quarta-feira, 20 de julho de 2011

Mudança de endereço / We've moved / URLが変更になりました

O blog completou um ano neste mês de julho. Foi o meu primeiro blog, o início da minha vida de jornalista. E graças a ele uma nova porta se abriu para mim. A partir de agora, o blog vai continuar no endereço abaixo:

http://globoesporte.globo.com/platb/futebol-no-japao/

Muito obrigado a quem acompanhou o blog até aqui. E vamos com tudo na casa nova!

domingo, 17 de julho de 2011

Japão é o campeão mundial de futebol feminino

A capitã, MVP e artilheira do Mundial, Homare Sawa, levanta a taça / Getty Images

O Japão venceu os Estados Unidos nos pênaltis e é o campeão da Copa do Mundo Feminina da Fifa. O real tamanho dessa conquista, só o tempo dirá. Mas a forma como as Nadeshiko se superaram para vencer um time que se mostrou superior na maior parte do jogo teve tantos elementos de drama, emoção e suspense que daria um filme e tanto.

A situação do futebol feminino no Japão é um pouco melhor que a do Brasil, mas as dificuldades ainda são muitas. Lá até já existem times formados e uma liga nacional (a L-League), mas apenas algumas jogadoras têm um contrato profissional - a maioria não recebe nada para jogar. Os treinamentos e jogos são durante a noite; assim, as atletas precisam ter um emprego fixo durante o dia. A entrada é franca para assistir os jogos, mas mesmo assim o público é escasso. Com a tragédia de 11 de março e o consequente racionamento de energia, a preparação da seleção para a Copa do Mundo não foi a ideal; os treinos eram limitados e foi até cogitada a possibilidade de não participar do Mundial da Alemanha.

Passando por cima de tudo isso, as garotas mostraram um futebol digno do 4º lugar que ocupavam no Ranking da Fifa e chegaram até a final de forma convincente, derrubando no meio do caminho potências mundiais como Alemanha e Suécia. Mas ainda havia um último obstáculo para conquistar a maior glória que um país pode conseguir no futebol: os Estados Unidos.

As japonesas nunca tinham derrotado as adversárias da final em toda a história. Em 25 confrontos, eram 22 vitórias dos Estados Unidos e três empates. Duas dessas partidas foram disputadas há apenas dois meses, em amistosos: as americanas venceram nas duas ocasiões por 2x0.

O time que entrou em campo foi o mesmo que venceu a Suécia por 3x1 na semifinal

Foi só a partida começar e os Estados Unidos partiram para o ataque de forma avassaladora. A goleira Ayumi Kaihori já teve que fazer uma difícil defesa com apenas 20 segundos de jogo. Era uma chance atrás da outra, e em pelo menos mais cinco oportunidades - como o chute de Abby Wambach que acertou o travessão - as americanas estiveram muito perto de fazer o primeiro gol. Incrivelmente o placar continuava 0x0.

A sueca Pia Sundhage, técnica da seleção americana, armou seu time de forma a anular a principal característica do Japão: o toque de bola. Aya Miyama sofria marcação cerrada e pouco apareceu. A incansável capitã Homare Sawa teve que se concentrar mais em ajudar a defesa e quase não subia ao ataque. Assim, o Japão teve "apenas" 53% de posse de bola, grande parte desse tempo apenas tocando a bola entre as defensoras, perdendo a bola rapidamente nas tentativas de ataque.

Para o segundo tempo, os Estados Unidos perderam uma de suas principais jogadoras, a atacante Lauren Cheney, que saiu machucada no intervalo. Mas em seu lugar entrou a veloz Alex Morgan, que acertou um chute na trave logo no início. Não demorou até que finalmente saiu o primeiro gol. Em um contra-ataque fulminante, Megan Rapinoe lançou do campo de defesa, Morgan ganhou da zagueira Saki Kumagai na velocidade e chutou cruzado, com força, no canto de Kaihori: 1x0.

As japonesas pareciam estar mais cansadas, por terem que passar tanto tempo defendendo e correndo atrás das adversárias, jogando de uma forma que não estavam acostumadas. Mas o gol de empate veio a 10 minutos do fim. As atacantes Yuki Nagasato e Karina Maruyama haviam entrado para dar uma movimentação maior no ataque e, em uma rara oportunidade, Nagasato cruzou na área para Maruyama, que dividiu com a zagueira; a bola acabou sobrando para Miyama na frente do gol, e ela não desperdiçou: 1x1 e a partida se encaminhou para a prorrogação.

No final do primeiro tempo da prorrogação, veio o balde de água fria: cruzamento pra área e Wambach marcou de cabeça: 2x1. Parecia o final perfeito para as americanas, que viram Wambach marcar também de cabeça, nos últimos minutos da prorrogação, e salvar sua seleção da derrota contra o Brasil nas quartas de final. Mas o segundo tempo reservava mais emoções.

Faltando quatro minutos pra acabar, Sawa desviou uma cobrança de escanteio e deixou tudo igual novamente. Uma reação improvável por tudo que foi a partida, mas o fato é que o placar mostrava 2x2 e a decisão por pênaltis estava próxima. As americanas queriam vencer de qualquer forma no tempo normal, e tiveram uma grande chance quando Morgan recebeu um passe tendo apenas a goleira à sua frente. Azusa Iwashimizu não pensou duas vezes e se atirou no chão, derrubando a americana por trás bem na frente da grande área. Falta muito perigosa e cartão vermelho para a japonesa. Depois da cobrança e uma bola rebatida na frente do gol, as Nadeshiko se salvaram e a decisão do título foi para as penalidades máximas.

A vantagem parecia ser mais uma vez das americanas. Afinal, elas tinham Hope Solo, a melhor goleira do mundo, enquanto Kaihori era o "ponto fraco" do Japão. A arqueira nipônica havia falhado em alguns momentos no Mundial, é verdade. Mas em tantos outros, principalmente nos jogos decisivos, ela foi segura e não cometeu erros. Kaihori não tinha sido brilhante, mas foi genial na disputa de pênaltis. Ela defendeu as cobranças de Shannon Boxx e Tobin Heath e viu Carli Lloyd chutar para fora, enquanto Wambach foi a única a converter. Já Hope Solo defendeu apenas o pênalti de Nagasato, enquanto Miyama, Sakaguchi e Kumagai marcaram.

As americanas foram as melhores durante os 120 minutos, isso é fato. As japonesas, que jogaram no limite de suas forças físicas e buscaram energias para fazer um verdadeiro milagre dentro de campo, não fizeram por merecer uma vitória no tempo regulamentar, mas lutaram bravamente a ponto de não merecerem a derrota. Qualquer que fosse o vencedor na disputa de pênaltis, a taça estaria em boas mãos.

Sawa cansou de receber troféus na cerimônia de premiação. Primeiro o prêmio Fair Play (em quatro dos seis jogos disputados, elas não receberam um único cartão amarelo), depois a Chuteira de Ouro (Sawa foi a artilheira com 5 gols), a Bola de Ouro (prêmio para a melhor jogadora) e, por fim, a taça de campeãs. Foi o dia mais importante da história do futebol feminino japonês, que evoluiu muito nos últimos anos e tem tudo para continuar assim, firmando-se agora entre as melhores seleções do mundo.

sábado, 16 de julho de 2011

Ventforet Kofu vence o Gamba Osaka em partida sensacional

J-League 2011 - 5ª rodada - Ventforet Kofu 4x3 Gamba Osaka
16/07/2011 - Yamanashi Chuo Bank Stadium - Público: 14.126
15' Lee Keun-Ho [0x1]
18' Hirai [0x2]
19' Havenaar [1x2]
30' Uchiyama [2x2]
66' Nakazawa [2x3]
68' Paulinho [3x3]
69' Havenaar [4x3]

Mike Havenaar participou de todos os quatro gols e foi o nome do jogo na incrível vitória do Kofu

Placar em branco em jogo do Gamba Osaka é coisa rara. Tanto a favor quanto contra, saiu gol em todas as partidas que o time disputou na J-League este ano. Logo, não é surpresa que o Gamba tenha o melhor ataque (36 gols), mas também a segunda pior defesa - só o Avispa Fukuoka conseguiu ser pior. Com 31 gols sofridos em 15 partidas, a média é superior a dois gols por jogo.

O Ventforet Kofu começou a temporada como um sério candidato ao rebaixamento, e tem jogado mal o bastante para ficar acima apenas dos dois últimos colocados, Avispa e Montedio. Com um dos piores ataques, uma das piores defesas e um estilo de jogo muitas vezes pragmático, o time vai depender demais dos gols de Mike Havenaar para se salvar. Mas o artilheiro grandalhão tem agora a companhia do brasileiro Paulinho que, recuperado de uma lesão que atrapalhou seu início de temporada, havia sido titular nas duas últimas partidas e marcado em ambas. Hoje ele deixou sua marca mais uma vez. E mais um atacante brasileiro chegou para reforçar a equipe: Davi, ex- Consadole Sapporo e Nagoya Grampus, veio emprestado pelo Umm Salal, do Catar, depois de uma breve passagem pelo Beijing Guoan, da China.

