A formação inicial das duas equipes
Sergio Batista, técnico interino da Argentina, mostrou um bom trabalho, fazendo coisas simples que Maradona poderia ter feito: Javier Zanetti e Cambiasso foram titulares e Messi jogou na sua posição de origem, como um atacante pela direita e não como um armador pelo meio, a forma que Maradona insistiu em fazê-lo jogar. Batista escalou o time no 4-3-3 com três volantes.
O que chamou atenção na formação inicial da Espanha foi a falta de um centro-avante. David Villa jogou bem aberto pela esquerda, centralizando qando o lateral subia para apoiar. David Silva jogou aberto pela direita e Fabregas começou como titular no lugar de Xavi. Na defesa, várias mudanças: começaram jogando o goleiro Reina, o zagueiro Marchena e os laterais Arbeloa e Monreal.
A principal característica do jogo da Espanha é o toque de bola. Sabendo disso, Sergio Batista armou seu time com três jogadores defensivos no meio-campo - bem diferente do que Maradona fez na Copa do Mundo, quando Mascherano era o único marcador. A ideia era roubar a bola e partir rapidamente para o contra-ataque. E não poderia dar mais certo.
Logo aos 10 minutos, jogada de rápido contra-ataque. Depois de receber passe de Tevez, Messi faz um bonito gol tocando por cima do goleiro. Aos 13, Tevez lança e Higuain recebe livre, dribla o goleiro e faz o segundo. Não deu nem 20 minutos de jogo e a torcida já gritava olé. O terceiro gol veio numa falha incrível do goleiro Reina, que escorregou na hora de dar o chutão e deu um presente pra Tevez, que não desperdiçou e marcou.
Apesar disso, a Espanha não estava tão mal quanto o placar sugeria. Tivesse um pouco mais de sorte, poderia até ter empatado o jogo. David Villa acertou duas bolas na trave no primeiro tempo e Cazorla acertou uma no segundo.
Depois do intervalo, a Espanha fez várias mudanças e voltou ao seu 4-2-3-1 tradicional, com Llorente como centro-avante, Cazorla na ponta esquerda e Navas na ponta direita. Depois de alguns minutos, Xavi entrou no lugar de Fabregas. a Argentina manteve os mesmos jogadores, recuou e a Espanha pressionou.
Lembrou até o jogo da Espanha contra a Suíça na Copa do Mundo. Pressão dos espanhóis, mas sem resultado. Quando a bola ia no gol, lá estava o goleiro Romero pra salvar. Parecia que o jogo ia acabar dessa forma mas, aos 39 minutos, Llorente diminuiu em um típico gol de centro-avante: recebeu de costas pro gol na pequena área, girou e chutou no canto. A Argentina finalmente resolveu tentar alguns contra-ataques e marcou o quarto com Aguero, de cabeça, aos 45 minutos.
É interessante olhar as estatísticas e ver que a Argentina teve 7 chutes a gol, 6 acertaram o alvo e 4 foram gol. A Espanha chutou 22 vezes, 3 foram na trave, apenas 4 foram no alvo e só um gol foi marcado. A Argentina de Maradona era sempre ofensiva, priorizava o ataque e não mudava sua forma de jogar de acordo com o adversário. A nova Argentina priorizou a defesa, jogou de acordo com as características do adversário e não deixou de ser ofensiva e muito perigosa. Foi uma grande atuação de todo o time. Venceu e convenceu contra os "melhores do mundo".
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