de 4-2-3-1. Mas, na prática, era um pouco diferente. O zagueiro Akhmedov vai ao ataque o tempo todo e até faz gols às vezes - ele quase fez um golaço ao driblar meio time da Austrália, mas a finalização parou nas mãos de Schwarzer.

Porém, jogar de forma tão ofensiva deixa o time muito exposto a contra-ataques. Contra os outros adversários que enfrentou - Qatar, Kuwait, China e Jordânia - isso não foi um grande problema, pois eles não tinham a qualidade para explorar essa fraqueza. Porém, quando um time pequeno resolve ousar demais contra um grande... está correndo um sério risco de levar uma goleada. E foi o que aconteceu.

Com apenas quatro minutos de jogo, McKay passou por um adversário e deixou Kewell em boas condições para chutar cruzado e fazer 1x0. Aos 34 minutos, depois de cobrança de falta na área, Ognenovsky aproveitou a falha da defesa e, sem marcação, fez 2x0.

Com a desvantagem no placar, restou ao Uzbequistão atacar ainda mais no segundo tempo, mas deu tudo errado. Aos 19 minutos, com a defesa toda aberta, um contra-ataque mortal australiano definiu o jogo. McKay deixou Carney na cara do gol e o lateral do Blackpool não desperdiçou: 3x0.

Depois disso, o Uzbequistão perdeu a cabeça. Bakaev deu um carrinho desnecessário e foi expulso. Com o time totalmente desorganizado em campo, ficou fácil pra Austrália fazer mais três - Emerton, Valeri e Kruse - e deixar o placar em 6x0.

É bom lembrar também que o Uzbequistão não teve jogadores importantes como o goleiro Nesterov e o atacante Geynrikh, que se machucaram no jogo passado. Eles fizeram falta, visto que o goleiro reserva levou gols defensáveis - o sexto foi um frangaço - e o ataque não foi eficiente. Djeparov errou tudo que tentou.

Para a Austrália, as coisas não poderiam ter dado mais certo. Os Socceroos apenas exploraram a fraqueza uzbeque e venceram sem dificuldade nenhuma. Com apenas 33% de posse de bola, eles foram seguros na defesa e eficientes no ataque. Mas o verdadeiro teste será a final contra o Japão.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Kawashima brilha nos pênaltis e o Japão vai à final da Copa da Ásia

Kawashima defende: a Coreia errou todos os pênaltis / Foto: AFP

Parece que a sina do Japão nesta Copa da Ásia é superar situações dramáticas. Com exceção da goleada sobre a Arábia Saudita, os Samuais Azuis sempre tiveram que passar por situações de adversidade em partidas que só foram definidas nos momentos finais. No clássico contra a Coreia do Sul, que valia vaga na grande final, não foi diferente. No final, quem brilhou foi Kawashima, que defendeu dois pênaltis.

As duas equipes no 4-2-3-1

As duas seleções vieram na sua formação usual, o 4-2-3-1. No Japão, Iwamasa entrou no lugar do suspenso Yoshida, enquanto Uchida, que cumpriu suspensão no último jogo, voltou para a lateral direita. Na Coreia, apenas uma mudança na defesa: Yong Hyung no lugar de Jung Soo.

Os japoneses, que tinham a vantagem de terem descançado um dia a mais e não terem disputado uma prorrogação, começaram melhor a partida. O capitão sul-coreano Park Ji Sung - que fez sua 100ª partida pela seleção - sofreu marcação cerrada de Hasebe e não teve muito espaço. O Japão controlava a bola no início e criava as melhores chances.

Okazaki quase marcou de cabeça, mas a bola bateu na trave depois de ser rebatida pelo goleiro Sung Ryong. Apesar do domínio japonês, quem saiu na frente foi a Coreia, em um lance polêmico. Aos 21 minutos, Ji Sung caiu depois de uma dividida com Konno e o árbitro marcou pênalti. Sung Yueng cobrou com perfeição e fez 1x0.

O Japão não se abalou com o gol sofrido e continuou atacando. O gol de empate veio aos 35 minutos, em uma jogada que começou com um passe perfeito de Honda para a ultrapassagem de Nagatomo por trás da defesa, que invadiu a área e, na saída do goleiro, rolou para Maeda concluir. Maeda ainda perdeu uma grande chance de virar o jogo ao receber livre na entrada da área, mas mandou pra fora. O Japão terminou o primeiro tempo com 61% de posse de bola.

Na segunda etapa, a situação se inverteu. O Japão pareceu mais cansado e foi a Coreia quem atacou mais. Zaccheroni foi cauteloso e tirou Kagawa - que teve atuação discreta - para colocar o volante Hosogai. O jogo foi para a prorrogação. Depois de 5 minutos, Honda lançou Okazaki, que foi derrubado por Jae Won, que fazia a cobertura para a saída do goleiro. O juiz marcou pênalti em mais uma decisão polêmica, pois o contato teria acontecido fora da área. Honda bateu mal e Sung Ryong defendeu, mas Hosogai aproveitou o rebote pra virar o jogo.

A Coreia então foi pra cima com tudo, enquanto o técnico do Japão montou uma típica retranca italiana ao tirar o centroavante Maeda pra colocar o defensor Inoha. A aposta de Zaccheroni era reforçar ao máximo a defesa e segurar o ataque dos Taegeuk Warriors até o fim. Mas não deu certo: depois de muita pressão, a Coreia conseguiu um empate heroico aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação: cobrança de falta na área japonesa, a defesa não conseguiu afastar e a bola sobrou para o zagueiro Jae Won, que chutou forte e mandou o jogo para a disputa de pênaltis.

Muita festa dos coreanos e decepção dos japoneses, que estavam muito perto da final. Parecia que o momento era da Coreia, e o primeiro pênalti do Japão foi cobrado por Honda, que já tinha perdido um no tempo normal. Porém, o jogador do CSKA Moskow não se abalou e cobrou bem desta vez, abrindo o placar nas penalidades. Em seguida foi a vez de Kawashima brilhar, ao defender a cobrança de Ja Cheol. Okazaki converteu a segunda e Kawashima defendeu mais uma, desta vez no chute de Yong Rae. Os sul-coreanos continuaram esperançosos quando Nagatomo chutou pra fora a terceira cobrança, mas Jeong Ho também mandou pra fora. Konno converteu o quarto pênalti e o Japão se classificou para a final da Copa da Ásia.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Copa da Ásia: Gols na prorrogação levam Austrália e Coreia do Sul às semifinais

Em duas partidas bem parecidas, a Austrália venceu o Iraque e a Coreia do Sul venceu o Irã com um gol na prorrogação. Em ambos os jogos, muito equilíbrio e poucas jogadas criadas. O bom futebol ficou devendo, e no final os favoritos se deram bem. Agora, Japão x Coreia do Sul e Uzbequistão x Austrália farão as semifinais da Copa da Ásia, enquanto os países árabes ficaram sem nenhum representante na competição.