Antes do início da partida, o volante Teruyoshi Ito, de 36 anos, foi homenageado por completar 500 jogos na J-League. Uma marca impressionante para o veterano, que está na liga desde sua criação, em 1993, e chegou ao Kofu este ano depois de defender o Shimizu S-Pulse por 18 temporadas.

 
Paulinho continuou como titular no ataque e Matsuhashi começou na ponta direita pelo Ventforet; 
no Gamba, fica a dúvida de quem vai substituir Usami - por enquanto, Sasaki é quem ganhou a vaga

O Gamba vinha de uma sequência de cinco vitórias e um empate, aproximando-se cada vez mais da liderança com dois jogos a menos. Vencer o Kofu fora de casa não parecia ser mais que obrigação para o time do técnico Akira Nishino. E tudo começou muito bem. Com um passe de dentro do círculo central, Futagawa deixou Lee Keun-Ho na cara do gol - a bola passou entre Daniel e Ichikawa. O goleiro Ogi até fez a defesa num primeiro momento, mas a bola bateu no peito do sul-coreano, que não teve trabalho em empurrar para o fundo das redes e abrir o placar. Três minutos depois, o zagueiro Yamaguchi fez um lançamento do campo de defesa para Sasaki, que dominou na linha lateral, pelo lado direito. Ele cruzou na área e Hirai cabeceou na primeira trave, sem marcação: 2x0.

A vitória parecia encaminhada para o Gamba, mas um minuto depois o Kofu já tinha diminuído: Paulinho cruzou pelo lado esquerdo, Havenaar ganhou do zagueiro no ar e fez de cabeça: 2x1. Dez minutos depois, o zagueiro Daniel arriscou de muito longe e a bola bateu na trave, depois de um leve desvio de Fujigaya. Na sequência, cobrança de escanteio, Havenaar cabeceia e Uchiyama, na pequena área, desvia para o gol: é o empate do Ventforet.

No segundo tempo, o Gamba veio disposto a atacar, enquanto o time da casa só esperava uma oportunidade de contra-ataque. Em um escanteio, Endo quase fez um gol olímpico: a bola já havia passado pelo goleiro, mas um defensor conseguiu tirar de cabeça, em cima da linha. Pouco depois, Endo bate mais um escanteio muito fechado e Nakazawa aparece na segunda trave para fazer de cabeça e colocar o time de Osaka mais uma vez na frente.

Mas foi aí que o Gamba mostrou por que tem uma das piores defesas da liga e tomou a virada em três minutos. Ishihara recebeu um belo passe de calcanhar de Havenaar e foi derrubado por Takei na área. Pênalti que Paulinho cobrou bem e deixou tudo igual mais uma vez. Em seguida, Havenaar tentou de fora da área; o chute foi forte e rasteiro, mas no meio do gol. Deveria ser uma defesa tranquila, mas Fujigaya caiu atrasado e a bola passou por baixo de seu braço.

Nishino mandou seu time pra frente e só aí fez suas três substituições, colocando Kawanishi, Kim Seung-Yong e Yokotani nos lugares de Shimohira, Hirai e Takei. Mas não adiantou, o time da casa se segurou bem e garantiu uma importante vitória. Havenaar foi o melhor em campo e, com os dois gols marcados, foi o primeiro a alcançar Adriano na artilharia da liga, com 9 gols.

Com a vitória, o Ventforet respira e se prepara para uma complicada sequência de três jogos fora de casa: dois pela liga (Urawa e Kobe) e um pela Copa Nabisco (Shimizu). O Gamba mostrou que, com a defesa que tem, ser campeão não é a opção mais realista. Apesar do seu poderio ofensivo, arrumar a defesa é prioridade máxima. Recursos para isso o time tem.

Apesar de esta ser a 5ª rodada, o campeonato já completa 17 disputadas, o que é metade do total. O Kashiwa Reysol liderou 15 das 16 anteriores, mas pode perder o primeiro lugar para o Yokohama Marinos, se este não perder para o Omiya Ardija fora de casa amanhã. Será que finalmente teremos um novo líder ou os esquilos, que ainda não venceram nenhuma em casa, vão surpreender?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O caminho do Japão até a final do Mundial Feminino

Jogadoras comemoram o gol de Miyama (8) na partida de estreia / Foto: AFP

A seleção feminina do Japão, chamada de Nadeshiko (em japonês, refere-se à flor do gênero Dianthus, mais conhecida como cravo; a palavra representa também a mulher ideal japonesa), veio para a Copa do Mundo da Alemanha com boas expectativas. Apesar do retrospecto não ser bom - o Japão participou de todas as edições do Mundial desde 1991, mas somou apenas 3 vitórias, 2 empates e 11 derrotas -, as Nadeshiko foram evoluindo gradativamente até chegarem ao 4º lugar no ranking da Fifa este ano, o que fez do Japão um dos cabeças de chave do torneio.

Com um futebol de posse de bola e muitos passes, semelhante ao tique-taca do Barcelona e da seleção espanhola, as japonesas jogaram bonito, envolveram suas adversárias, fizeram grandes partidas nos momentos cruciais e agora estão em uma inédita final de Mundial. Confira a campanha das nipônicas desde o primeiro jogo:

O Japão num 4-4-2 com variação para 4-1-4-1: Sakaguchi é a volante que fica mais
na contenção, enquanto Sawa tem liberdade para criar; na frente, Ando joga mais
recuada, tendo Nagasato como a referência na área. Esta foi a escalação usada nas
quatro primeiras partidas; na semifinal, Kawasumi entrou no lugar de Nagasato.

Japão 2x1 Nova Zelândia

27/06/2011 - Ruhrstadion, Bochum

Pelo início da partida, parecia que o Japão ia fazer valer o seu favoritismo contra o adversário teoricamente mais fraco do grupo. Logo aos 5 minutos, Shinobu Ohno interceptou a bola no campo de ataque e, com um passe perfeito, deixou Yuki Nagasato na cara do gol; ela tocou por cima da goleira, com categoria, e fez 1x0.

Mas a Nova Zelândia não se deu por vencida. Aos 11 minutos elas empataram explorando a grande fraqueza das japonesas, o jogo aéreo. Ria Percival cruzou pela direita, a goleira Ayumi Kaihori ficou pelo meio do caminho e Amber Hearn, na segunda trave, cabeceou para as redes e deixou tudo igual. Não é novidade que as goleiras têm mais dificuldade no futebol feminino, e a baixa estatura das Nadeshiko é uma desvantagem natural em relação a outras seleções. Kaihori (1,70 m) e a zagueira Saki Kumagai (1,71 m) são as únicas do elenco na casa dos 1,70 m de altura.

O jogo do Japão é o toque de bola. Superiores tecnicamente, as japonesas não deram mais chance às adversárias e dominaram a partida. A volante Mizuho Sakaguchi chegou a acertar um chute na trave depois de um cruzamento da leteral Yukari Kinga. Mas o jogo foi pro intervalo com tudo igual no placar.
No segundo tempo, o Japão continuou melhor, mas com muitas dificuldades em criar chances de gol. Até que Mana Iwabuchi entrou no lugar de Ohno. A habilidosa atacante, de apenas 18 anos, fez a diferença com sua velocidade e seus dribles. O gol da vitória começou com ela, que saiu fazendo fila nas neozelandesas até ser derrubada na meia-lua, na frente da área. Aya Miyama, a especialista em bolas paradas, foi perfeita na cobrança e mandou quase no ângulo, longe do alcance da goleira: 2x1. Iwabuchi ainda quase fez um golaço: ela viu a goleira adiantada e tentou do meio-campo, mas a bola foi forte e passou por cima do gol. Apesar de não ter jogado seu melhor futebol, foi o suficiente para que as Nadeshiko estreassem com vitória na Copa do Mundo.

Japão 4x0 México
01/07/2011 - Bay Arena, Leverkusen

Na segunda partida, as Nadeshiko melhoraram muito e, com exatamente a mesma escalação do jogo de estreia, venceram com tranquilidade o México. Desde o início as japonesas tocaram a bola com facilidade e se impuseram em campo. Não demorou a sair o primeiro gol: aos 12 minutos, Miyama cobrou falta pela esquerda e Homare Sawa apareceu na área para fazer, de cabeça: 1x0. Dois minutos, depois, Nagasato recebeu um lançamento na meia-lua, dominou e deu um passe curto para Ohno, que passou por duas defensoras e chutou forte no alto do gol: 2x0. Perto do final do primeiro tempo, mais uma vez a combinação Miyama-Sawa deu certo. A camisa 8 cobrou escanteio pela esquerda e a capitã se adiantou à marcação, foi à primeira trave e marcou novamente de cabeça: 3x0. Nagasato chegou a fazer o quarto gol, mas foi (mal) anulado pela bandeirinha - apesar da atacante estar na mesma linha ao receber o passe, foi marcado impedimento.

