Honda e Matsui comemoram o gol da vitória / Foto: AFP
Em uma grande partida pela segunda rodada do Grupo B, o Japão derrotou a Síria, assumiu a liderança do grupo e só precisa derrotar a já eliminada Arábia Saudita para se classiificar em primeiro lugar.
A formação inicial das equipes
O italiano Alberto Zaccheroni escalou exatamente o mesmo time que empatou com a Jordânia na estreia. O técnico romeno da Síria, Valeriu Tita, fez apenas uma mudança na equipe que venceu a Arábia Saudita: o atacante Malki deu lugar ao meia Aouad. Teoricamente a formação não mudou, mas ficou clara uma postura mais defensiva dos sírios.
Assim como no jogo passado, o Japão foi pro ataque desde o início, pressionava muito mas criava poucas chances de gol. A Síria se defendia bem, mas ao contrário da Jordânia, também ia pro ataque de vez em quando.
Só que, desta vez, de tanto insistir o Japão conseguiu o seu gol. Aos 34 minutos, Honda avançou pela direita até a linha de fundo e cruzou rasteiro. Kagawa recebeu na entrada da área, driblou dois e chutou em cima do goleiro. No rebote, Matsui ajeitou para Hasebe, que mandou pro gol. Gol chorado, 1x0 Japão.
Por todo o domínio que teve no primeiro tempo, o placar poderia ser ainda maior. Maeda mais uma vez decepcionou, perdendo várias oportunidades e mostrando que centroavante ainda é um problema para o Japão. A Síria ainda não tinha um único chute a gol.
O segundo tempo começou num ritmo bem mais lento. Para deixar o time mais ofensivo, Valeriu Tita colocou o atacante Al Khatib no lugar de Aouad. Logo depois trocou um atacante por outro: Al Zino por Malki. Zaccheroni também fez uma mudança: Okazaki no lugar de Kagawa.
Apesar de atacar mais, a Síria só conseguiu seu gol graças a uma lambança da defesa japonesa. Aos 24 minutos, Hasebe e Nagatomo se desentenderam em um recuo de bola, que ficou na fogueira pra Kawashima tirar com os pés, mas o chute saiu fraco e, na dividida entre Konno e Al Khatib, a bola sobrou para Malki, livre e sem goleiro. Kawashima mergulhou nos pés do atacante sírio e o derrubou. O bandeirinha marcou impedimento, mas o árbitro decidiu expulsar Kawashima e marcar pênalti. Maeda saiu para a entrada do goleiro reserva, Nishikawa. Depois de mais de 5 minutos de jogo parado, Al Khatib cobrou bem a penalidade e empatou a partida. Festa total dos sírios, que comemoraram se ajoelhando em direção a Meca, conforme os costumes muçulmanos.
A partir daí, o jogo ficou emocionante. Com um jogador a mais, a Síria buscava a vitória. Porém, incrivelmente, o Japão melhorou com um jogador a menos. Seria por causa da ausência do inoperante Maeda? Seria por causa da entrada de Okazaki, que deu mais velocidade e movimentação ao ataque japonês? De qualquer forma, os dois times foram pra frente, pois a vitória seria essencial para as chances de classificação das duas seleções.
Aos 35 minutos, Okazaki foi derrubado na área e o árbitro deu pênalti. Honda foi pra cobrança e chutou mal, quase no meio do gol, mas a bola passou bem no meio das pernas do goleiro e entrou. Com a Síria atacando desesperadamente e o Japão levando perigo em contra-ataques, a partida teve um final empolgante. Já aos 49 minutos, Okazaki foi derrubado na entrada da área por Sabagh, que levou cartão amarelo. Antes da cobrança, o sírio avançou da barreira, levou outro amarelo e foi expulso.
Aos 52 minutos, o juiz encerrou o jogo. Estranhamente, quando a Síria estava no ataque, perto da linha de fundo prestes a cruzar a bola na área.
Foi mais uma partida onde o Japão dominou um adversário mais fraco, mas desta vez a vitória veio, mesmo que de forma sofrida. No geral, foi uma performance melhor do que contra a Jordânia, o que mostra a evolução do time e deixa claro que não ter feito nenhum amistoso de preparação foi um erro. Erros bobos na defesa quase custaram a vitória. Outro ponto é no ataque: Maeda não mostrou nada em duas partidas, enquanto Okazaki entrou bem e deu outra dimensão ao ataque nipônico. Talvez seja hora de uma mudança, mesmo que Okazaki esteja mais familiarizado a jogar pelas pontas do que como centroavante. Seria possível um ataque com Kagawa, Honda, Matsui e Okazaki?
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