Austrália 1x0 Iraque

Austrália e Iraque no 4-4-2

O Iraque é o atual campeão, mas quem carregava o peso do favoritismo era a Austrália. Os Socceroos não se aproveitaram da sua superioridade teórica e a partida foi se arrastando. As poucas chances criadas eram desperdiçadas: McKay perdeu frente a frente com o goleiro - o mesmo fez o iraquiano Emad mais tarde. O zagueiro Ognenovski quase fez um golaço de bicicleta, mas a bola, que tinha endereço certo, desviou em Jedinak e foi pra fora. A três minutos do fim do segundo tempo da prorrogação, Kewell apareceu entre dois defensores iraquianos para cabecear o cruzamento de McKay e fazer o gol da vitória.

A Austrália mostrou pouca variedade ofensiva mas venceu justamente na sua jogada característica, o cruzamento na área. A defesa que sofreu apenas um gol até agora e raramente falha é o ponto forte da equipe. E quando tudo mais dá errado, Schwarzer - possivelmente o melhor goleiro da competição - aparece pra salvar a pátria.

Irã 0x1 Coreia do Sul

Irã no 4-3-3 e Coreia do Sul no 4-2-3-1

O Irã teve a vantagem de ter descansado quase todos os titulares na última partida, enquanto a Coreia do Sul conseguiu manter praticamente todo o time titular sem contusões ou suspensões. Foi a quinta vez consecutiva que as duas seleções se enfrentaram nas quartas de final da Copa da Ásia. Nas edições anteriores, cada um tinha se classificado em duas ocasiões. Com a vitória de hoje, os Taegeuk Warriors eliminaram o Team Melli pela terceira vez nos últimos cinco encontros nesta fase eliminatória e enfrentam os rivais japoneses na semifinal.

Equilibrado do início ao fim, parecia que o jogo iria para a decisão nos pênaltis. Mas se teve um time que foi melhor, foi a Coreia do Sul. O gol da vitória veio no fim do primeiro tempo da prorrogação, quando o substituto Yoon Bit Garam chutou cruzado de fora da área, no canto do goleiro Rahmati. Nos 15 minutos finais o Irã resolveu pressionar com tudo o que tinha, mas os sul-coreanos resistiram e garantiram a classificação.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Japão 3x2 Qatar: Com um a menos, Japão consegue virada dramática

Kagawa finalmente brilhou na Copa da Ásia / Foto: Getty Images

Em uma partida emocionante, o Japão teve que se superar mais uma vez para buscar a vitória com um jogador a menos. O Qatar esteve na frente do placar duas vezes, mas não suportou a pressão dos japoneses e cedeu a virada no final do segundo tempo, para a decepção da torcida local. Apesar disso, não foi uma campanha ruim dos donos da casa, que se recuperaram de uma derrota na estreia - 2x0 para o Uzbequistão - com boas vitórias contra China (2x0) e Kuwait (3x0), e deram muitas dificuldades aos Samurais Azuis. Esperava-se que os 25.000 lugares do Al Gharafa Stadium estariam ocupados, mas poucos menos de 20.000 torcedores foram assistir a partida das quartas de final.

Japão no 4-2-3-1 e Qatar no 4-4-2

O Japão não podia contar com Matsui (lesionado, não joga mais na Copa da Ásia) e Uchida (suspenso). Assim como no jogo anterior, Okazaki começou jogando pela ponta direita e Inoha ganhou a vaga na lateral direita. O Qatar veio com quase o mesmo time que venceu o Kuwait por 3x0 - o francês Bruno Metsu mexeu apenas na lateral direita, trocando Kasola por Mesaad.

Com o apoio da torcida, o Qatar foi pra cima e criou as primeiras chances de gol. O uruguaio Sebastian Soria fez boa jogada pela direita e a bola sobrou para Mesaad, que chutou para a defesa de Kawashima. Em seguida, Mesaad chutou de longe e o goleiro japonês mais uma vez teve que trabalhar. Aos 12 minutos, o Qatar abriu o placar. Soria recebeu lançamento por trás da defesa - que tentou fazer linha de impedimento -, invadiu a área, driblou Yoshida e chutou rasteiro, por baixo dos braços de Kawashima, que não conseguiu defender.

O Japão empatou aos 29 minutos, quando Okazaki recebeu passe de Honda e ficou na cara do gol; ele só deu um toquinho por cima do goleiro e Kagawa apareceu pra completar de cabeça, quase em cima da linha.

No segundo tempo, depois que o brasileiro Fábio César entrou no lugar de El Sayed, começou a dar tudo certo para o Qatar e tudo errado para o Japão. Yoshida, que já tinha amarelo, foi na dividida com Ahmed e conseguiu tirar a bola, mas acabou se enroscando com as pernas do adversário, que valorizou bastante o lance. O árbitro não teve dúvidas e expulsou o zagueiro japonês. Com toda a polêmica gerada acerca de que nem teria sido falta, Fábio César foi para a cobrança e, mesmo com pouco ângulo, chutou direto, por baixo. Kawashima não chegou a tempo e só defendeu quando a bola já estava dentro do gol. Foi o segundo gol do brasileiro na Copa da Ásia, o segundo de falta. A televisão mostrou a decepção de Yoshida, que ainda estava na lateral do campo no momento do gol.

A torcida se empolgou e fez a festa, vendo seu time perto das semifinais. Porém, mesmo com toda a pressão, perdendo por 2x1 e com um jogador a menos, foi a partir daí que o Japão passou a jogar melhor - da mesma forma que contra a Síria na fase de grupos. Para recompor a defesa, Maeda deu lugar a Iwamasa. Não passou muito tempo e o Japão empatou mais uma vez. Okazaki recebeu na entrada da área e tentou dominar; a bola ficou com Kagawa, que se livrou do zagueiro e chutou sem chance para o goleiro.

O Japão dominava mesmo com um homem a menos, enquanto o Qatar tentava os contra-ataques. Parecia que os donos da casa queriam mais ir pra prorrogação, pra explorar o maior cansaço dos adversários. Aos 44 minutos, Kagawa recebeu na área um belo passe de Hasebe, driblou o goleiro e foi derrubado por trás antes de poder chutar para o gol livre. Mas a bola sobrou para Inoha, que fez o gol da virada.

