O São Paulo no 4-2-3-1 e o Santos no 4-2-2-2
Com a ausência de Casemiro e o retorno de Dagoberto, Paulo César Carpegiani foi ousado e escalou um time ofensivo, com quatro jogadores de ataque. Na falta de um armador, Dagoberto foi quem assumiu o papel mais parecido com um, como um atacante recuado. Lucas jogou aberto pela direita, Fernandinho pela esquerda e Ricardo Oliveira pelo centro. Mas foi o camisa 25 quem mais se destacou.
Recentemente ele foi muito criticado pela torcida, foi pra reserva e quase foi vendido para o Metalist da Ucrânia. Porém, Carpegiani, que já o conhecia dos tempos de Atlético-PR, conseguiu resgatar seu melhor futebol e trouxe Dagoberto de volta ao time titular. Destaque na partida, marcou dois gols e só não fez o terceiro porque Pará tocou na bola antes e acabou marcando contra. Saiu de campo muito aplaudido no segundo tempo.
O Santos de Marcelo Martelotte vinha empolgado com vitórias contra os concorrentes diretos Fluminense, Atlético-PR e Internacional. O interessante é que, ao contrário do time do primeiro semestre, agora o Peixe mostrava muita segurança na defesa e um ataque sem tantas alternativas. Sem Ganso, o Santos joga em função de Neymar, e o garoto tem sido decisivo.
Neymar brilhou logo aos 3 minutos de jogo, iniciando a jogada do primeiro gol. Zé Eduardo chutou, Rogério não conseguiu segurar e Alan Patrick completou: 1x0. Três minutos depois, veio o gol de empate: Dagoberto marcou de cabeça ao receber passe de Ricardo Oliveira. Com 1,75m, gol de cabeça não é especialidade de Dagoberto. Mas ele ainda marcou outro aos 16 minutos, após mais uma assistência de Ricardo Oliveira. Dois gols que a defesa santista poderia ter evitado.
Os erros defensivos não pararam por aí: aos 19 minutos, Dagoberto invadiu a área e se preparava pra chutar, quando Pará tentou fazer o desarme e acabou mandando pra dentro do próprio gol. Mas os são paulinos tiveram pouco tempo pra comemorar. Aos 20 minutos, Pará se recuperou, fez grande jogada e cruzou pra Zé Eduardo, livre e sem goleiro, apenas empurrar pras redes e diminuir o placar.
20 minutos jogados e cinco gols no placar. O jogo estava muito aberto. Algumas chances ainda foram criadas, mas o primeiro tempo terminou com 3x2 a favor do time da casa. Na segunda etapa, Carpegiani resolveu arrumar sua defesa e colocou Renato Silva no lugar de Lucas. Renato jogou como lateral direito, enquanto Jean foi para o meio-campo.
O Santos pressionava mais e ficou em vantagem numérica quando Richarlyson foi expulso ao fazer uma falta desnecessariamente violenta em Zé Eduardo, aos 13 minutos. A partir daí, o Santos pressionou ainda mais com a entrada do meia Felipe Anderson no lugar de Roberto Brum e Maranhão no lugar de Pará. Fernandinho havia recuado para recompor a defesa, mas ele logo foi substituído por Diogo, lateral esquerdo de origem e que fez ótima partida, é bom lembrar.
Aos 26 minutos, o Peixe conseguiu um pênalti que Neymar converteu, empatando a partida. Mas o Tricolor mostrou que ainda estava vivo e quase fez o quarto gol logo em seguida: livre na frente do goleiro, Jean chutou pra fora. Jean ainda desperdiçou outra grande chance parecida, onde Rafael fez a defesa e a bola bateu na trave. Porém, o camisa 2 são paulino ainda teve seu momento de herói no dia quando, em sua terceira chance de marcar, não desperdiçou e fez de cabeça o gol da vitória aos 48 do segundo tempo.
Uma vitória e tanto para um São Paulo que, mesmo com um a menos, não desistiu de atacar e ainda criou várias oportunidades. Dagoberto deu a volta por cima e se recuperou do mau momento. Ricardo Oliveira, mesmo não marcando gol, foi decisivo nas assistências.
Foi um jogo um tanto anormal para os padrões atuais, parecia uma partida dos anos 50. Um belo espetáculo, mas preocupante pelo setor defensivo das equipes. Nem tanto para o São Paulo, que veio ciente do risco que correria com um time mais ofensivo que o habitual. Já o Santos não mostrou a segurança defensiva dos últimos jogos e foi castigado no final.
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