O panorama não mudou no segundo tempo. Aos 10 minutos, o chute de Nagasato acertou a trave depois de um desvio na zagueira. Na sequência, Miyama por pouco não fez um gol olímpico - a bola bateu no travessão. A jovem sensação Iwabuchi entrou e foi dos pés dela que começou a jogada do quarto gol, com um passe para Kinga que, na linha de fundo, cruzou rasteiro para trás; lá estava Sawa, sem marcação, que não desperdiçou a chance e fez seu hat-trick: 4x0. Foi o 78º gol dela pela seleção em 169 partidas. A veterana de 32 anos, que participa de sua quinta Copa do Mundo, é a maior artilheira da seleção japonesa. Ela ultrapassou até a marca do lendário Kunishige Kamamoto, maior artilheiro da seleção masculina, que fez 75 gols em 76 partidas nas décadas de 1960 e 70.

Inglaterra 2x0 Japão
05/07/2011 - Impuls Arena, Ausburgo

O Japão precisava apenas de um empate para garantir o primeiro lugar do grupo. Apesar de terem entrado em campo com a mesma escalação das duas partidas anteriores, as Nadeshiko tiveram uma exibição fraca e foram superadas pelas inglesas, que estavam determinadas em conseguir a vaga como primeiras colocadas. Ellen White abriu o placar no primeiro tempo ao receber entre duas defensoras um lançamento do campo de defesa; ela chutou de primeira e encobriu a adiantada Kaihori. No segundo tempo, Rachel Yankey recebeu um lançamento na área e, apesar de ter adiantado demais a bola para dominar, ela ainda teve tempo de chutar por cima de Kaihori, que saía do gol: 2x0. As inglesas foram melhores e, aproveitando-se de sua superioridade física, anularam todas as tentativas japonesas. Em uma partida apática, o toque de bola das nipônicas não funcionou e, com a derrota, elas tiveram que se contentar com o segundo lugar do grupo.

Quartas de Final - Alemanha 0x1 Japão
09/07/2011 - Volkswagen-Arena, Wolfsburg

Na partida mais importante da história do futebol feminino japonês até então, as Nadeshiko se superaram. E não foram poucas as adversidades. Com o apoio da torcida, as alemãs, atuais bicampeãs do mundo, eram de longe as favoritas a passar para a semifinal. Elas são muito fortes fisicamente, justamente o ponto fraco das japonesas. Apesar de sofrer uma grande pressão o jogo inteiro, o Japão conseguiu se segurar bem, evitou que as adversárias tivessem uma chance clara de gol, teve mais posse de bola (54%) e ainda quase saiu na frente no primeiro tempo quando Nagasato recebeu na cara do gol - ela concluiu mal e mandou pra fora. O 0x0 foi se arrastando até a prorrogação e a pressão alemã só se intensificava. Parecia questão de tempo até sair o gol.

A situação ia se complicando quando Sawa sentiu a virilha ao fazer um desarme e caiu no chão, se contorcendo com uma dor que parecia insuportável. A impressão que deu é que as Nadeshiko teriam que se virar no tempo que faltava e numa possível disputa de pênaltis sem sua jogadora mais experiente. Mas logo depois, talvez no sacrifício, ela estava de volta. Aos 2 minutos do segundo tempo da prorrogação, a capitã foi recompensada por seu esforço de se manter em campo e, num contra-ataque, deixou Karina Maruyama na cara do gol com um passe perfeito; a atacante, que havia entrado no segundo tempo, teve frieza para finalizar por cima da goleira, que caía para fechar o ângulo. Nos minutos restantes, só se viu a Alemanha atacando e jogando a bola na área, mas a defesa japonesa foi eficiente e resistiu até o apito final.

Semifinal - Japão 3x1 Suécia
13/07/2011 - Commerzbank-Arena, Frankfurt

A promessa era de um jogo extremamente equilibrado e complicado para as japonesas, que vieram com uma alteração no time titular: Nahomi Kawasumi no lugar de Nagasato. As suecas vinham com uma campanha perfeita, com vitória em todas as quatro partidas anteriores, e haviam empatado com o Japão (1x1) em um amistoso antes da Copa do Mundo. A partida começou bem para as escandinavas: aos 10 minutos, Josefine Öqvist se aproveitou do passe errado de Sawa no campo de defesa, ganhou da zagueira Azusa Iwashimizu e chutou forte no alto do gol, sem chance para Kaihori: 1x0. Mas as nipônicas empataram oito minutos depois, quando Ohno fez uma boa jogada pelo meio e deixou a bola com Miyama, que cruzou pela esquerda; Kawasumi apareceu na segunda trave e mergulhou para empatar: 1x1.

A partir daí o Japão foi tomando conta do jogo - teve 60% de posse de bola no final - e a Suécia não teve mais uma chance real de marcar. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Ohno chutou de fora da área e quase fez um golaço por cobertura - a bola bateu no travessão e foi pra fora. Aos 14, Miyama cruzou na área, Kozue Ando se antecipou à goleira mas não acertou a bola; a arqueira sueca não conseguiu afastar e a bola sobrou para Sawa na pequena área, que só deu um toquinho de cabeça, se redimindo do erro no primeiro tempo e mandando a bola pro fundo das redes: 2x1. Cinco minutos depois, mais um lançamento de Miyama - a melhor jogadora em campo -; a goleira saiu da área e chegou antes de Ando para afastar, mas a bola sobrou nos pés de Kawasumi, que chutou por cobertura e fez um golaço: 3x1. A Suécia bem que tentou, mas não teve forças para buscar uma reação. As Nadeshiko se imporam até o final e garantiram uma histórica e incontestável presença na final do Mundial.

Na final, o Japão enfrenta os Estados Unidos, atual 1º colocado no ranking da Fifa. A partida será disputada em Frankfurt, neste domingo (17/07), às 15:45 (horário de Brasília).

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Genki Haraguchi é o cara no Urawa Reds

J-League 2011 - 4ª rodada - Urawa Reds 2x0 Kawasaki Frontale
13/07/2011 - Saitama Stadium 2002, Saitama - Público: 24.293
56' Haraguchi
78' Nagata

Em uma partida de dois tempos completamente distintos, o Urawa Red Diamonds se deu bem jogando em casa e deu sinais de que a temporada (ainda) não está perdida. Mais uma vez com uma grande atuação de Genki Haraguchi, os Reds venceram após uma sequência de três empates e frustraram as esperanças do Kawasaki Frontale de se aproximar da liderança.

A formação do Urawa parecia um 4-3-3 pela escalação, mas dentro de campo 
assemelhou-se mais a um 4-4-2: Tatsuya e Haraguchi nas pontas, Takasaki como 
a referência na área caindo pelo lado esquerdo e Marcio Richardes como um 
segundo atacante, pelo lado direito; o Kawasaki veio com o seu 4-4-2 de sempre

No primeiro tempo, domínio total do Kawasaki, que jogava como se fosse o mandante em Saitama. Aos 10 minutos, Yajima recebeu um belo passe de Nakamura e, da linha de fundo, chutou cruzado; a bola passou na frente do gol e Juninho, na pequena área, não alcançou por muito pouco. O Urawa respondeu com uma boa jogada de Haraguchi, que saiu driblando até passar de lado para Marcio Richardes, que teve o chute bloqueado; no rebote, o brasileiro tentou de bicicleta e Takasaki completou para o gol. Porém, foi marcado impedimento do camisa 16.

O Frontale continuou mandando no jogo, mas desperdiçou chances demais. Na melhor delas, Juninho se aproveitou de um vacilo enorme do zagueiro Nagata e roubou a bola no campo de ataque; cara a cara com o goleiro, ele tentou por cobertura mas mandou pra fora. Nos primeiros 45 minutos, o Kawasaki teve nove chutes a gol, contra apenas um dos Reds.

Parecia que o Urawa ia decepcionar sua torcida mais uma vez. O time fazia uma péssima partida. Haraguchi era o único de quem se podia esperar algo diferente, como já vem acontecendo em toda a temporada. Mas o panorama mudou no segundo tempo quando Naoki Yamada entrou no lugar de Marcio Richardes. Ele não foi brilhante, mas começou a jogada que originou o golaço de Haraguchi de fora da área. Um chute forte, preciso, no cantinho, sem chance para Aizawa. Não seria exagero dizer que Haraguchi é um dos melhores jogadores do campeonato e forte candidato a estar na seleção dos onze melhores ao final da J-League. Sem ele, os Reds provavelmente estariam em um poço muito mais fundo.

O Kawasaki se perdeu no segundo tempo. O técnico Naoki Soma tentou deixar o time mais ofensivo com a entrada de Noborizato no lugar de Inamoto, e também trocando Yamase por Kobayashi. Mas não adiantou, o time não criou sequer uma boa chance. Era o Urawa que dominava, e eles queriam mais: com a entrada de Escudero no lugar de Tatsuya e Mazola no lugar de Takasaki, os Reds sempre levavam perigo nos contra-ataques. Aos 33 minutos, Kashiwagi cobrou escanteio e Spiranovic cabeceou. Aizawa conseguiu fazer a defesa, mas Nagata estava lá pra pegar o rebote e empurrar para as redes: 2x0 e placar definido.