Finalmente brilhou na Copa da Ásia a nova estrela do futebol japonês, Shinji Kagawa. Com apenas 21 anos, ele já é um dos destaques do Borussia Dortmund, que lidera com folga o Campeonato Alemão. O Japão mostrou uma incrível capacidade de reação jogando sob forte pressão e com um jogador a menos - de novo. Okazaki e Inoha substituíram bem Matsui e Uchida, enquanto Iwamasa está recuperado de lesão e poderá ser titular no próximo jogo. Honda apareceu mais como um criador do que finalizador, dando passes importantes para os dois primeiros gols. Pelo lado negativo, Maeda - de novo - pouco apareceu, Kawashima não mostrou muita segurança e a defesa mais uma vez cometeu falhas que quase custaram caro. O adversário dos japoneses na semifinal será o vencedor de Irã x Coreia do Sul.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Japão 5x0 Arábia Saudita: Goleada deixa os Samurais Azuis em primeiro no grupo

Okazaki (9) marcou três gols em sua primeira partida como titular no torneio / Foto: AFP

O que era pra ser a partida decisiva do Grupo B, entre os favoritos Japão e Arábia Saudita, acabou sendo um passeio no parque. Desmotivada com a eliminação precoce, a seleção saudita não ofereceu muita resistência e foi facilmente goleada por 5x0. O desânimo da seleção árabe se refletiu também nas arquibancadas - apenas 2.000 torcedores compareceram ao Al Rayyan Stadium, na cidade de Al Rayyan. A maioria, claro, japoneses.

Arábia Saudita no 4-4-2 e Japão no 4-2-3-1

O Japão teve duas baixas para a partida: o goleiro Kawashima, expulso no jogo anterior, e Matsui, que distendeu um músculo na coxa e está fora da Copa da Ásia. Nishikawa foi para o gol e Okazaki jogou na ponta direita. Honda foi poupado e Kashiwagi entrou em seu lugar.

O primeiro gol já saiu com 7 minutos de jogo. Endo lançou Okazaki, que recebeu livre, deu um chapéu no goleiro e marcou. Sem muita dificuldade, o segundo saiu aos 12 minutos. Kagawa cruzou, Okazaki mergulhou e fez de cabeça. Aos 18 minutos, já estava 3x0. Nagatomo cruzou pela esquerda e Maeda apareceu na área pra desviar pro gol e enfim desencantar.

Maeda marcou mais um logo no início do segundo tempo, se antecipando ao goleiro para escorar de cabeça o cruzamento de Inoha. Com o vitória garantida, o Japão não precisou se esforçar na segunda etapa, mas ainda cabia mais. A 10 minutos do fim, Okazaki recebeu de Maeda na área e chutou sem chances para o goleiro, fazendo seu hat-trick no jogo.

Com apenas 24 anos, Okazaki já é o 8º maior artilheiro da história do Japão, com 21 gols em 38 partidas. O jogador do Shimizu S-Pulse deve se transferir para o Stuttgart no final do mês. Com a perda de Matsui para o resto da competição, é quase certo que o camisa 9 continuará como titular na fase final.

Para os sauditas, ficou a decepção de ver o time ser eliminado com três derrotas. Os Falcões Verdes, tricampeões da Copa da Ásia e que já foram uma potência do futebol no continente, hoje sofrem com a decadência e a falta de bons jogadores. Demitir o técnico depois da primeira derrota também não ajudou.

Com a vitória, o Japão se classificou em primeiro - graças ao saldo de gols - e joga contra o Qatar nas quartas de final. No outro jogo do grupo, a Jordânia venceu a Síria por 2x1 e garantiu a vaga em segundo lugar para enfrentar o Uzbequistão. Veja como ficou a classificação final:


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

China 2x2 Uzbequistão: Empate classifica uzbeques e elimina chineses

Djeparov é marcado por Zhao Xuri / Foto: AFP

Em uma das melhores partidas da Copa da Ásia até agora, o Uzbequistão encerrou sua participação na primeira fase garantindo o primeiro lugar do Grupo A, com duas vitórias e um empate. A China, que ganhou do Kuwait mas perdeu do Qatar, está eliminada.

A formação inicial das equipes

A única mudança na seleção do Uzbequistão com relação ao último jogo foi a entrada de Novkarov no lugar de Tursunov. A China já veio com cinco mudanças: o goleiro Yang Zhi e o volante Zhao Xuri voltaram ao time depois de ficarem de fora na derrota para o Qatar. O zagueiro Li Xuepeng e os meias Wang Song e Hao Junmin também ganharam a posição.

O Uzbequistão, apesar de ter vencido nas duas primeiras rodadas, ainda não estava garantido na próxima fase. A China precisava da vitória e ainda torcia contra o Qatar na outra partida do grupo.

Com os dois times atacando, as chances de gol não demoraram a aparecer. Aos 2 minutos, Shatskikh perdeu um gol incrível ao chutar pra fora depois de receber um cruzamento na cara do gol. Aos 5, cobrança de falta para a China. Xuepeng cabeceia pro gol e Nesterov faz grande defesa, mandando pra escanteio. Na sequência, a China cobra curto e levanta a bola na área; Yu Hai pega de cabeça, a bola desvia em Akhmedov e engana o goleiro. 1x0 China.

As chances de gol eram criadas e os goleiros apareciam bem pra defender. Zhao Xuri chutou de fora da área e acertou o travessão aos 20 minutos. Aos 29, depois de uma boa troca de passes no ataque uzbeque, Ddjeparov deixou Akhmedov na cara do gol. O zagueiro mostrou a frieza de um centroavante - será que o número 9 que ele usa não é por acaso? - e colocou no canto do goleiro, empatando o jogo para o Uzbequistão. Foi o segundo gol do zagueiro no torneio, que já havia feito um golaço de fora da área na partida de estreia.

A China ainda poderia ter feito o segundo gol em uma jogada de contra-ataque pelo lado direito, onde Junmin cruzou para a cabeçada de Gao Lin. Nesterov fez milagre pra defender.

No segundo tempo, logo aos 30 segundos de jogo, Geynrikh chutou de longe e marcou um golaço. Yang Zhi, um pouco adiantado, não alcançou a bola. Depois de sofrer a virada, a China partiu pro ataque. Com o Qatar vencendo o Kuwait na outra partida que acontecia ao mesmo tempo, os chineses precisavam de mais três gols. E não demorou pra sair o empate. Junmin - o único que joga fora do seu país, no Schalke 04 - cobrou falta com perfeição e acertou no ângulo, sem chance para o goleiro. Mais um golaço e 2x2 no placar.

Dois minutos depois, o terceiro gol não saiu por muito pouco. Wang Song cruzou e Gao Lin, livre na pequena área, mergulhou para cabecear, mas a bola foi pra fora. A China pressionava, mas Nesterov, que estava num grande dia, fechou o gol.

Como primeiro colocado do Grupo A, o Uzbequistão enfrenta nas quartas de final o segundo colocado do Grupo B, que tem Japão, Jordânia e Síria ainda disputando duas vagas. O Qatar, que venceu o Kuwait por 3x0, ficou com o segundo lugar e pega o vencedor do Grupo B. Veja como ficou a classificação:


domingo, 16 de janeiro de 2011

Irã 1x0 Coreia do Norte: Team Melli é o primeiro classificado para a segunda fase

Ansari Fard (10) fez o gol da vitória do Irã / Foto: AFP

O Irã esteve longe de ser brilhante, mas venceu a decepcionante Coreia do Norte e é a primeira equipe a garantir a classificação para as quartas de final da Copa da Ásia. A partida foi realizada no Qatar Sports Club Stadium, com um público de pouco mais de 6.000 torcedores.

