03/07/2011 - Estádio Corregidora, Querétaro
15' Léo [0x1]
47' Ademilson [0x2]
59' Adryan [0x3]
76' Nakajima [1x3]
87' Hayakawa [2x3]O Japão vinha sendo uma das surpresas da Copa do Mundo Sub-17, disputada no México. Apesar de um desempenho apenas razoável na estreia, os Jovens Samurais foram melhorando a cada partida e terminaram em primeiro lugar no grupo com Jamaica, França e Argentina, além de golear a Nova Zelândia por 6x0 nas oitavas de final com um impressionante estilo de toques curtos e posse de bola.
O Brasil estreou com uma vitória por 3x0 contra a Dinamarca, mas o desempenho não foi dos melhores. Nas partidas seguintes, o time continuou a não apresentar um bom futebol, mas ia conseguindo os resultados. Um gol aos 48 do segundo tempo garantiu o empate contra a Costa do Marfim e o primeiro lugar num grupo que também tinha a Austrália. Nas oitavas, apesar da vitória por 2x0 contra o Equador, mais uma atuação ruim levantou dúvidas se essa seleção seria capaz de superar o Japão, que voava em campo.
O Brasil ainda teve os desfalques de Lucas Piazon e Nathan, suspensos por terem levado o segundo amarelo. Léo e Guilherme entraram em seus lugares. O Japão teve todos os jogadores à disposição, mas veio com duas mudanças: Fukai voltou a ser titular como volante, enquanto Minamino foi o centroavante.
O que chamou a atenção desde o início foi a péssima condição do gramado; era possível ver várias "manchas escuras" onde praticamente não tinha grama mais. Isso atrapalhou muito as duas equipes, que erravam muitos passes e fizeram um primeiro tempo onde o futebol ficou devendo. O Japão em especial pareceu mais afetado, pois não conseguiu impor o seu toque de bola como nas partidas anteriores - ao final do jogo, a estatística mostrou "apenas" 51% de posse de bola para os Samurais. Como seus passes curtos não davam certo, eles passaram a tentar mais lançamentos, o que também não deu resultado. O Brasil tomou a iniciativa desde o início e dominou na primeira etapa, criando todas as chances de gol, além de estarem melhores fisicamente, ganhando a maioria das divididas. A superioridade brasileira se transformou em gol aos 15 minutos, quando Adryan cobrou escanteio e Léo se antecipou à marcação, cabeceando na primeira trave: 1x0.
Pouco antes do intervalo, o técnico Hirofumi Yoshitake já havia feito uma substituição: Matsumoto no lugar de Akino, o que fez Ishige cair mais pela ponta direita. Porém, o Brasil continuou melhor no segundo tempo e ampliou com apenas 2 minutos. Guilherme cruzou pela esquerda e Ademilson recebeu na entrada da área; ele teve tempo para dominar e chutar forte no canto esquerdo de Nakamura: 2x0. Foi o quinto gol do artilheiro brasileiro na competição.
Os japoneses estavam perdidos em campo, pareciam ter sofrido um "apagão mental". Enquanto isso, o Brasil jogava tudo o que ainda não tinha jogado no Mundial, continuou a pressionar e logo fez o terceiro com um golaço de Adryan, que pegou um rebote do lado esquerdo da área, driblou Kawaguchi e chutou com muita força, no alto do gol: 3x0.
Um chute de Ishige de fora da área que acertou o travessão foi a única chance que criaram os japoneses. Só nos 15 minutos finais é que apareceu sinais de um reação, com uma jogada de Nakajima e Takagi, que haviam entrado no lugar de Kida e Minamino. Em um contra-ataque rápido, Takagi foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para trás. Hayakawa correu mais que a bola e não conseguiu alcançar, mas atrás dele estava Nakajima, que concluiu bem e diminuiu: 3x1.
Charles fez uma grande defesa para evitar o segundo gol em um chute cruzado de Hayakawa, mas o goleiro brasileiro falhou aos 42 minutos, quando errou o tempo de bola numa cobrança de escanteio; na dividida de Iwanami com Marquinhos, a bola acabou batendo no travessão e sobrou para Hayakawa, que cabeceou para o gol vazio: 3x2.
Apesar da pressão japonesa no final, não deu tempo de mais nada. Venceu o time que foi melhor durante 75 minutos. Em 2009, as duas seleções já haviam se enfrentado na fase de grupos, e a geração de Neymar levou a melhor sobre a geração de Usami pelo mesmo placar. Porém, naquela ocasião ambos acabaram perdendo os jogos seguintes e foram eliminados na primeira fase.
Os japoneses, inconsolados, choraram copiosamente em campo. Enquanto isso, o Brasil comemorou a suada classificação e enfrenta na semifinal o Uruguai, que eliminou outra surpresa da Ásia, o Uzbequistão.
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