O Urawa continua um time muito instável, mas mostrou que tem qualidade para se recuperar e no mínimo terminar o ano longe do risco de ser rebaixado. Estivesse no Brasil, Zeljko Petrovic já teria sido demitido há muito tempo, mas aos poucos ele vai encontrando a solução para fazer o time jogar o mínimo que se espera com o elenco que tem. Na próxima rodada, os Reds vão tentar a primeira vitória fora de casa contra o Júbilo Iwata - ou será que vão se contentar com apenas mais um empate? Enquanto isso, o Kawasaki perdeu mais uma chance de se manter entre os primeiros e caiu do 3º para o 5º lugar. Na próxima rodada, o adversário é o líder Kashiwa Reysol em casa.

Festa em Saitama: Haraguchi comemora junto com Mazola (no alto), 
Keita Suzuki (13) e Escudero (15) / J.League Photos

Todos os resultados da 4ª Rodada:

Albirex Niigata 1x2 Ventforet Kofu
Urawa Reds 2x0 Kawasaki Frontale
Kashiwa Reysol 3x1 Sanfrecce Hiroshima
Yokohama Marinos 2x1 Montedio Yamagata
Nagoya Grampus 2x1 Kashima Antlers
Gamba Osaka 3x2 Vissel Kobe
Cerezo Osaka 2x3 Júbilo Iwata
Avispa Fukuoka 1x0 Omiya Ardija
Vegalta Sendai 0x0 Shimizu S-Pulse

Curiosidades

- Kazuma Watanabe marcou pelo quarto jogo consecutivo e ajudou o Yokohama Marinos a vencer a quinta partida seguida, continuando na cola do líder. Watanabe é o artilheiro do Marinos e tem sete gols na temporada.

- Já se passaram seis rodadas desde que Adriano deixou o Gamba Osaka e foi para o Al Jaish (Catar), mas ele continua como artilheiro isolado da liga, com 9 gols. O Gamba, aliás, não sente falta de seu artilheiro: desde então, são cinco vitórias e um empate. O time já está em 3º lugar, a 5 pontos do líder e com dois jogos a menos.

- Takashi Usami fez hoje sua última partida pelo Gamba e se despediu com estilo: um gol e uma assistência na vitória contra o Vissel Kobe. O atacante de 19 anos vai defender agora o Bayern de Munique.

- O lanterna Avispa Fukuoka, que começou a temporada com nove derrotas seguidas e precisou de 14 partidas para conseguir uma vitória, conseguiu agora vencer pela segunda vez no ano, contra os pobres esquilos de Omiya: o Ardija é o único que ainda não venceu em casa.

sábado, 9 de julho de 2011

Yokohama Marinos vence o Júbilo Iwata fora de casa e segue na cola do líder

J-League 2011 - 3ª Rodada - Júbilo Iwata 1x2 Yokohama Marinos
09/07/2011 - Yamaha Stadium, Iwata - Público: 11.226
17' Nasu [1x0]
34' Watanabe [1x1]
51' Nakamura [1x2]

Nakamura definiu a vitória do Yokohama Marinos / J.League Photos

O Júbilo Iwata havia começado a temporada acima das expectativas, mas seus últimos resultados mostraram que o time vai ter dificuldades em terminar a temporada numa boa posição. A surpreendente vitória por 3x0 contra o líder Kashiwa Reysol fora de casa foi a única vez neste ano que o Júbilo venceu uma equipe que está lutando na parte de cima da tabela. As outras vitórias foram contra Ventforet Kofu, Montedio Yamagata, Avispa Fukuoka (três vezes!) e Vissel Kobe. Uma vitória em casa contra o vice-líder era tudo que o torcedor queria para acreditar que seu time pode brigar também com os grandes. Mas não foi o que aconteceu no Yamaha Stadium.

O Yokohama Marinos, que começou a temporada como uma incógnita, não só briga pela ACL como é um real candidato ao título. Em seu segundo ano no comando, Kazushi Kimura vem colhendo os frutos da renovação do elenco tricolor. Apesar de derrotas recentes para os adversários diretos Kashiwa Reysol e Gamba Osaka, o Marinos vem embalado com uma sequência de quatro vitórias e a expectativa de assumir a liderança nas próximas rodadas, visto que os próximos confrontos são contra Montedio Yamagata, Omiya Ardija e Vissel Kobe.

Júbilo num 4-4-2 tradicional e Marinos num 4-4-2 com o meio-campo em diamante

Desde a primeira rodada, Kimura vinha com o "dilema" de escolher dois titulares entre Watanabe, Oguro e Ono, sempre jogando sem uma dupla de ataque fixa. Desta vez, com o desfalque do suspenso Taniguchi, o técnico resolveu escalar os três juntos, com Ono fazendo o papel do meia mais avançado no diamante.

Apesar de um jogo equilibrado no primeiro tempo, o Júbilo conseguiu criar mais chances e abriu o placar aos 17 minutos, com uma jogada de Komano pelo lado direito. O cruzamento do lateral foi desviado mas a bola sobrou na entrada da área para o capitão Nasu, que chutou forte de primeira. Akimoto alcançou a bola e deveria ter feito a defesa, mas ele acabou rebatendo para dentro do próprio gol: 1x0. Akimoto, aliás, mostrou por que não é titular: com dificuldade em sair do gol e encaixar a bola, em pelo menos mais duas ocasiões ele deu rebote e quase se complicou novamente.

O Marinos conseguiu o empate em sua primeira (e única) grande chance no primeiro tempo. Em uma rápida troca de passes, Watanabe recebeu a bola de Kobayashi na entrada da área, dominou e chutou cruzado. Kawaguchi caiu para fazer a defesa e rebateu, mas a bola acabou batendo na trave e entrando: 1x1. Foi a terceira partida consecutiva que Watanabe deixou sua marca - ele agora tem 6 na temporada e vai se firmando como artilheiro do time.

Logo no início do segundo tempo, Ono recebeu um lançamento na grande área. Ele estava marcado e sem ter pra onde passar. A melhor opção provavelmente era um passe para trás, mas mesmo assim o zagueiro Fujita tentou um carrinho e acabou cometendo um pênalti desnecessário que custou caro. O veterano Kawaguchi estava no gol. Ele até adivinhou o canto e por pouco não defendeu mas, para o azar dele, quem cobrou foi outro antigo ídolo da seleção, Shunsuke Nakamura, que bateu muito bem e fez o gol da virada: 2x1.

Apesar de estar fora de casa, o Marinos continuou melhor no segundo tempo e chegou mais perto de fazer o terceiro do que o Júbilo de empatar. Nakazawa acertou o travessão depois de um escanteio. Na sequência, também num escanteio, Ono cabeceou para as redes, mas teve seu gol anulado por fazer falta no defensor adversário. Aliás, o camisa 10 de apenas 18 anos estava louco pra marcar o seu, e chutava de fora da área em qualquer oportunidade.

Masaaki Yanagishita, técnico do Júbilo, colocou os ofensivos Kanazono, Gilsinho e Funatani, mas não adiantou muito. Seu time teve apenas um chute a gol no segundo tempo, contra seis do Marinos. A melhor chance foi quando um cruzamento rasteiro passou na frente de Kanazono com o goleiro batido, mas o atacante não conseguiu alcançar por centímetros.

Com a vitória, o tricolore de Yokohama poderia até ter assumido a liderança, se o Kashiwa Reysol não tivesse vencido o Vegalta Sendai com um gol aos 48 do segundo tempo. Já o Júbilo caiu de 8º para 9º - quem passou na frente foi justamente o rival Shimizu - e tem uma sequência de jogos complicados pela frente, contra Cerezo, Urawa e Gamba.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mundial Sub-17: Repetindo 2009, Brasil vence o Japão numa partida com final dramático

Quartas de Final - Japão 2x3 Brasil
03/07/2011 - Estádio Corregidora, Querétaro
15' Léo [0x1]
47' Ademilson [0x2]
59' Adryan [0x3]
76' Nakajima [1x3]
87' Hayakawa [2x3]

O Japão vinha sendo uma das surpresas da Copa do Mundo Sub-17, disputada no México. Apesar de um desempenho apenas razoável na estreia, os Jovens Samurais foram melhorando a cada partida e terminaram em primeiro lugar no grupo com Jamaica, França e Argentina, além de golear a Nova Zelândia por 6x0 nas oitavas de final com um impressionante estilo de toques curtos e posse de bola.

O Brasil estreou com uma vitória por 3x0 contra a Dinamarca, mas o desempenho não foi dos melhores. Nas partidas seguintes, o time continuou a não apresentar um bom futebol, mas ia conseguindo os resultados. Um gol aos 48 do segundo tempo garantiu o empate contra a Costa do Marfim e o primeiro lugar num grupo que também tinha a Austrália. Nas oitavas, apesar da vitória por 2x0 contra o Equador, mais uma atuação ruim levantou dúvidas se essa seleção seria capaz de superar o Japão, que voava em campo.


