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domingo, 27 de março de 2011

Brasil 2x0 Escócia: Neymar e Lucas brilhando agora na seleção principal

 Neymar: dois gols e melhor em campo / Foto: Getty Images

A Escócia nunca venceu o Brasil, e agora soma oito derrotas e dois empates na história dos confrontos. No amistoso realizado no Emirates Stadium, em Londres, a "casa" do Brasil na Europa, os escoceses entraram em campo pensando apenas em se defender e, quem sabe, conseguir alguma coisa no ataque com um pouco de sorte. Júlio César precisou fazer uma única defesa em todo o jogo, em uma cobrança de falta de Bannan aos 43 do segundo tempo.

O Brasil finalmente voltou a vencer depois de duas incômodas derrotas por 1x0 - para Argentina e França - e finalmente voltará a jogar em casa em amistosos no mês de junho, em preparação para a Copa América: contra a Holanda em Goiânia e contra a Romênia em São Paulo.

A formação inicial das equipes

Mano Menezes mandou a campo o time que era esperado, com os desfalques de Pato, Nilmar e Marcelo. Craig Levein, o técnico escocês, também teve problemas em escalar seu time, desfalcado do lateral Phil Bardsley (Sunderland), do atacante Steven Naismith (Rangers) e do seu capitão, o volante Darren Fletcher (Manchester United).

Logo nos primeiros segundos, a Escócia foi pra cima e conseguiu uma falta em posição perigosa. O chute de Charlie Adam foi na barreira. Isso resume o ataque escocês no primeiro tempo. O Brasil dominou completamente, mas demorou a traduzir isso em gol. Parecia que a primeira etapa ficaria no 0x0, mas aos 41 minutos Neymar recebeu de André Santos na área, dominou e chutou no canto do goleiro McGregor para abrir o placar.

No segundo tempo também só deu Brasil. Logo na primeira jogada, Neymar carregou, avançou, chutou de fora da área e a bola passou raspando por cima do travessão. Em seguida, McGregor bateu curto o tiro de meta, McArthur bobeou e perdeu para Ramires, que ficou na cara do gol. O brasileiro tentou o toque de lado para Neymar, mas o goleiro se esticou todo e conseguiu cortar o passe. Leandro Damião ainda tentou concluir no rebote, mas McGregor abafou o chute à queima-roupa.

Damião, aliás, teve boas chances de marcar em sua estreia pela seleção, levando perigo na bola aérea. Em duas ocasiões, ele mandou para fora e em outra acertou o travessão. Outro estreante foi o meia Lucas, do São Paulo, que mesmo jogando apenas os 20 minutos finais foi um dos melhores em campo.

Quatro minutos depois de entrar no lugar de Jadson, Lucas passou para Neymar dentro da área, que foi derrubado por Adam. Pênalti que o próprio Neymar bateu e fez seu segundo gol na partida. Lucas ainda teve mais duas arrancadas onde saiu driblando escoceses e por pouco não saiu o terceiro gol. Em uma delas, Jonas - que entrou no lugar de Damião - recebeu livre, cara a cara com o goleiro e chutou com força demais, por cima do gol.

Foi uma vitória tranquila contra uma Escócia que não impôs muitas dificuldades. Esperava-se mais do time que deu trabalho à Espanha em outubro do ano passado, quando perderam por 3x2 no Hampden Park, em Glasgow. O placar poderia até ser maior se o árbitro inglês Howard Webb tivesse marcado pênalti em pelo menos uma das duas ocasiões onde a bola bateu no braço de Caldwell dentro da área - uma foi questionável, mas outra claramente foi pênalti, pois o zagueiro bloqueou com o braço aberto o chute de Jonas que ia para o gol.

sábado, 7 de agosto de 2010

A Escócia inventou a eliminação da Copa do Mundo

A frase do título deste post é creditada a um jornalista da BBC, em relação às formas dramáticas que a Escócia encontrou de ser eliminada das Copas que participou.

Tudo começou nas eliminatórias para a Copa de 1950, a primeira que os países do Reino Unido tiveram a chance de participar. Conforme já falei no post sobre a Inglaterra, os países britânicos ignoraram as primeiras três Copas do Mundo e só voltaram a fazer parte da FIFA após a II Guerra Mundial.

Tradicionalmente, acontecia todos os anos o British Home Championship, um torneio envolvendo Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. A FIFA decidiu que os dois primeiros colocados ganhariam vaga para a Copa no Brasil. Porém - numa decisão que seria impensável atualmente -, o secretário da Scottish Football Association, George Graham, declarou que a Escócia só iria à Copa do Mundo como campeões britânicos.

Tudo começou bem, com a Escócia vencendo a Irlanda do Norte fora de casa por 8x2 e, em seguida, derrotando o País de Gales por 2x0 em Glasgow. A Inglaterra fez até melhor: 9x2 contra a Irlanda do Norte em Wembley e 4x1 contra o País de Gales em Cardiff. Ingleses e escoceses fariam a partida final no Hampden Park, em Glasgow. A Escócia precisava de pelo menos um empate para terminar como campeã em conjunto com a Inglaterra e garantir a classificação - ainda não eram usados critérios de desempate. Os ingleses já haviam declarado que iriam à Copa mesmo com o segundo lugar, então a pressão estava toda do lado escocês.

Com um gol de Roy Bentley aos 18 minutos do segundo tempo, a Inglaterra venceu por 1x0, conquistando o título e acabando com o sonho da Escócia de ir à sua primeira Copa do Mundo. Desesperados, os jogadores imploraram aos executivos da SFA que voltassem atrás e aceitassem a vaga que era deles por direito. Porém, o orgulho falou mais alto e a palavra de Graham foi mantida.

