quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mundial Sub-17: Japão goleia a Nova Zelândia e pega o Brasil nas quartas de final

Hideki Ishige fez dois gols e foi um dos destaques do Japão / Getty Images

O Japão foi um dos destaques da primeira fase da Copa do Mundo Sub-17, realizada no México. Os Jovens Samurais foram de longe a melhor seleção do grupo que tinha Jamaica, França e Argentina e se classificaram em primeiro lugar. O time do técnico Hirofumi Yoshitake chegou a ser comparado com o Barcelona (a exemplo da seleção feminina e também da seleção principal, que já foi chamada de "Barcelona da Ásia"), pelo seu estilo de jogo que prioriza a posse de bola e os toques curtos, dominando o jogo e envolvendo o adversário.

Apesar das comparações com o Barcelona, não existe um "Messi" nesse time do Japão. Antes do Mundial, esperava-se muito do atacante Takumi Minamino, mas ele foi titular em apenas uma partida e, apesar de alguns bons momentos, não se firmou como a referência no ataque. O destaque do time é o coletivo e o elenco. Não só pelo entrosamento, quanto também por ter vários jogadores versáteis que atuam em mais de uma posição. Não existem onze titulares definidos (especialmente do meio pra frente) e pelo menos 15 jogadores mostraram-se bons o bastante para começar jogando. A partida contra a Nova Zelândia pelas oitavas de final foi o melhor exemplo do bom futebol que esse time é capaz de jogar.

Oitavas de Final - Japão 6x0 Nova Zelândia
29/06/2011 - Estádio Universitário, Monterrey

Mais uma escalação cheia de mudanças no Japão: Takuya Kida foi o 
volante, enquanto Masaya Matsumoto começou como centroavante

Com mais uma escalação diferente - possivelmente poupando o volante Kazuki Fukai, que já tinha amarelo -, o Japão entrou em campo com boas possibilidades contra a Nova Zelândia, que se classificou como o melhor terceiro colocado depois de um inusitado sorteio: os neozelandeses empataram em todos os critérios com os Estados Unidos, que tiveram a "sorte" de passar em segundo lugar.

A seleção da Oceania prometia dificultar a vida do Japão depois de uma campanha na primeira fase que teve uma derrota para a República Tcheca (1x0), um empate com os Estados Unidos (0x0) e uma vitória contra o Uzbequistão (4x1), que foi o primeiro colocado do grupo e mais uma seleção que surpreendeu e está entre as melhores do torneio - apesar de terem perdido para a Nova Zelândia, os uzbeques fizeram ótimas partidas na sequência e já estão nas quartas de final depois de um convincente 4x0 contra a Austrália, time que deu trabalho ao Brasil.

O Japão dominou seu adversário do início ao fim em uma exibição perfeita. Apesar da partida ter começado devagar, tudo mudou quando Ishige trocou de posição com Akino e, na ponta direita do ataque, roubou a bola e cruzou muito fechado; a bola encobriu o goleiro, bateu na segunda trave e entrou: 1x0. Apenas 2 minutos depois, Mochizuki fez um lançamento preciso para Hayakawa que, dentro da área, foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Ishige, que só tinha o gol livre à sua frente: 2x0.

O Japão pressionava e não demorou a sair o terceiro, mais uma vez com participação de Ishige, que recebeu passe de Matsumoto, invadiu a área em diagonal, limpou o zagueiro e tentou o chute, que foi bloqueado; a bola sobrou para Hayakawa que, na pequena área, não teve dificuldades em concluir. Ainda deu tempo de fazer mais um antes do intervalo: Hayakawa recebeu na grande área pelo lado esquerdo e deu só um toquinho de lado para Mochizuki, que passava em velocidade; ele cruzou para a pequena área, a bola passou pelo goleiro, Kip Colvey tentou dominar mas a bola bateu em seu pé de apoio e acabou indo pra dentro do próprio gol: 4x0.

No segundo tempo, Minamino, que tinha entrado no lugar do pendurado Mochizuki, finalmente marcou seu primeiro gol no Mundial: ele só teve que empurrar a bola para o gol vazio depois da assistência de Muroya. Em mais uma jogada rápida e bem trabalhada, Akino deixou Hayakawa na cara do gol; ele finalizou bem e fechou a goleada: 6x0. As estatísticas do jogo mostram o tamanho do domínio: além de 60% de posse de bola, foram 26 tentativas de chute a gol do Japão contra apenas 4 da Nova Zelândia.

Nas quartas de final tem Japão x Brasil, promessa de um grande jogo sem favorito. A partida será neste domingo, dia 3 de julho, às 20:00 (horário de Brasília). O Brasil não poderá contar com Lucas Piazon e Nathan, suspensos, enquanto o Japão deve vir com força total.

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