A formação inicial das equipes

O técnico iraniano Afshin Ghotbi escalou um time bem diferente daquele que venceu o Iraque na primeira rodada. Além de mudar o esquema do 4-4-2 para um 4-5-1, tiveram quatro mudanças entre os titulares: Nouri no meio-campo, Heidari na ponta direita, Khalatbari na ponta esquerda e o jovem Ansari Fard, de 20 anos, na frente. A Coreia do Norte, que agora adota um 4-4-2 mais tradicional - na Copa do Mundo, eles jogavam com cinco zagueiros -, também teve mudanças com relação ao primeiro jogo. Começaram como titulares o zagueiro Ri Jun Il e o meia Mun In Guk.

O que chamou a atenção, além da atuação abaixo do esperado do Irã e da aparente falta de ímpeto ofensivo da Coreia do Norte foi a arbitragem polêmica de Abdula Shukralla, do Bahrein. No primeiro tempo, Ansari Fard recebeu lançamento na área, ganhou do zagueiro e mandou pro gol, mas a jogada foi anulado pelo árbitro, que viu falta do atacante iraniano no lance. No segundo tempo, Jong Tae Se foi derrubado na área, mas nada foi marcado.

Aliás, foi Tae Se quem mais causou perigo ao gol do Irã. Porém, como a Coreia não criava e a bola pouco chegava aos seus pés, a única boa chance do atacante foi em uma cobrança de falta, onde ele chutou forte e o goleiro Rahmati defendeu.

A partida não empolgava e o 0x0 era merecido. No segundo tempo, quando parecia que nada ia mudar, entra o atacante Rezaei no lugar do lateral Nosrati no Irã. Com isso, Heidari recuou para a lateral direita e Rezaei jogou na ponta direita. A tentativa de deixar o time mais ofensivo deu certo e o gol saiu logo em seguida, apesar de que foi pelo lado esquerdo: depois de uma cobrança rápida de lateral, Nouri cruzou e Ansari Fard desviou para o gol, tirando do goleiro Myong Guk.

Perdendo o jogo, o técnico norte-coreano mexeu no time, mas estranhamente quem saiu foi Tae Se para a entrada do atacante Pak Chol Min. A limitação da Coreia do Norte em criar jogadas no ataque ficou evidente, e só nos acréscimos eles tiveram uma boa chance de conseguir o empate: depois de pressionar e tocar a bola na frente da área iraniana, Hyong Jo dominou e chutou no travessão.

Com isso, o Irã está garantido na próxima fase, enquanto a Coreia do Norte precisa vencer o Iraque e torcer para que os Emirados Árabes não vençam o Irã. Mas com esse futebol nada ousado é difícil acreditar que eles possam ganhar de alguém...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Austrália 1x1 Coreia do Sul: Empate no duelo dos favoritos

Park Ji Sung e Luke Wilkshire disputam a bola / Foto: Kin Cheung

Austrália e Coreia do Sul fizeram um jogo de "Copa do Mundo" pelo Grupo C, onde ninguém saiu vencedor. Os dois times com estilos de jogo diferentes: a Austrália é mais física, busca a linha de fundo e os cruzamentos para Cahill e Kewell, enquanto a Coreia é mais leve e rápida, toca bem a bola e faz jogadas em velocidade. O público esteve acima da média desta Copa da Ásia - 15.000 pessoas no Al Gharafa Stadium, em Doha, Qatar.

 
A formação inicial das equipes

A Austrália entrou em campo com a mesma equipe que derrotou a Índia na primeira rodada em ritmo de treino. Na Coreia do Sul, a única mudança foi a entrada do zagueiro Jae Won no lugar de Tae Hwi, que foi expulso na partida contra o Bahrein.

A Coreia do Sul tomou a iniciativa no início, mas a Austrália foi quem mais assustou quando chegou ao ataque. Aos 6 minutos, cobrança de falta na área e a bola sobrou para Kewell que, na frente do gol, chutou pra fora.

Aos 23 minutos, a Coreia aproveitou um momento de indecisão da defesa adversária pra abrir o placar. Dong Won recebeu lançamento na área, dominou e tocou para Koo Ja Cheol, livre no meio da área, que mandou no canto de Schwarzer. Foi o terceiro gol de Ja-Cheol no torneio, que seria o artilheiro se Ismael Abdulatif, do Bahrein, não tivesse marcado quatro vezes na vitória por 5x2 contra a Índia na outra partida do grupo. Por pouco não saiu o segundo gol 3 minutos depois. Young Pyo fez boa jogada pela esquerda e tabelou com Dong Won, mas Schwarzer defendeu.

Kewell teve mais duas oportunidades de marcar na primeira etapa, uma em cobrança de falta e outra em um chute da entrada da área, mas em ambas ele apenas assustou o goleiro Sung Ryong, mandando pra fora. Cahill, meio sumido, também teve sua chance: recebeu livre na cara do goleiro, mas Cha Du Ri fez o desarme no último instante e salvou a pátria sul-coreana.

A partida continuou equilibrada no segundo tempo, e aos 16 minutos saiu o gol de empate da Austrália. Depois de uma cobrança de escanteio, a bola sobrou para Neil, que cruzou no meio da área. O goleiro saiu mal e Jedinak cabeceou para as redes. A Coreia teve mais algumas chances de fazer o segundo, mas Schwarzer sempre apareceu bem pra defender.

Foi um bom jogo, como se espera quando dois candidatos ao título se enfrentam. Se fosse uma luta de boxe os coreanos provavelmente venceriam por pontos, mas não dá pra dizer que o empate foi injusto. Se Kewell estivesse num dia melhor e acertasse a pontaria, os australianos também poderiam ter vencido. De qualquer forma, é possível que as duas equipes se encontrem novamente em uma eventual final. A classificação está mais fácil para a Coreia do Sul, que vai enfrentar a limitada seleção da Índia. Já a Austrália precisa de pelo menos um empate contra o Bahrein, que deu trabalho aos coreanos.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Síria 1x2 Japão: Com um a menos, Japão consegue vitória suada

Honda e Matsui comemoram o gol da vitória / Foto: AFP

Em uma grande partida pela segunda rodada do Grupo B, o Japão derrotou a Síria, assumiu a liderança do grupo e só precisa derrotar a já eliminada Arábia Saudita para se classiificar em primeiro lugar.

A formação inicial das equipes

O italiano Alberto Zaccheroni escalou exatamente o mesmo time que empatou com a Jordânia na estreia. O técnico romeno da Síria, Valeriu Tita, fez apenas uma mudança na equipe que venceu a Arábia Saudita: o atacante Malki deu lugar ao meia Aouad. Teoricamente a formação não mudou, mas ficou clara uma postura mais defensiva dos sírios.

