Neymar disputa a bola com Robben / Foto: Victor Caivano
Hoje é engraçado eu pensar que criei este blog quase um ano atrás justamente após a derrota para a Holanda na Copa do Mundo, apenas pra "botar pra fora" tudo que sentia naquele momento. Pois é, todo mundo xingava o Dunga mas eu gostava daquela seleção. E ouso dizer que, comparando aquele time com o que enfrentou a Holanda hoje, sou mais a seleção de 2010. O Brasil de hoje decepcionou a torcida em Goiânia, que praticamente lotou o Serra Dourada (36.449 foi o público presente) e viu um jogo morno com poucas chances de gol.
A formação inicial das equipes - Brasil e Holanda estão entre as poucas
seleções no mundo que costumam numerar seus titulares de 1 a 11
A Holanda teve desfalques importantes, como os meias Sneijder e Van der Vaart, o volante Van Bommel e o goleiro Stekelenburg. Ganharam uma chance no time do técnico Bert van Marwijk o goleiro Tim Krul, do Newcastle, o volante Kevin Strootman, do Utrecht, e o meia Ibrahim Afellay, do Barcelona. No Brasil, Fred e Elano foram as novidades.
Apesar do domínio brasileiro no primeiro tempo, a seleção não teve uma chance clara de gol. Quem quase marcou foi a laranja mecânica (que hoje jogou de branco), depois de um contra-ataque bem trabalhado: Kuyt cruzou na área, Van Persie ajeitou de cabeça para Afellay, que recebeu cara a cara com Júlio César. O goleiro brasileiro fez grande defesa. O camisa 1 ainda teria trabalho para salvar outro chute de Afellay, agora de fora da área.
No segundo tempo, o Brasil quase marcou logo no primeiro minuto, quando Neymar recebeu um grande passe de Elano na área, mas Krul saiu muito bem do gol e fez a defesa. Krul, que tem 23 anos e é o terceiro goleiro da Holanda, fez uma excelente partida e foi possivelmente o melhor em campo. Apesar de ter criado mais, o Brasil não fez por merecer uma vitória. Cometeu muitas faltas, levou muitos cartões amarelos e ainda teve Ramires expulso - o que não é de se estranhar, o volante do Chelsea tem o costume de fazer faltas demais, muitas vezes ganhando cartões desnecessários. Mas o pior foi a constante tentativa dos brasileiros de cavar faltas, se jogando em muitas oportunidades. O árbitro paraguaio Carlos Amarilla não caiu na onda, honrou seu nome e não economizou nos amarelos. Neymar até que jogou bem (ou seria os seus companheiros que jogaram mal?), mas também se jogou muito.
O grande problema do Brasil foi a falta de um meia criativo - que teoricamente seria Elano, mas o jogador do Santos não tem essas características. Acredito que ele merece e deve fazer parte da seleção, mas a posição de Elano é mais como um segundo volante ou meia aberto pela direita. Thiago Neves e Lucas seriam opções mais adequadas. Foi um 0x0 merecido, o Brasil jogou mal e a Holanda não fez muita força pra vencer. Se no próximo amistoso, dia 7 de junho, não vier uma boa exibição contra a Romênia, a pressão em cima de Mano vai aumentar, e uma boa campanha na Copa América poderá ser a única garantia da manutenção do seu emprego.
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