O Brasil ainda teve os desfalques de Lucas Piazon e Nathan, suspensos por terem levado o segundo amarelo. Léo e Guilherme entraram em seus lugares. O Japão teve todos os jogadores à disposição, mas veio com duas mudanças: Fukai voltou a ser titular como volante, enquanto Minamino foi o centroavante.

O que chamou a atenção desde o início foi a péssima condição do gramado; era possível ver várias "manchas escuras" onde praticamente não tinha grama mais. Isso atrapalhou muito as duas equipes, que erravam muitos passes e fizeram um primeiro tempo onde o futebol ficou devendo. O Japão em especial pareceu mais afetado, pois não conseguiu impor o seu toque de bola como nas partidas anteriores - ao final do jogo, a estatística mostrou "apenas" 51% de posse de bola para os Samurais. Como seus passes curtos não davam certo, eles passaram a tentar mais lançamentos, o que também não deu resultado. O Brasil tomou a iniciativa desde o início e dominou na primeira etapa, criando todas as chances de gol, além de estarem melhores fisicamente, ganhando a maioria das divididas. A superioridade brasileira se transformou em gol aos 15 minutos, quando Adryan cobrou escanteio e Léo se antecipou à marcação, cabeceando na primeira trave: 1x0.

Pouco antes do intervalo, o técnico Hirofumi Yoshitake já havia feito uma substituição: Matsumoto no lugar de Akino, o que fez Ishige cair mais pela ponta direita. Porém, o Brasil continuou melhor no segundo tempo e ampliou com apenas 2 minutos. Guilherme cruzou pela esquerda e Ademilson recebeu na entrada da área; ele teve tempo para dominar e chutar forte no canto esquerdo de Nakamura: 2x0. Foi o quinto gol do artilheiro brasileiro na competição.

Os japoneses estavam perdidos em campo, pareciam ter sofrido um "apagão mental". Enquanto isso, o Brasil jogava tudo o que ainda não tinha jogado no Mundial, continuou a pressionar e logo fez o terceiro com um golaço de Adryan, que pegou um rebote do lado esquerdo da área, driblou Kawaguchi e chutou com muita força, no alto do gol: 3x0.

Um chute de Ishige de fora da área que acertou o travessão foi a única chance que criaram os japoneses. Só nos 15 minutos finais é que apareceu sinais de um reação, com uma jogada de Nakajima e Takagi, que haviam entrado no lugar de Kida e Minamino. Em um contra-ataque rápido, Takagi foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para trás. Hayakawa correu mais que a bola e não conseguiu alcançar, mas atrás dele estava Nakajima, que concluiu bem e diminuiu: 3x1.

Charles fez uma grande defesa para evitar o segundo gol em um chute cruzado de Hayakawa, mas o goleiro brasileiro falhou aos 42 minutos, quando errou o tempo de bola numa cobrança de escanteio; na dividida de Iwanami com Marquinhos, a bola acabou batendo no travessão e sobrou para Hayakawa, que cabeceou para o gol vazio: 3x2.

Apesar da pressão japonesa no final, não deu tempo de mais nada. Venceu o time que foi melhor durante 75 minutos. Em 2009, as duas seleções já haviam se enfrentado na fase de grupos, e a geração de Neymar levou a melhor sobre a geração de Usami pelo mesmo placar. Porém, naquela ocasião ambos acabaram perdendo os jogos seguintes e foram eliminados na primeira fase.

Os japoneses, inconsolados, choraram copiosamente em campo. Enquanto isso, o Brasil comemorou a suada classificação e enfrenta na semifinal o Uruguai, que eliminou outra surpresa da Ásia, o Uzbequistão.

sábado, 2 de julho de 2011

Vegalta Sendai e Nagoya Grampus ficam no empate e perdem a chance de se aproximar da liderança


2ª rodada - Vegalta Sendai 1x1 Nagoya Grampus
02/07/2011 - Yurtec Stadium, Sendai - Público: 18.533
44' Yong-Gi [1x0]
66' Kakuda (contra) [1x1]

O norte-coreano Ryang Yong-Gi comanda o Vegalta dentro de campo / J.League Photos

A 2ª rodada da J-League estava planejada para o fim de semana em que aconteceu a tragédia com o terremoto e o tsunami no Japão, em março. Depois que todos os jogos foram cancelados até o final de abril, teremos agora em julho os jogos atrasados da 2ª até a 6ª rodada, em sequência. Do início do campeonato até hoje, muita coisa mudou. O Vegalta Sendai era visto como um time mediano que lutaria na parte da baixo da tabela, enquanto o Nagoya Grampus, atual campeão, se reforçou bem e vinha como favorito ao bi e também com a expectativa de uma boa campanha na Liga dos Campeões.

Jogando com uma disposição incrível, mais na base da raça e da força de vontade, o Vegalta vinha conseguindo vários empates e vitórias apertadas por 1x0 e foi o time que se manteve invicto por mais tempo. A primeira derrota veio só depois de 13 jogos, contra o Shimizu S-Pulse fora de casa - é claro, por 1x0. Enquanto isso, o Nagoya começou a temporada de forma irregular. É verdade que foi o time que teve mais desfalques, mas alguns dos principais jogadores também não correspoderam em campo - Jungo Fujimoto, talvez, foi o que mais decepcionou. Tudo isso culminou numa eliminação precoce nas oitavas de final da ACL. Apesar da equipe estar invicta desde então - já são sete jogos sem perder -, alguns empates em jogos "vencíveis" nas últimas rodadas têm impedido o Grampus de se aproximar dos líderes.

Vegalta Sendai no 4-4-2 e Nagoya Grampus no 4-3-3

A único desfalque do Vegalta foi o meia Kunmitsu Sekiguchi, afastado pelo técnico Makoto Teguramori por questões disciplinares. Sekiguchi, que vem sendo convocado para a seleção japonesa, foi até especulado para uma possível transferência para a Europa. Já o sérvio Dragan Stojkovic teve boa parte do time titular disponível, apesar de que as lesões continuam atrapalhando: o goleiro Narazaki, os volantes Nakamura e Yoshimura e o atacante Kanazaki continuam no departamento médico.

O Nagoya tentou tomar a iniciativa desde o início, mas esbarrou na forte defesa do Vegalta, a melhor da liga até agora. Quando chegou, pecou na finalização: Kennedy perdeu uma grande chance quando recebeu de Burzanovic dentro da área, apenas com o goleiro à sua frente; o australiano chutou fraco e Hayashi fez a defesa.

O time da casa respondeu e quase fez um golaço com Nakashima, que recebeu na área o lançamento de Kakuda, dominou no peito e bateu de primeira; a bola explodiu no travessão. O jogo seguiu equilibrado e com poucas chances de gol até o final do primeiro tempo, quando Ryang Yong-Gi recebeu de Nakashima na entrada da área e arriscou o chute. Não foi forte, porém muito bem colocado; a bola entrou no ângulo, sem chance para o goleiro: 1x0.

No segundo tempo, o time da casa ficou só no contra-ataque e pouco assustou. O Nagoya apostou na velocidade de Kensuke Nagai, atacante da seleção olímpica, que entrou no lugar de Burzanovic. A troca deu certo, apesar de que o gol de empate veio mais com ajuda da sorte do que por mértitos. Nagai recebeu a bola pelo lado esquerdo do ataque e fez um cruzamento baixo na área. Lá estada Kennedy, de costas para o gol, que tentou um toque de calcanhar de primeira. Só que ele pegou muito mal na bola e acabou caindo no chão; porém, a bola bateu na perna de Kakuda, que o marcava, depois na trave e acabou entrando: 1x1.

Nos 15 minutos finais, entraram os atacantes Yanagisawa, Ota e Nakahara no Vegalta, enquanto Tamada saiu para a entrada do zagueiro Chiyotanda no Grampus. Time da casa fazendo pressão em busca da vitória? Pelo contrário, foi o Nagoya que atacou com tudo o que tinha e só não virou o jogo porque a sorte não ajudou mais.

Com a entrada de Chiyotanda, Tulio foi liberado para subir ao ataque em definitivo, e foi ele quem criou as maiores chances de gol. Primeiro com um belo passe para Ogawa que, dentro da área, chutou fraco e Hayashi mandou pra escanteio. Já nos minutos finais, com uma pressão incrível do Nagoya, Tulio recebeu a bola na entrada da área e tentou o chute. Dois zagueiros pularam pra cima da bola e conseguiram bloquear, mas o rebote sobrou com Tulio de novo, que chutou de uma posição ainda melhor; Hayashi salvou com um leve desvio e a bola bateu no travessão, quicando na frente da linha do gol em seguida. Kennedy ficou com a sobra mas, pressionado pelo defensor, cabeceou pra fora. No último minuto, mais uma chance de Tulio, que chutou forte da linha de fundo sem ângulo nenhum. No reflexo, Hayashi salvou seu time mais uma vez.