Assim como no jogo passado, o Japão foi pro ataque desde o início, pressionava muito mas criava poucas chances de gol. A Síria se defendia bem, mas ao contrário da Jordânia, também ia pro ataque de vez em quando.

Só que, desta vez, de tanto insistir o Japão conseguiu o seu gol. Aos 34 minutos, Honda avançou pela direita até a linha de fundo e cruzou rasteiro. Kagawa recebeu na entrada da área, driblou dois e chutou em cima do goleiro. No rebote, Matsui ajeitou para Hasebe, que mandou pro gol. Gol chorado, 1x0 Japão.

Por todo o domínio que teve no primeiro tempo, o placar poderia ser ainda maior. Maeda mais uma vez decepcionou, perdendo várias oportunidades e mostrando que centroavante ainda é um problema para o Japão. A Síria ainda não tinha um único chute a gol.

O segundo tempo começou num ritmo bem mais lento. Para deixar o time mais ofensivo, Valeriu Tita colocou o atacante Al Khatib no lugar de Aouad. Logo depois trocou um atacante por outro: Al Zino por Malki. Zaccheroni também fez uma mudança: Okazaki no lugar de Kagawa.

Apesar de atacar mais, a Síria só conseguiu seu gol graças a uma lambança da defesa japonesa. Aos 24 minutos, Hasebe e Nagatomo se desentenderam em um recuo de bola, que ficou na fogueira pra Kawashima tirar com os pés, mas o chute saiu fraco e, na dividida entre Konno e Al Khatib, a bola sobrou para Malki, livre e sem goleiro. Kawashima mergulhou nos pés do atacante sírio e o derrubou. O bandeirinha marcou impedimento, mas o árbitro decidiu expulsar Kawashima e marcar pênalti. Maeda saiu para a entrada do goleiro reserva, Nishikawa. Depois de mais de 5 minutos de jogo parado, Al Khatib cobrou bem a penalidade e empatou a partida. Festa total dos sírios, que comemoraram se ajoelhando em direção a Meca, conforme os costumes muçulmanos.

A partir daí, o jogo ficou emocionante. Com um jogador a mais, a Síria buscava a vitória. Porém, incrivelmente, o Japão melhorou com um jogador a menos. Seria por causa da ausência do inoperante Maeda? Seria por causa da entrada de Okazaki, que deu mais velocidade e movimentação ao ataque japonês? De qualquer forma, os dois times foram pra frente, pois a vitória seria essencial para as chances de classificação das duas seleções.
 
Aos 35 minutos, Okazaki foi derrubado na área e o árbitro deu pênalti. Honda foi pra cobrança e chutou mal, quase no meio do gol, mas a bola passou bem no meio das pernas do goleiro e entrou. Com a Síria atacando desesperadamente e o Japão levando perigo em contra-ataques, a partida teve um final empolgante. Já aos 49 minutos, Okazaki foi derrubado na entrada da área por Sabagh, que levou cartão amarelo. Antes da cobrança, o sírio avançou da barreira, levou outro amarelo e foi expulso.

Aos 52 minutos, o juiz encerrou o jogo. Estranhamente, quando a Síria estava no ataque, perto da linha de fundo prestes a cruzar a bola na área.

Foi mais uma partida onde o Japão dominou um adversário mais fraco, mas desta vez a vitória veio, mesmo que de forma sofrida. No geral, foi uma performance melhor do que contra a Jordânia, o que mostra a evolução do time e deixa claro que não ter feito nenhum amistoso de preparação foi um erro. Erros bobos na defesa quase custaram a vitória. Outro ponto é no ataque: Maeda não mostrou nada em duas partidas, enquanto Okazaki entrou bem e deu outra dimensão ao ataque nipônico. Talvez seja hora de uma mudança, mesmo que Okazaki esteja mais familiarizado a jogar pelas pontas do que como centroavante. Seria possível um ataque com Kagawa, Honda, Matsui e Okazaki?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Uzbequistão 2x1 Kuwait: Uzbeques vencem mais uma e ficam muito perto da classificação

 Server Djeparov comanda mais uma vitória da seleção uzbeque / Foto: AFP

Pela segunda rodada da Copa da Ásia, o Uzbequistão venceu o Kuwait por 2x1 e está muito perto da classificação para a segunda fase. Com o resultado da outra partida do Grupo A - China 0x2 Qatar, o Uzbequistão lidera o grupo e pode se classificar até com uma derrota na terceira partida, dependendo dos resultados.

Uzbequistão no 4-2-3-1 e Kuwait no 4-4-2

O técnico uzbeque Vadim Abramov mudou o time que derrotou o Qatar na primeira rodada. Andreev começou jogando na lateral esquerda e Tursunov na ponta direita. Shatskikh foi deslocado para o meio e Djeparov para a meia esquerda. Adotando uma formação mais ofensiva, o cauteloso 4-5-1 do primeiro jogo tornou-se agora um mais incisivo 4-2-3-1, que deu mais liberdade ao capitão e cérebro do time, Server Djeparov, e permitiu comandar o ritmo da partida até o final.

Jogando para um público de pouco mais de 3.000 torcedores no Al Gharafa Stadium, em Doha, o Uzbequistão começou tomando a iniciativa de atacar, enquanto o Kuwait esperava por uma oportunidade no contra-ataque.

Um lance curioso foi quando Djeparov cobrou um escanteio para ele mesmo. A ideia da "jogada ensaiada" era que o primeiro toque já tinha sido dado pelo jogador que estava ajeitando a bola antes, mas o bandeirinha não validou o lance.

Aos 40 minutos, a superioridade dos Lobos Brancos finalmente se transformou em gol. Falta para o Uzbequistão na entrada da área. Antes da cobrança, Djeparov sinaliza para dois jogadores de seu time ficarem do lado da barreira do Kuwait. Shatskikh cobra direto, a bola bate nas costas de Haydarov, que estava do lado da barreira, engana o goleiro e entra. Seria mais uma jogada ensaiada? Provavelmente não, mas deu certo. E é incrível como aconteceram gols onde a bola desviou em um jogador e enganou o goleiro nesta Copa da Ásia. Mas esta foi a primeira vez onde a bola desviou em um jogador do próprio time que marcou.

No segundo tempo, o Kuwait veio como uma mudança: Hamad entrou no lugar de Jarah. Logo aos 2 minutos, ele já sofreu um pênalti, que Bader converteu e empatou o jogo. Mas a reação parou por aí.

Aos 19 minutos, em uma boa troca de passes do Uzbequistão no ataque, apareceu mais uma vez a estrela do time, Djeparov. Depois de tocar e receber de volta de Hasanov - que entrou no lugar de Shatskikh após o empate do Kuwait -, de fora da área, ele pegou de primeira e chutou colocado no canto, sem chance para o goleiro. 2x1 Uzbequistão, que a partir daí não teve dificuldades em segurar o placar. Mantendo a posse de bola no campo de ataque, o Kuwait pouco ameaçou.

