Enquanto o torcedor japonês se enche de esperança com os últimos resultados da seleção e jovens promessas surgindo e se destacando a todo momento, os clubes da J-League passam por dificuldades. Com pouco dinheiro, eles não conseguem fazer grandes contratações. Seus melhores jogadores estão indo embora pra Europa muito cedo, e o pior: muitos saem de graça.
Okazaki no Stuttgart: atacante veio de graça do Shimizu
Para Cesare Prandelli, que escreve para o Goal.com, isso se deve ao tradicional isolacionismo japonês. Muitos clubes ainda são dirigidos como ramificações das empresas que os originaram, administrados por pessoas sem muita experiência com futebol. A divulgação da J-League fora do país ainda é pouca, e os contratos dos jogadores, que não costumam ser longos, favorecem as chamadas "transferências a zero custo". No passado, era comum que os atletas ficassem vários anos ou toda a carreira no mesmo time, mas hoje já são muitas as transferências mesmo entre os próprios clubes japoneses.
Esse êxodo de jogadores coincidiu com a explosão de Shinji Kagawa no Borussia Dortmund, que foi contratado do Cerezo Osaka por míseros 350.000 euros em julho de 2010. Cinco meses depois, ele já era o destaque do time que liderava com folga a Bundesliga e seu valor já estava estimado em 20 milhões.
Com essa "descoberta" do mercado japonês, vários clubes foram atrás desses jogadores, especialmente os alemães. Hajime Hosogai foi para o Bayer Leverkusen (e emprestado ao Ausburg), Tomoaki Makino para o Colônia, Shinji Okazaki para o Stuttgart, Akihiro Ienaga para o Mallorca, Michihiro Yasuda para o Vitesse... todos de graça.
Um lado positivo da situação é que mais chances aparecem para os jovens jogarem e evoluírem. Além disso, os clubes já estão se mexendo para não perder mais seus principais jogadores sem ganhar um único iene, fazendo contratos mais longos. O Gamba Osaka conseguiu segurar a jovem estrela Takashi Usami, de 18 anos, que interessa ao Bayern Munique. É claro que muitos jogadores inevitavelmente irão para a Europa, mas o mínimo que os clubes podem e devem fazer é ganhar algo com essas transferências.
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