quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dois times ofensivos, um belo jogo e um grande campeão

Apesar da vantagem de dois gols do primeiro jogo, o Santos não foi a Salvador para se defender. Continuou com o seu ofensivo 4-3-3 e, na despedida de Robinho e André, garantiu o título da Copa do Brasil. O Vitória fez o que tinha que fazer - foi pro ataque, criou chances, conseguiu dois gols mas teve a infelicidade de sofrer um em casa.


O rubro-negro precisava de gols. Pra isso, o técnico Ricardo Silva mudou sua formação habitual e escalou Júnior e Schwenck, dois atacantes de área. Ramon e Elkeson faziam a amação com Neto Coruja e Bida dando proteção à defesa, num 4-4-2 que pode-se chamar de 4-2-2-2.

Com o apoio da torcida, o Vitória partiu pro ataque no início do jogo, mas a chuva pesada atrapalhou a criação das jogadas. A melhor chance foi aos 8 minutos, num cruzamento de Schwenck onde Júnior cabeceou pra fora. Aos 18 minutos, Nino se machucou e teve que ser substituído. Entrou o zagueiro Gabriel, que jogou improvisado na lateral direita. A partir daí, o Vitória perdeu o apoio de um dos laterais, o que dificultou mais ainda o seu jogo pelo lado direito.

Aos 28, Schwenck teve a chance de chutar na entrada na área na frente do goleiro, mas Rafael fez boa defesa. O Santos pouco criava, não acertava seus passes rápidos e não incomodava muito. Mas quando chegou ao ataque, foi com perigo.

Aos 40, Elkeson chutou rasteiro de fora da área e a bola passou tirando tinta da trave. Aos 44, Neymar é derrubado perto da linha de fundo. Ele mesmo bate a falta, na barreira. No rebote, Neymar cruza na cabeça de Edu Dracena, que marca o gol. Um gol que tornava a missão do Vitória, que já era difícil, quase impossível. O rubro-negro baiano jogou melhor e teve mais chances de marcar, mas o primeiro tempo terminou 1x0 para o Santos.

Precisando de quatro gols, só restava ao Vitória atacar de qualquer maneira. Aos 6 minutos do segundo tempo, Júnior teve a chance de cabecear na frente do goleiro Rafael, mas mandou a bola pra fora, por cima do gol. Aos 11, em cobrança de escanteio, Ramon escora, Wallace domina no peito e chuta no canto. Gol do Vitória que dá esperança ao torcedor.

Mas foi o Santos que teve a melhor chance. Aos 21, Ganso ficou cara a cara com Viáfara. O goleiro colombiano fez milagre e mandou pra escanteio. Dois minutos depois, mais uma boa chance para o Santos. Marquinhos foi travado por Egídio na hora do chute. Aos 25, Renato, que havia acabado de entrar no lugar de Ramon, cabeceia no travessão.

O Vitória vira o jogo aos 32 minutos, num belo passe de Neto Coruja para Júnior, que chutou na saída de Rafael, por cima do goleiro. Mas foi só. Desgastados pela chuva e pelo campo ruim, os rubro-negros não tiveram forças para pressionar nos minutos finais. O time baiano lutou, jogou com raça mas não foi o suficiente. O Santos foi incontestavelmente o melhor time da competição e levantou a taça com méritos.

O Vitória também teve seus méritos de ter chegado à final, jogando de forma ofensiva, vencendo todos os jogos em casa sem tomar nenhum gol. Só teve o azar de encontrar pela frente um time que também joga no ataque, só que com mais técnica. Vamos ver se os baianos vão sentir essa derrota ou se conseguem uma boa campanha nas competições que ainda disputam esse ano, Brasileiro e Sul-Americana.

Ao Santos, há a preocupação de que o time pode começar a pensar só na Libertadores do ano que vem e esquecer que ainda tem muita coisa pela frente este ano. E, claro, talvez o maior medo do torcedor seja o desmanche da equipe. É inevitável que alguns jogadores saiam, mas que continue o futebol-arte - é muito bom ver um time assim ser campeão no país do 3-5-2.

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