O empate não foi bom pra ninguém. O Nagoya tem muito a lamentar pelas chances perdidas no final mas, pelo que jogou nos 90 minutos, a vitória não seria o resultado mais justo. O próximo adversário é o Vissel, em Kobe. O Vegalta, time que mais empatou na liga, teve o sétimo empate em 14 jogos, e enfrenta semana que vem o Kashiwa Resyol, que continua na liderança apesar de ter levado 5x0 do Cerezo Osaka.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mundial Sub-17: Japão goleia a Nova Zelândia e pega o Brasil nas quartas de final

Hideki Ishige fez dois gols e foi um dos destaques do Japão / Getty Images

O Japão foi um dos destaques da primeira fase da Copa do Mundo Sub-17, realizada no México. Os Jovens Samurais foram de longe a melhor seleção do grupo que tinha Jamaica, França e Argentina e se classificaram em primeiro lugar. O time do técnico Hirofumi Yoshitake chegou a ser comparado com o Barcelona (a exemplo da seleção feminina e também da seleção principal, que já foi chamada de "Barcelona da Ásia"), pelo seu estilo de jogo que prioriza a posse de bola e os toques curtos, dominando o jogo e envolvendo o adversário.

Apesar das comparações com o Barcelona, não existe um "Messi" nesse time do Japão. Antes do Mundial, esperava-se muito do atacante Takumi Minamino, mas ele foi titular em apenas uma partida e, apesar de alguns bons momentos, não se firmou como a referência no ataque. O destaque do time é o coletivo e o elenco. Não só pelo entrosamento, quanto também por ter vários jogadores versáteis que atuam em mais de uma posição. Não existem onze titulares definidos (especialmente do meio pra frente) e pelo menos 15 jogadores mostraram-se bons o bastante para começar jogando. A partida contra a Nova Zelândia pelas oitavas de final foi o melhor exemplo do bom futebol que esse time é capaz de jogar.

Oitavas de Final - Japão 6x0 Nova Zelândia
29/06/2011 - Estádio Universitário, Monterrey

Mais uma escalação cheia de mudanças no Japão: Takuya Kida foi o 
volante, enquanto Masaya Matsumoto começou como centroavante

Com mais uma escalação diferente - possivelmente poupando o volante Kazuki Fukai, que já tinha amarelo -, o Japão entrou em campo com boas possibilidades contra a Nova Zelândia, que se classificou como o melhor terceiro colocado depois de um inusitado sorteio: os neozelandeses empataram em todos os critérios com os Estados Unidos, que tiveram a "sorte" de passar em segundo lugar.

A seleção da Oceania prometia dificultar a vida do Japão depois de uma campanha na primeira fase que teve uma derrota para a República Tcheca (1x0), um empate com os Estados Unidos (0x0) e uma vitória contra o Uzbequistão (4x1), que foi o primeiro colocado do grupo e mais uma seleção que surpreendeu e está entre as melhores do torneio - apesar de terem perdido para a Nova Zelândia, os uzbeques fizeram ótimas partidas na sequência e já estão nas quartas de final depois de um convincente 4x0 contra a Austrália, time que deu trabalho ao Brasil.

O Japão dominou seu adversário do início ao fim em uma exibição perfeita. Apesar da partida ter começado devagar, tudo mudou quando Ishige trocou de posição com Akino e, na ponta direita do ataque, roubou a bola e cruzou muito fechado; a bola encobriu o goleiro, bateu na segunda trave e entrou: 1x0. Apenas 2 minutos depois, Mochizuki fez um lançamento preciso para Hayakawa que, dentro da área, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Ishige, que só tinha o gol livre à sua frente: 2x0.

O Japão pressionava e não demorou a sair o terceiro, mais uma vez com participação de Ishige, que recebeu passe de Matsumoto, invadiu a área em diagonal, limpou o zagueiro e tentou o chute, que foi bloqueado; a bola sobrou para Hayakawa que, na pequena área, não teve dificuldades em concluir. Ainda deu tempo de fazer mais um antes do intervalo: Hayakawa recebeu na grande área pelo lado esquerdo e deu só um toquinho de lado para Mochizuki, que passava em velocidade; ele cruzou para a pequena área, a bola passou pelo goleiro, Kip Colvey tentou dominar mas a bola bateu em seu pé de apoio e acabou indo pra dentro do próprio gol: 4x0.

No segundo tempo, Minamino, que tinha entrado no lugar do pendurado Mochizuki, finalmente marcou seu primeiro gol no Mundial: ele só teve que empurrar a bola para o gol vazio depois da assistência de Muroya. Em mais uma jogada rápida e bem trabalhada, Akino deixou Hayakawa na cara do gol; ele finalizou bem e fechou a goleada: 6x0. As estatísticas do jogo mostram o tamanho do domínio: além de 60% de posse de bola, foram 26 tentativas de chute a gol do Japão contra apenas 4 da Nova Zelândia.

Nas quartas de final tem Japão x Brasil, promessa de um grande jogo sem favorito. A partida será neste domingo, dia 3 de julho, às 20:00 (horário de Brasília). O Brasil não poderá contar com Lucas Piazon e Nathan, suspensos, enquanto o Japão deve vir com força total.

domingo, 26 de junho de 2011

Gamba Osaka 5x3 Sanfrecce Hiroshima: Chuva de gols em Osaka

Endo mais uma vez foi decisivo para o Gamba / Sanspo.com

Inicialmente, a 18ª rodada da J-League seria a última antes da pausa para a Copa América. Porém, depois dos jogos adiados da 2ª até a 6ª rodada e da desistência do Japão no torneio sul-americano, o campeonato vai continuar a todo vapor com os jogos que foram adiados.

Gamba Osaka e Sanfrecce Hiroshima são times ofensivos que costumam proporcionar boas partidas. No primeiro encontro entre os dois este ano, o Sanf conseguiu uma incrível vitória por 4x1 na sétima rodada. No duelo de hoje, o Gamba devolveu a derrota que havia sofrido em uma partida ainda mais incrível, com oito gols.

Gamba no tradicional 4-4-2 e Sanfrecce no exótico 3-6-1

Com apenas 2 minutos de jogo, Yasuhito Endo cobrou uma falta com perfeição na cabeça do zagueiro Sota Nakazawa, que apareceu sem marcação e fez de cabeça: 1x0. Além da assistência, Endo também marcou o seu, com categoria: aos 34 minutos, ele recebeu pelo lado esquerdo do ataque, deu um corte pra dentro e chutou de perna direita, alto no canto esquerdo do goleiro. Um golaço e 2x0 no placar.

O Hiroshima quase descontou logo em seguida com um voleio de Koji Nakajima que acertou o travessão. Seu xará, Koji Morisaki, foi mais preciso. Aos 47 do primeiro tempo, quando a defesa do Gamba já devia estar pensando no intervalo, bastou uma jogada rápida no ataque para deixar o camisa 7 na cara do gol; ele chutou rasteiro no canto de Fujigaya e diminuiu: 2x1.

O segundo tempo foi um verdadeiro bombardeio dos dois lados. Ryota Moriwaki apareceu livre na área e quase marcou de cabeça, mas a bola foi pra fora. Quem teve mais sorte foi Shoki Hirai (que vem fazendo um bom trabalho substituindo Adriano): depois de receber na área de Lee Keun-Ho e chutar cruzado, a bola desviou de leve no zagueiro que deu um carrinho para tentar cortar e matou Nishikawa, ampliando a vantagem: 3x1.

O técnico Mihailo Petrovic resolveu fazer mudanças drásticas em busca de pelo menos um empate e trocou três jogadores de uma vez: saíram Hattori, Yamagishi e Takahagi para as entradas de Ishikawa, Aoyama e Mujiri. O Sanfrecce até conseguiu diminuir para 3x2 com Nakajima, de cabeça, depois de uma cobrança de escanteio, mas pouco depois Hayato Sasaki fez o quarto do Gamba num chute de longe, que parecia defensável, mas Nishikawa foi enganado pelo quique da bola, que entrou no cantinho.

Mesmo vencendo por dois gols, o Gamba foi pra cima e continuou pressionando: Kim Seung-Yong pegou um rebote de fora da área e mandou pro gol; Nishikawa rebateu e a bola sobrou na cabeça de Kazumichi Takagi, que não desperdiçou: 5x2. O Hiroshima diminuiu mais uma vez com o georgiano David Mujiri, que chutou forte de fora da área e acertou o canto direito, mas não deu tempo de mais nada; a partida acabou 5x3.

O Gamba tem agora três vitórias seguidas e subiu para o 5º lugar. Com dois jogos a menos, eles ainda podem alcançar a liderança se vencerem as partidas adiadas. Apesar de ser o time com o melhor ataque (26 gols, empatado com Kashiwa Reysol e Kawasaki Frontale), os 22 gols sofridos fazem do Gamba a terceira pior defesa da J-League. O time de Osaka vai a Saitama na próxima rodada enfrentar o Urawa, que luta para sair das últimas posições.