O gol de empate chegou perto apenas em uma jogada onde Ahmad, que tinha entrado no lugar do lateral Fahad, recebeu um cruzamento livre na frente do goleiro, pegou de primeira, meio desajeitado, e mandou pra fora. Uma chance incrível que foi desperdiçada. Pior para o Kuwait, que agora ficou numa situação complicada, com duas derrotas.

Por outro lado, o técnico do Uzbequistão está confiante e pensa até em título: "Acho que podemos surpreender e espero que o Uzbequistão seja o campeão. Há muitos outros bons times e vai ser difícil, mas espero que sejamos campeões."

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Iraque 1x2 Irã: De virada, Irã vence os campeões

O atacante iraniano Mohammed Gholami tenta marcar / Foto: AFP

O Iraque, apesar de não ser uma grande força no futebol asiático, é o atual campeão da Copa da Ásia, com o seu primeiro e único título conquistado em 2007. O tricampeão Irã tem mais tradição, mas sofre de uma certa decadência e não vence o torneio desde 1976. Em suas estreias pelo Grupo D, as duas equipes fizeram um jogo bem movimentado, com os dois times atacando e um certo clima de rivalidade entre os países vizinhos que estiveram em guerra nos anos 80.

O público, como de costume na competição realizada no Qatar, deixou a desejar. Apenas 10.000 torcedores estavam presentes no Qatar Sports Club Stadium, em Doha.

 
A formação inicial das equipes - Iraque de branco e Irã de vermelho

O Iraque foi melhor no início da partida e merecidamente fez o primeiro gol logo aos 12 minutos. Mahdi cruzou pela esquerda, o goleiro iraniano ficou indeciso ao sair e ficou pelo meio do caminho; Emad cabeceou e Younis, em cima da linha, só empurrou pro gol. O jogo era bom, com muitas chances para os dois lados. O Irã foi melhorando aos poucos e equilibrando as ações. Até que, no final do primeiro tempo, saiu o gol de empate. A defesa iraquiana afastou mal e a bola ficou com Andranik, que lançou para Rezaei, livre, chutar cruzado na saída do goleiro.

O segundo tempo começou devagar, mas os times foram se jogando mais ao ataque, em busca da vitória. Quem passou a jogar melhorar e criar mais chances foi o Irã, que teve 61% de posse de bola. até que veio a não tão surpreendente virada. Aos 39 minutos, Mobali cobrou falta na área, a bola passou por todo mundo e entrou direto, enganando o goleiro Mohammed.

Na próxima rodada, o Iraque enfrenta os Emirados Árabes, enquanto o Irã joga contra a Coreia do Norte. Com o empate em 0x0 na outra partida, o Team Melli - a forma que os iranianos falam "seleção" - larga na frente do grupo, enquanto os Leões da Mesopotâmia ficam numa situação mais difícil pra defender o título. Mas pelo futebol apresentado, tanto Irã quanto Iraque têm totais condições de avançarem para a próxima fase.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Índia 0x4 Austrália: Jogando pro gasto, Socceroos estreiam com vitória fácil

Brett Holman da Austrália passa por Steven Dias da Índia / Foto: Getty Images 

Pelo Grupo C da Copa da Ásia, a Austrália, uma das favoritas ao título, estreou contra a Índia, maior candidato a saco de pancadas do torneio, para um público de 11.000 pessoas no Al Sadd Stadium, em Doha. Os indianos não tinham um retrospecto favorável, colecionando derrotas nos últimos jogos: 5x0 para os Emirados Árabes, 9x0 para o Kuwait, 6x3 para o Iêmen... A expectativa era de uma goleada histórica, mas os australianos fizeram apenas o suficiente para garantir uma vitória tranquila.

Menos mal para os indianos, que até não acharam tão ruim o resultado: "Acho que meu time esteve muito bem hoje. Vocês estariam orgulhosos da nossa performance se estivessem no meu lugar hoje", declarou o técnico inglês Bob Houghton. "Ninguém gosta de perder de 4x0, mas no geral foi uma boa experiência para nós", concluiu.

Com um time jovem e inexperiente, a Índia peca também pelo vigor físico de seus jogadores, o que deixa as coisas ainda mais difíceis para enfrentar um adversário forte fisicamente como a Austrália. Seus destaques são o goleiro Subrata Paul e o atacante Sunil Chhetri, a esperança de gols que joga no Kansas City da Major League Soccer - o único da seleção indiana que atua fora do país.

 
A formação inicial das equipes

Sem poder contar com Joshua Kennedy que, machucado, está fora da Copa da Ásia, o técnico alemão Holger Osieck decidiu jogar sem um centroavante fixo, com Tim Cahill no ataque junto com Harry Kewell.

Como era de se esperar, a Austrália foi pra cima, e não demorou pra abrir o placar. Aos 11 minutos, Emerton recebeu pela direita e cruzou rasteiro pra Cahill, sempre ele, fazer 1x0. O jogo foi decidido ainda no primeiro tempo, com mais dois gols. Kewell chutou de fora da área pra fazer o segundo e Holman completou um cruzamento de cabeça pra fazer 3x0, depois de uma falha do goleiro Subrata ao sair do gol.

No segundo tempo, os australianos só administraram o placar e levaram o jogo em ritmo de treino. Mas ainda deu pra fazer o quarto: em falta cobrada por Wilkshire, Cahill subiu mais que vários indianos e marcou de cabeça. Um fato curioso é que todos os gols da Austrália saíram em jogadas pelo lado direito - com duas assistências de Wilkshire e duas de Emerton.

A cinco minutos do fim, a Índia teve a única chance de gol na partida, quando Chhefri recebeu um lançamento em velocidade, invadiu a área mas foi travado na hora do chute. Uma pena para a torcida local, que sempre se agitava quando a Índia tentava fazer algo no ataque.

Na próxima rodada, a Austrália terá seu verdadeiro teste contra a Coreia do Sul, numa das partidas mais esperadas da primeira fase e que deve decidir o primeiro lugar do grupo. Os sul-coreanos também estrearam com vitória, batendo o Bahrein por 2x1.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Japão 1x1 Jordânia: Gol nos acréscimos salva os japoneses da derrota

Yoshida fez o gol salvador / Foto: Getty Images

O Japão, que também vai participar da Copa América, estreou na Copa da Ásia contra a modesta seleção da Jordânia. Apesar de todo o favoritismo dos japoneses, o resultado final foi o mesmo das outras duas únicas vezes que os países já se enfrentaram: 1x1. Mesmo dominando a partida com 68% de posse de bola, foram poucas as oportunidades de gol para os Samurais Azuis, que só evitaram uma inesperada derrota graças ao gol salvador do zagueiro Yoshida nos acréscimos do segundo tempo.