Em 1954, mais uma vez a Escócia perdeu para a Inglaterra e ficou com o segundo lugar. Porém, desta vez a SFA não falou mais do que deveria e levou seu time à Suíça. Mas parece que os executivos não pensaram muito no time - mesmo com a possibilidade de levar 22 jogadores, apenas 13 foram ao mundial, conforme relatou o ex-jogador Tommy Docherty. Segundo ele, a SFA não pagaria as despesas de mais jogadores, mas o avião que levou o grupo estava cheio de executivos e suas esposas. Docherty diz que esse descaso aos jogadores causou o fracasso escocês tanto em 1954 quanto em 1958, quando foram eliminados na primeira fase. A Escócia não tinha nem técnico na época! Era o comitê da SFA quem escalava os jogadores, e um treinador (ou preparador físico) quem chegava mais perto do papel de um técnico.

Mas as eliminações dramáticas ainda estavam por vir. Depois de uma ausência de 16 anos, a Escócia se classificou para a Copa de 1974, na Alemanha, e acabou ficando marcada como a primeira equipe a ser eliminada mesmo sem perder nenhum jogo. Com uma vitória contra o Zaire (2x0) e empates contra Brasil (0x0) e Iugoslávia (1x1), os escoceses foram desclassificados por terem um gol de saldo a menos que o Brasil. As partidas contra o Zaire foram o diferencial - O Brasil venceu por 3x0 enquanto a Iugoslávia emplacou uma goleada de 9x0.

Em 1978, a Escócia foi à Argentina com grandes expectativas. O sempre entusiasmado e confiante técnico Ally MacLeod declarou que seu time, se não ganhasse a Copa do Mundo, certamente voltaria pra casa com uma medalha. A euforia da torcida era tão grande que, antes da partida da seleção para a Argentina, os jogadores desfilaram para um Hampden Park lotado. Eles acreditavam que poderiam ser campeões.

Entretanto, as coisas se complicaram logo na primeira partida, contra o Peru. Apesar de terem marcado o primeiro gol, eles sofreram a virada e os peruanos venceram por 3x1, com dois gols do destaque Teofilo Cubillas. Pra piorar ainda mais, o atacante Willie Johnston foi pego no anti-doping e banido da competição.

Na segunda partida, contra o estreante Irã, a vitória era dada como certa. Mas não foi o que aconteceu. Mais uma vez os escoceses marcaram o primeiro gol e depois sofreram o empate. Jogando mal, não seria uma surpresa se tivessem perdido mais uma. A imagem de MacLeod com a mão na cabeça resumia a decepção de um país inteiro. Aquilo era um verdadeiro desastre.

 A imagem do técnico Ally MacLeod com a mão na cabeça tornou-se um símbolo do fracasso de 1978

No último jogo, a poderosa Holanda, atual vice-campeã mundial e uma das favoritas ao título. A Escócia precisava vencer por três gols de diferença. Missão impossível? É o que parecia, mas o jogo reservava surpresas. A Holanda ainda saiu na frente aos 34 do primeiro tempo, com gol de pênalti de Rob Rensenbrink. Kenny Dalgish empatou no final do primeiro tempo e, logo no início do segundo, Archie Gemmill marcou de pênalti para fazer 2x1 e dar esperança aos escoceses. Aos 23 minutos, o mesmo Gemmill marca um golaço e deixa seu time a um gol da classificação que parecia impossível. Mas a alegria durou pouco. Três minutos depois, Johnny Rep diminui e joga um balde de água fria nas esperanças da Escócia, que mais uma vez foi eliminada no saldo de gols.

Em 1982 a história não foi diferente. Na fase de grupos, com uma vitória sobre a Nova Zelândia (5x2), uma derrota para o Brasil (4x1) e um empate contra a União Soviética (2x2), era a terceira vez seguida que a Escócia era eliminada no saldo de gols.

1986 nem merecia ser citado. Mesmo com o comando de Alex Ferguson, a Escócia ficou em último lugar em seu grupo, com derrotas para Dinamarca (1x0) e Alemanha (2x1) e um empate sem gols contra o Uruguai.

Em 1990 a Escócia começou com mais um vexame, derrota para a estreante Costa Rica (1x0). Na segunda partida, o time se recuperou e venceu a Suécia por 2x1. No terceiro jogo, contra o Brasil, um empate era o que os escoceses precisavam para se classificar. Eles conseguiram segurar o placar por quase o jogo inteiro, mas Muller marcou aos 37 do segundo tempo e o Brasil venceu por 1x0. Ainda havia a chance de se classificar como um dos melhores terceiros colocados se o Uruguai não derrotasse a Coreia do Sul. Era o que acontecia, até que o Uruguai marcou nos acréscimos.

Depois disso, a Escócia só voltou a uma Copa em 1998. Derrota para o Brasil (2x1), empate contra a Noruega (1x1) e derrota contra Marrocos (3x0) foi a fraca campanha que fez o time ficar em último lugar no grupo.

Apesar de serem os "co-criadores" do esporte e terem uma das torcidas mais fanáticas do mundo, os escoceses nunca tiveram muitas alegrias com sua seleção. Em oito participações, nunca passaram da primeira fase. Se levarmos em contra os eventos de 1950, dá pra dizer que o título deste post descreve perfeitamente a frustração do torcedor com a seleção da Escócia.