O Sanfrecce tinha a melhor defesa da liga, mas os nove gols sofridos nos últimos três jogos mostraram que seu setor defensivo não é assim tão confiável. O time caiu do 4º para o 6º lugar e precisa melhorar o desempenho fora de casa para se manter entre os primeiros. O próximo adversário é o Omiya Ardija, também em Saitama, que ainda não venceu nesta temporada em seu estádio. Pode ser a oportunidade ideal para o Hiroshima se recuperar.

sábado, 25 de junho de 2011

Mundial Sub-17: Japão fica em primeiro lugar no grupo com Argentina, França e Jamaica

Os Jovens Samurais na partida contra a França / Getty Images

Em uma Copa do Mundo de categorias de base, é muito difícil fazer previsões ou apontar quem de fato vai se dar bem como profissional, devido à inconsistência de jogadores tão jovens. Porém, não deixa de ser interessante acompanhar o desenvolvimento desses atletas na tentativa de descobrir quais deles podem ser futuras estrelas de seus países. O Japão estreou no Mundial sub-17 do México de forma cautelosa, com o objetivo de conquistar uma vaguinha num grupo aparentemente complicado, com Argentina, França e Jamaica. Para a surpresa de muitos, os Jovens Samurais não só conseguiram a classificação, como também foram os melhores do grupo e uma das seleções que mais impressionou na primeira fase do Mundial. Com um toque de bola envolvente, disciplina tática e uma mentalidade de dar inveja até aos senpai das seleções olímpica e principal, o Japão é um dos destaques do torneio e tem potencial para ir longe.

Japão 1x0 Jamaica
18/06/2011 - Monterrey

O técnico Hirofumi Yoshitake arma o Japão num 4-3-3; Mochizuki começou como o único 
meia defensivo, com Nozawa e Ishige à sua frente armando o jogo, enquanto Hayakawa e 
Ryuga Suzuki, pelas pontas, tentavam criar as jogadas para o centroavante Nakajima.

A primeira partida, como é normal em estreias, foi nervosa. O jogo estava equilibrado e a Jamaica foi quem mais assustou no primeiro tempo, com um chute de longa distância que acertou a trave. Aos 16 minutos do segundo tempo saiu o gol japonês, com Masaya Matsumoto, que tinha acabado de entrar no lugar de Shoya Nakajima. O atacante trocou pesses com o lateral Sei Muroya e, na cara do gol, não desperdiçou.

O Japão ainda teve algumas chances de fazer o segundo, principalmente com o atacante Musashi Suzuki, mestiço de japonês com jamaicano, mas ele não conseguiu marcar contra seus "compatriotas". A Jamaica não conseguiu reagir e praticamente não ameaçou o gol de Kosuke Nakamura. Em uma partida com poucas chances de gol, o Japão dominou a posse de bola (61%) e controlou o jogo, mas não impressionou. Nas próximas partidas é que eles deveriam mostrar a que vieram.

Japão 1x1 França
21/06/2011 - Monterrey

O Japão com quatro alterações na segunda partida - Kawaguchi entrou na lateral direita e 
Muroya foi deslocado para a esquerda; Fukai foi o volante de contenção, deslocando Mochizuki 
para a meia direita e Ishige para a ponta direita; Kida atuou na meia esquerda e Musashi Suzuki 
começou como centroavante, apesar de ter se deslocado para as pontas no decorrer do jogo.

A França vinha com moral depois de vencer a Argentina por 3x0, e se impôs fisicamente desde o início. O primeiro gol saiu aos 23 minutos, com um chutaço de fora da área de Abdallah Yaisien, que foi quase no ângulo; o goleiro Nakamura nem chegou perto de defender. Os Bleus começaram bem, mas pararam depois do gol. O Japão foi melhorando e, mesmo com o placar desfavorável, tocava a bola com calma. No segundo tempo, os Samurais Azuis vieram dispostos a empatar e conseguiram logo aos 3 minutos, quando Ishige foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. O próprio Ishige cobrou e deixou tudo igual: 1x1.

A França não resistiu ao calor mexicano e sucumbiu ao cansaço. O Japão foi melhor em toda a segunda etapa, dominou a posse de bola (62%) e criou várias jogadas de gol, mas perdeu chances incriveis na hora de finalizar. Os japoneses tocavam a bola do jeito que queriam, enquanto os franceses, exaustos, nada podiam fazer. Porém, nos últimos minutos, os nipônicos preferiram administrar a vantagem do que partir pro ataque e tentar a virada. Se jogassem com mais ousadia no final, a virada parecia certa. A França saiu no lucro com o empate.

Japão 3x1 Argentina
24/06/2011 -  Morelia

Na terceira partida, sete mudanças (algumas para poupar jogadores com cartão amarelo), 
mas ainda assim o Japão dominou a Argentina e não teve dificuldades em vencer

O Japão já veio como favorito para a última partida da fase de grupos, depois da excelente exibição contra a França, enquanto o Argentina sofreu uma derrota vexaminosa na estreia e passou sufuco para vencer a Jamaica em seguida. Os Jovens Samurais começaram com tudo e fizeram 1x0 logo aos 3 minutos de jogo. A falta de ousadia dos laterais vinha chamando a atenção nas partidas anteriores, mas o primeiro gol contra os hermanos veio justamente numa grande jogada do lateral Naoki Kawaguchi, que recebeu a bola pela direita, driblou seu marcador e chutou pro gol, meio sem força, mas o goleiro deu rebote nos pés de Daisuke Takagi, que só empurrou para o gol. Aos 19 minutos, Hiroki Akino cobrou escanteio e o zagueiro Naomichi Ueda fez de cabeça: 2x0.

No segundo tempo, tudo estava decidido quando Matias Montero recebeu cartão vermelho direto depois de um pisão na perna de um adversário caído e, pouco depois, em uma rápida cobrança de lateral, Musashi Suzuki recebeu a bola sem marcação na ponta esquerda e cruzou na área para Akino, que chutou de primeira; mais uma vez o arqueiro argentino não conseguiu segurar um chute que foi fraco e em cima dele e deixou o rebote nos pés de Akino, que não perdeu a chance de fazer 3x0.

Devido à chuva que caía em Morelia, o Japão não conseguia trocar passes com facilidade como nas partidas anteriores (teve "apenas" 50% de posse de bola), mas ainda assim era muito superior e por pouco não fez o quarto gol. Para não ficar tão feio para os argentinos, Brian Ferreira fez um golaço do meio campo que encobriu o adiantado Niekawa, definindo o placar final: 3x1.

Como a França empatou com a Jamaica (1x1) na outra partida, o Japão se classificou em primeiro lugar no Grupo B, e espera seu adversário das oitavas de final entre um dos melhores terceiros colocados. Enquanto isso, a Argentina também se garantiu na segunda fase graças aos outros resultados: na pior das hipóteses, os hermanos passam como o quarto melhor 3º colocado.



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pré-Olímpico: Japão passa pelo Kuwait e se classifica para a próxima fase

O técnico Takashi Sekizuka e a seleção olímpica / Foto: Ryoichi Morimoto

Na disputa por uma das três vagas da Ásia nas Olimpíadas de Londres em 2012, a seleção japonesa começou sua participação no Pré-Olímpico enfrentando o Kuwait em duas partidas eliminatórias. Apesar de se mostrar superior durante os dois confrontos, a classificação não foi fácil, com um placar agreagado de 4x3.

Japão 3x1 Kuwait
19/06/2011 - Toyota Stadium, Nagoya

No jogo de ida, o Japão venceu por um bom placar, que poderia ter sido ainda maior, não fosse por inúmeras chances perdidas. A seleção teve o desfalque do atacante do Nagoya Grampus, Kensuke Nagai, que torceu o tornozelo no treino. Em seu lugar entrou Yuya Osako, do Kashima Antlers.

Os Samurais Azuis não tiveram dificuldades no início: aos 18 minutos, Yusuke Higa foi à linha de fundo e cruzou no meio da área para Hiroshi Kiyotake, que mergulhou para marcar de cabeça: 1x0. O zagueiro Mizuki Hamada ampliou, também de cabeça, no escanteio cobrado por Kiyotake: 2x0. No segundo tempo, Osako fez 3x0 depois de receber um passe de Ryohei Yamazaki.

Parecia que a classificação já estaria decidida na primeira partida, mas as coisas começaram a complicar quando Hiroki Sakai perdeu a bola no campo de defesa e o Kuwait aproveitou: depois que a defesa cortou um cruzamento, Al Mutairi pegou o rebote dentro da área e chutou com força pra diminuir: 3x1. Foi um erro defensivo que permitiu o gol de honra dos kuwaitianos e, a partir daí, mesmo vencendo por dois gols e jogando em casa, os japoneses passaram a jogar desesperados, dando chutões na defesa quando poderiam simplesmente tocar a bola com calma e administrar a vantagem. Essa mentalidade frágil pode se tornar um grande problema no futuro. O destaque positivo do segundo tempo foi Genki Haraguchi, que saiu do banco de reservas e quase marcou o seu: acertou um chute na trave e por pouco não fez um golaço depois de driblar três adversários: seu chute foi desviado no último instante e passou por cima do gol.