 
A formação inicial das equipes

O ponto forte do Japão é o meio-campo, que tem ótimos jogadores como Honda, do CSKA Moskow e Kagawa, destaque da Bundesliga pelo líder Borussia Dortmund, além dos experientes Hasebe, Endo e Matsui. No ataque, permanece um ponto de interrogação: na Copa do Mundo, foi Honda quem jogou na frente a maior parte do tempo, num improviso que até deu certo. Contra a Jordânia, era bem provável que entraria um centroavante de ofício, só ficou a dúvida de quem seria. Maeda, artilheiro da J-League, foi o titular.

Na defesa, mais problemas: os dois zagueiros titulares em 2010, Nakazawa e Tulio Tanaka, contundidos, nem viajaram ao Qatar. Iwamasa e Makino também se machucaram e ficaram de fora da estreia. Os titulares foram Konno e Yoshida. Nas laterais e no gol, sem surpresas.

Correndo por fora, a Jordânia contava com o apoio da torcida local - apesar do pequeno público, pouco mais de 6.000 pessoas. Com o time bem fechado e também graças à aparente falta de ritmo dos adversários, eles iam esfriando o jogo. Até que, no final do primeiro tempo, Hasan Abdel Fatah recebeu passe de Amer Deeb, deixou Endo no chão e chutou pro gol. A bola desviou em Yoshida e enganou Kawashima. Muita festa dos jordanianos.

No segundo tempo, a Jordânia voltou disposta a se defender ainda mais e segurar a vantagem até o fim. O técnico italiano Alberto Zaccheroni tirou Maeda, que pouco fez no primeiro tempo, e colocou Lee. Mas nada mudou - o Japão continuou dominando mas não criava boas chances. Quando a bola ia no gol, o goleiro jordaniano Shafi sempre aparecia bem. Eram muitos cruzamentos e tentativas de penetração pelo meio que nunca davam certo contra um adversário que usava nove jogadores defendendo e um atacante isolado na frente.

Quando Okazaki entrou no lugar de Matsui, o Japão ganhou um pouco mais de movimentação pelos lados. Okazaki ficou na ponta esquerda, Kagawa no meio e Honda na direita, com Lee como centroavante. Quanto mais o tempo passava, mais o Japão pressionava e mais a Jordânia se segurava. Parece que o fato de não ter feito nenhum amistoso de preparação prejudicou os japoneses, que claramente não mostravam o entrosamento ideal.

Já nos acréscimos, Honda saiu para a entrada de Fujimoto. Desesperado e só jogando a bola na área, o Japão finalmente conseguiu marcar. Depois de cobrança curta de escanteio, Hasebe cruzou e Yoshida se redimiu ao marcar o gol de empate. Por pouco não saiu o gol da virada na sequência, mas Lee desperdiçou a chance.

O próximo confronto do Japão é contra a Síria, que derrotou a Arábia Saudita por 2x1, enquanto os jordanianos jogam contra os sauditas.


sábado, 8 de janeiro de 2011

Copa da Ásia: Qatar dá vexame em casa e perde para o Uzbequistão



Depois de ser escolhido para sediar a Copa de 2022, o mundo passou a olhar com mais atenção para o Qatar, aquele país de construções exuberantes e grandiosas que prometeu estádios igualmente majestosos para a Copa. E a tradição no futebol, onde fica? Se faltam craques ou pelo menos bons jogadores, eles começaram "importando" estrangeiros: o volante ganês Lawrence Quaye, o meia brasileiro Fábio César e o atacante uruguaio Sebastián Soria. O técnico é o francês Bruno Metsu, o mesmo que levou o Senegal às quartas de final da Copa de 2002. A Copa da Ásia, realizada no Qatar, passou a ser uma boa oportunidade de conhecer melhor essa seleção.

 
A formação inicial das equipes

O jogo de abertura, Qatar x Uzbequistão (respectivamente, 114º e 109º no ranking da FIFA) prometia mais em termos de curiosidade do que de bom futebol. Realizada no Khalifa International Stadium, que não estava lotado - estima-se que 37.000 dos 50.000 lugares estavam ocupados -, a partida começou equilibrada, mas quem mais levou perigo foi o Uzbequistão, que acertou um chute na trave logo aos 6 minutos com o atacante Aleksandr Geynrikh e, em seguida, perdeu uma chance incrível: depois de um cruzamento rasteiro pela direita, o goleirão caiu pra defender mas bizarramente não alcançou a bola, que ficou livre para Jasur Hasanov, mas, com o gol livre, ele demorou pra chutar e ainda mandou pra fora. Só no final do primeiro tempo que o Qatar assustou, numa cobrança de falta do brasileiro Fábio, que bateu na trave.

Na segunda etapa, o Qatar quase marcou em uma jogada muito estranha: a defesa usbeque afastou mal, o goleiro não conseguiu segurar e perdeu a bola pra Soria, que rolou pra trás pra Abdulrahman, que não conseguiu mandar a bola para o gol sem goleiro.

Mas quem dominava e criava mais era o Uzbequistão. Até que Ahmedov arriscou um chute de muito longe, a bola bateu no travessão e entrou. Um golaço e 1x0 no placar, para a decepção dos donos da casa. O Qatar ainda tentava uma reação mas, a menos de 15 minutos do fim, veio o balde de água fria: em uma falha incrível, o jogador do Qatar tenta passar para o zagueiro que estava na frente da sua própria área, mas a bola vai para o capitão do time adversário, Server Djeparov, que não desperdiça e define: 2x0.

Depois dessa derrota, só resta ao Qatar tentar alguma coisa contra os outros adversários do grupo, teoricamente mais fortes que o Uzbequistão: Kuwait e China (102º e 87º no ranking da FIFA), para evitar uma vergonha ainda maior. Caso se confirme um fracasso nessa Copa da Ásia, há o consolo que ainda faltam 11 anos para o mundial. Fazendo uma comparação, o Japão não tinha nem liga profissional 11 anos antes de sediar a Copa de 2002 e conseguiu fazer um bom papel. Tempo e dinheiro - principalmente dinheiro - eles têm de sobra.


quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Arsenal 0x0 Manchester City: Melhor defesa do campeonato garante o empate

Apesar de todos os milhões gastos em contratações para esta temporada, o Manchester City se contentou em jogar um futebol defensivo e pragmático para garantir um empate no Emirates Stadium. A proposta do técnico Roberto Mancini foi clara: defender a todo custo desde o início e, se possível, tentar algo no contra-ataque. Na frente, pouco conseguiram fazer - o goleiro Fabianski não precisou defender um único chute -, mas o time mostrou por que tem a melhor defesa da Premier League - apenas 16 gols sofridos em 22 jogos.

Para o Arsenal, ficou a frustração de sair de campo sem ter marcado gols mesmo com um domínio completo e inúmeras chances criadas. A vitória bateu na trave - três vezes.

A formação inicial das equipes

Com o mesmo time que venceu o Chelsea por 3x1 e o Birmingham por 3x0 na semana passada, Wenger parece ter encontrado sua escalação ideal - Arshavin foi pro banco graças a atuações irregulares e à boa fase de Nasri e Walcott. O City veio sem David Silva e Mario Balotelli, ambos com lesões no joelho. Tévez e Jô comandaram o ataque.

Pressionando desde o início, parecia que o gol do Arsenal sairia em pouco tempo. Logo no primeiro minuto, depois de um chute cruzado de Wilshere, Van Persie não alcançou a bola por centímetros e perdeu a chance de frente pro gol vazio. O holandês ainda acertou um chute na trave alguns minutos depois. Trave, aliás, que seria carimbada novamente, num chute de Fabregas. No rebote, Walcott também manda no poste - apesar de que já estava impedido.

No segundo tempo, o panorama não mudou: o Arsenal continuou atacando com tudo e o City se segurava - até mesmo Tévez voltava pra marcar. Hart fez uma linda defesa num chute de longe de Van Persie que passou perto do ângulo.

Arshavin e Bendtner entraram no lugar de Walcott e Wilshere. Porém, com o russo ainda pouco inspirado e o dinamarquês jogando mais na ponta - ao invés de dentro da área, como se espera dele normalmente -, o tempo passava e o placar não mudava.

Já perto dos acréscimos, com a expulsão de Zabaleta e Sagna, que trocaram ameaças e empurrões, quem se deu bem foi o City, que ganhou um tempo precioso e ainda quebrou o ritmo ofensivo do adversário.

Apesar de ter jogado como time pequeno, defendendo o tempo todo - não é o que se espera de um time com pretensões de ser campeão -, o City foi competente. Fez pouco pra ganhar o jogo, mas conseguiu seu objetivo e voltou pra casa com um empate com sabor de vitória, além de manter a vice-liderança da Premier League.

Para o Arsenal, resta o consolo de que o time finalmente está voltando a jogar bem e dominou os dois últimos "grandes jogos" contra concorrentes ao título. O porém é que a defesa pouco foi testada e Vermaelen continua de fora - além da incógnita, Fabianski, no gol.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Kashima Antlers 2x1 Shimizu S-Pulse: Kashima campeão da Copa do Imperador

A comemoração do título / Foto: Site oficial do Kashima Antlers

Depois de um decepcionante 4º lugar na J-League que interrompeu uma sequência de três títulos seguidos, o Kashima Antlers salva a temporada com o título da Copa do Imperador, o segundo torneio mais importante do Japão, e de quebra ainda ganha uma vaga para a Liga dos Campeões da Ásia.

Oswaldo de Oliveira, técnico do Kashima desde 2007, ficou emocionado após a partida. Pra ele, foi uma temporada com muitas dificuldades, onde seu time empatou demais e perdeu o título da J-League para o Nagoya Grampus

"Eu tenho muita confiança no time. Aqui no Japão, nós sempre conseguimos dominar os adversários e criar oportunidades. Este título confirma a superioridade do Kashima em campo." - declarou o brasileiro.

Foi o 7º título em quatro anos de trabalho - 3 J-Leagues, 2 Copas do Imperador e 2 Supercopas -, o que confirma o Kashima Antlers como o time mais vencedor do Japão nos últimos anos. Agora só fica faltando o título da ACL, que o Kashima nunca conseguiu vencer.

Kashima no 4-2-2-2 e Shimizu no 4-3-3

O Antlers entrou em campo com a equipe que iniciou o segundo tempo da semifinal contra o FC Tokyo - Koji Nakata improvisado como zagueiro e Aoki ao lado de Ogasawara no meio.

Tomando a iniciativa desde o início, o Kashima criou as primeiras oportunidades. Logo nos primeiros minutos, Osako recebeu livre na grande área, mas não conseguiu dominar a bola e o goleiro saiu pra defender. Aos 14, Koroki teve uma grande chance de marcar depois de receber passe de Osako, mas chutou em cima do goleiro Yamamoto.

Só aos 19 minutos que o Shimizu criou uma boa jogada. Okazaki recebeu lançamento e avançou pela esquerda, cruzou rasteiro pra área, mas o norueguês Frode Johnsen, veterano de 36 anos, deu uma bela furada e perdeu o gol.

Aos 25, escanteio para o Kashima. Ogasawara cobra e o brasileiro Fellype Gabriel, ex-Flamengo e Portuguesa, marca de cabeça - 1x0.

As equipes voltaram para o segundo tempo sem nenhuma alteração, porém jogando bem mais ofensivamente, buscando o gol. O Shimizu tentava o empate, mas foi o Kashima que quase ampliou o placar em uma jogada de contra-ataque. Nozawa chutou de fora da área e Yamamoto fez boa defesa. Em seguida, o gol de empate não saiu por pouco. Johnsen ganhou do zagueiro e cebeceou depois de um cruzamento de Ono, o goleiro rebateu e Okazaki não teve espaço pra marcar no rebote. Depois do bate-rebate na pequena área, a defesa afastou o perigo.

O Shimizu continuou insistindo até conseguir o empate: depois de um lançamento do campo de defesa, Johnsen recebeu livre e, da entrada da área, só deu um toquinho por cima do goleiro pra fazer um belo gol.

Os dois times buscavam a vitória, e os técnicos fizeram suas alterações para tentar decidir o jogo: pelo Kashima, Motoyama entrou no lugar de Fellype Gabriel; pelo Shimizu, Teruyoshi Ito entrou no lugar de Masaki Yamamoto. Interessante notar que Ito, com 36 anos, é o único jogador a participar de todas as temporadas da J1 desde que foi fundada, em 1993. Ele também foi o carrasco do Brasil nas Olimpíadas de Atlanta, quando fez o gol da surpreendente vitória do Japão por 1x0.

O gol da vitória quase saiu quando Koroki ficou livre e chutou à queima-roupa, graças a uma bobeada do zagueiro Iwashita. A bola explodiu na trave. Em seguida, falta na entrada da área para o Kashima. Nozawa manda perto do ângulo e o goleiro não alcança. 2x1 no placar aos 32 do segundo tempo.

O Shimizu tentava o gol a qualquer custo, e mais uma vez perdeu uma grande chance. O lateral Ota passou por Araiba e cruzou pra área. A bola passou na frente de Okazaki e Johnsen, que não alcançaram por pouco.

O técnico Kenta Hasegawa tenta sua última cartada: coloca os atacantes Hara e Omae no lugar dos volantes Ono e Honda. Mas não adiantou, o Kashima inteligentemente segurou a bola no campo de ataque e administrou a vantagem até o apito final do juiz, para comemorar seu 4º título na história da Copa do Imperador. O zagueiro Go Oiwa, que não jogou a final mas se aposentou agora do futebol, teve a honra de levantar a taça.