Kuwait 2x1 Japão
23/06/2011 - Mohammed Al Hamad Stadium, Hawalli

Como jogou o Japão na segunda partida: Sekizuka arma o time no 4-2-3-1; a 
única mudança com relação ao jogo de ida foi a entrada de Nagai no lugar de Osako

O jogo de volta foi mais equilibrado. O Kuwait abusava das faltas e entradas mais violentas no início, enquanto o Japão não conseguia se organizar. Apesar disso, o primeiro gol saiu aos 20 minutos, quando Sakai recebeu um lançamento em velocidade, ganhou na corrida do zagueiro e deu um toque por cobertura no goleiro: um bonito gol e 1x0 no placar.

O Kuwait precisava de pelo menos três gols para forçar uma prorrogação, e voltou disposto a atacar no segundo tempo. Logo nos primeiros minutos, veio o empate em um cruzamento na área que a defesa não conseguiu afastar; a bola sobrou dentro da área com Hamad Aman, que teve tempo de dominar, girar e bater de voleio, com força no alto do gol, sem chance para Gonda: 1x1. Aos 12 minutos veio a virada, num pênalti de Daisuke Suzuki em cima de Al Salman. O próprio Al Salman cobrou e fez 2x1.

O jogo ficou nervoso a partir daí, pois só mais um gol do Kuwait levava a partida para a prorrogação, enquanto o Japão se defendia da forma que podia. Apesar disso, foi o Japão quem teve as melhores chances de definir o resultado, mas Kiyotake e Higashi pecaram na finalização. O Kuwait parecia não ter mais forças para buscar o gol que precisava e, apesar da tensão até o último minuto, o placar não se alterou mais.

Com isso, o Japão está classificado para a próxima fase do Pré-Olímpico, que funciona da seguinte forma: os 12 países classificados serão divididos em 3 grupos com 4 times em cada um. Depois de seis rodadas, o campeão de cada grupo estará classificado para as Olimpíadas de Londres. Os três segundos colocados disputam um playoff até sobrar apenas um, que vai decidir uma vaga com um representante da África. O sorteio dos grupos será dia 7 de julho.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Vissel Kobe 0x1 Kashima Antlers: Kobe descendo, Kashima subindo

 
Tashiro fez o gol da vitória do Kashima / J.League Photos

A 17ª rodada da J-League deveria marcar a metade do campeonato mas, devido à tragédia de 11 de março e os jogos adiados logo em seguida, é na prática apenas a 12ª. Apesar de ter sido uma rodada cheia de gols, Vissel Kobe e Kashima Antlers fizeram uma partida com apenas um, mas que não deixou de ter seus pontos interessantes.

O Vissel Kobe é um dos times mais imprevisíveis da liga. Ano passado o rebaixamento parecia certo, mas eles conseguiram a combinação de resultados que precisavam e se salvaram na última rodada. Este ano, a previsão era de mais uma vez brigar apenas para não cair. Porém, o time conseguiu alguns bons resultados no início e chegou a ocupar o 5º lugar. É incrível que o mesmo time que goleou o Shimizu S-Pulse por 5x1 fora de casa não conseguiu ganhar em casa do Avispa Fukuoka, o lanterna que perdeu todos os outros jogos na temporada. O Kobe vem agora numa sequência de cinco jogos sem vitória e começa a cair na tabela.

Já o Kashima Antlers busca a recuperação depois de um início ruim e uma eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Ásia, para o sul-coreano Seoul FC. O time do técnico Oswaldo de Oliveira vinha frequentando a zona de rebaixamento, uma posição bastante incômoda apesar de ter dois jogos a menos que a maioria dos outros adversários. Agora com a segunda vitória seguida, o Kashima vai reencontrando seu futebol e começa a subir na tabela.

A formação inicial das equipes

O jogo começou com grandes chances para os principais atacantes dos dois times. Primeiro foi Koroki, que recebeu livre na frente dos zagueiros e chutou da entrada da área; sem direção, a bola foi pra fora, à direita do goleiro. Depois foi Okubo que poderia ter marcado ao receber um cruzamento da esquerda de Ogawa, mas ele errou a cabeçada por centímetros e a bola passou na frente da área sem que ninguém alcançasse.

Depois disso só deu Kashima, que dominou a posse de bola e criou várias chances. O goleiro Tokushige vinha salvando o Vissel - ele fez uma defesa incrível num chute de Koroki que ainda sofeu um leve desvio do zagueiro -, mas nada pode fazer quando Endo roubou a bola do lateral Kondo, ganhou na velocidade do zagueiro e cruzou para Tashiro; apesar do defensor ter alcançado a bola pra fazer o corte, ela bateu em Tashiro e foi na direção do gol, encobrindo Tokushige. Um pouco de sorte para o Antlers no lance, mas que premiou o time que jogava melhor.

O time da casa voltou disposto a empatar no segundo tempo mas, depois de uma pressão inicial, o Kashima voltou a dominar. Koroki não estava com sorte mesmo: quando ele pegou de primeira dentro da grande área e acertou um chutaço no ângulo, o árbitro marcou impedimento e não validou o gol. Em outro lance, ele recebeu de Tashiro em condição legal, só ele e o goleiro, mas o camisa 13 isolou e mandou longe.

Com o resultado, o Vissel Kobe caiu mais uma posição, de 10º para 11º, enquanto o Kashima Antlers subiu de 13º para 12º.

Todos os resultados da 17ª rodada:

Vegalta Sendai 4x0 Ventforet Kofu
22/06/2011 - Yurtec Stadium, Sendai - Público: 11.356
19' Yong-Gi
36' Watanabe
69' Akamine
75' Nakashima

Urawa Red Diamonds 3x0 Avispa Fukuoka
22/06/2011 - Saitama Stadium 2002, Saitama - Público: 20.240
53' K. Suzuki
73' Marcio Richardes
90'+1 Edmilson

Kashiwa Reysol 2x4 Gamba Osaka
22/06/2011 - Hitachi Kashiwa Soccer Stadium, Kashiwa - Público: 9.882
10' J. Tanaka [1x0]
13' Endo [1x1]
51' Hirai [1x2]
62' Lee Keun-Ho [1x3]
67' Leandro Domingues [2x3]
80' Shimohira [2x4]

Shimizu S-Pulse 2x3 Kawasaki Frontale
22/06/2011 - Outsourcing Stadium Nihondaira, Shizuoka - Público: 12.217
4' Inamoto [0x1]
13' Yamase [0x2]
20' Alex Brosque [1x2]
44' S. Ono [2x2]
81' Kobayashi [2x3]

Júbilo Iwata 1x2 Omiya Ardija
22/06/2011 - Yamaha Stadium, Iwata - Público: 6.386
1' Maeda [1x0]
15' Murakami [1x1]
90'+5 Kanakubo [1x2]

Cerezo Osaka 2x3 Nagoya Grampus
22/06/2011 - Kincho Stadium, Osaka - Público: 7.875
14' Isomura [0x1]
43' Rodrigo Pimpão [1x1]
44' Tamada [1x2]
73' Kennedy [1x3]
90'+1 Inui [2x3]

Vissel Kobe 0x1 Kashima Antlers
22/06/2011 - Home's Stadium, Kobe - Público: 9.705
37' Tashiro

Sanfrecce Hiroshima 3x2 Montedio Yamagata
22/06/2011 - Hiroshima Big Arc, Hiroshima - Público: 7.593
27' Sato [1x0]
33' Okubo [1x1]
43' Lee [2x1]
72' Ota [2x2]
80' Morisaki [3x2]

Yokohama Marinos 1x0 Albirex Niigata
22/06/2011 - NHK Spring Mitsuzawa Football Stadium, Yokohama - Público: 8.019
31' Hyodo

Pos. Time Pontos  J   V   E   D   GP   GC   SG 
Kashiwa Reysol 25  12   8   1   3   22   11   11
Vegalta Sendai 24  12   6  6  0   18   9   9
Kawasaki Frontale 23  12   7  2  3   24   15   9
Sanfrecce Hiroshima 22  12   6  4  2   16   11   5
Yokohama F. Marinos 21  12   6  3  3   20   12   8
Nagoya Grampus 19  11   5  4  2   20   14   6
Gamba Osaka 19  10   6  1  3   21   19   2
Omiya Ardija 17  12   4  5  3   14   19   -5
Júbilo Iwata 16  12   4  4  4   18   12   6
10º Shimizu S-Pulse 16  12   4  4  4   17   19   -2
11º Vissel Kobe 15  12   4  3  5   10   11   -1
12º Kashima Antlers 14  10   4  2  4   15   15   0
13º Cerezo Osaka 11  11   2  5  4   14   13   1
14º Urawa Red Diamonds 11  12   2  5  5   14   16   -2
15º Albirex Niigata 11  12   2  5  5   9   15   -6
16º Ventforet Kofu 11  12   2  5  5   11   20   -9
17º Montedio Yamagata 8  12   2  2  8   10   20   -10
18º Avispa Fukuoka 1  12   0  1  11   8   30   -22