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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alguém aí quer ser campeão brasileiro?

 Quem vai levantar esta taça no final do campeonato?

A história do ano passado está se repetindo. Chegamos na reta final do Brasileirão 2010 e parece que "ninguém quer ser campeão". Vemos os líderes perdendo pontos e a tabela cada vez mais embolada. Pra se ter uma ideia, o Ceará, que parecia brigar só pra não cair, está a 6 pontos da zona da Libertadores. Quem apostaria neles? Difícil, assim como prever quem será o campeão. É claro que o calendário apertado e as muitas lesões em todos os times têm grande parcela de culpa no desempenho inconsistente das equipes, mas não vamos nos aprofundar nesse assunto.

Algumas rodadas atrás, quem jogava bem e com pinta de campeão era o Corinthians. Porém, veio a crise e muitos jogos sem vitórias. Mesmo assim, depois de só uma vitória, já estão a apenas 1 pontinho da liderança. O Fluminense mais uma vez está em primeiro, mas o time de Muricy Ramalho não é mesmo faz tempo, não mostrou mais aquele futebol do primeiro turno.

O Cruzeiro é quem vinha com um leve favoritismo, mas perdeu a chance de se distanciar na liderança e agora já tem duas derrotas seguidas. A mesma coisa com o Santos, que conseguiu perder em casa para o lanterna Grêmio Prudente. Apostar no Internacional é difícil, pois a prioridade do Colorado é vencer o mundial. Já o Grêmio, que vem de uma incrível recuperação no segundo turno, é o candidato a surpresa da reta final. Pegando os resultados dos últimos seis jogos de cada time, temos o tricolor gaúcho com a melhor forma recente, tendo conquistado 14 dos últimos 18 pontos disputados.

Veja os resultados recentes dos 20 times, ordenados pela posição na tabela após a 31ª rodada:

Fluminense - V(1x0) E(1x1) D(0x3) D(0x1) E(0x0) E(2x2) - 6 pontos
Cruzeiro - V(3x0) E(0x0) V(1x0) V(1x0) D(1x2) D(3x4) - 10 pontos
Corinthians - E(2x2) D(1x2) D(3x4) D(0x2) E(0x0) V(1x0) - 5 pontos
Santos - E(1x1) V(3x0) V(2x0) V(1x0) D(3x4) D(2x3) - 10 pontos
Internacional - V(3x0) D(0x1) V(1x0) D(0x1) D(0x3) E(2x2) - 7 pontos
Botafogo - E(1x1) E(1x1) E(1x1) E(0x0) E(0x0) V(1x0) - 8 pontos
Atlético-PR - V(1x0) E(0x0) E(0x0) D(0x2) V(2x1) E(2x2) - 9 pontos
Grêmio - V(4x2) V(3x0) V(4X0) E(3x3) V(2x1) E(2x2) - 14 pontos
São Paulo - D(2x4) E(0x0) V(2x0) V(3x2) V(4x3) D(0x2) - 11 pontos
Palmeiras - V(2x0) E(1x1) V(4x1) E(0x0) E(1x1) D(0x1) - 9 pontos
Ceará - E(0x0) E(2x2) V(1x0) V(2x0) E(1x1) V(2x0) - 12 pontos
Vasco - V(3x2) E(0x0) E(3x3) V(2x0) D(0x2) E(1x1) - 9 pontos
Flamengo - E(1x1) E(1x1) V(2x0) E(2x2) V(3x0) E(1x1) - 10 pontos
Atlético-GO - D(0x3) D(2x3) D(0x2) V(4x3) V(2x0) V(1x0) - 9 pontos
Guarani - D(2x4) D(0x3) E(1x1) D(0x2) E(0x0) D(0x1) - 2 pontos
Atlético-MG - E(0x0) V(3x2) V(2x1) D(0x1) V(2x0) V(4x3) - 13 pontos
Vitória - D(0x1) D(0x3) D(0x2) D(0x1) V(2x0) D(0x1) - 3 pontos
Goiás - E(1x1) D(2x3) D(0x1) V(1x0) D(1x2) V(1x0) - 7 pontos
Avaí - D(0x1) E(0x0) D(1x4) E(2x2) D(0x2) D(0x1) - 2 pontos
Prudente - V(4x2) E(1x1) D(0x4) D(2x3) D(0x2) V(3x2) - 7 pontos

Fazendo uma "classificação dos últimos seis jogos", temos:

1º Grêmio - 14 pontos
2º Atlético-MG - 13 pontos
3º Ceará - 12 pontos
4º São Paulo - 11 pontos
5º Cruzeiro, Santos e Flamengo - 10 pontos
8º Atlético-PR, Palmeiras, Vasco e Atlético-GO - 9 pontos
12º Botafogo - 8 pontos
13º Internacional, Goiás e Prudente - 7 pontos
16º Fluminense - 6 pontos
17º Corinthians - 5 pontos
18º Vitória - 3 pontos
19º Guarani, Avaí - 2 pontos

Vale destacar também a recuperação de alguns times brigando pra não cair, como o Altético-MG, que tem feito milagres com Dorival Júnior; o Ceará, que não perde a seis jogos e até o Atlético-GO, que há pouco tempo era o maior favorito a terminar o campeonato segurando a lanterna.

De volta à parte de cima da tabela, ainda temos times correndo por fora. O Botafogo finalmente acabou com sua sequência de empates e continua na briga pela Libertadores. O Atlético-PR perdeu um pouco o fôlego com a saída de Carpegiani, mas está bem vivo. O São Paulo parecia um forte candidato até perder pro Ceará na última rodada. E o Palmeiras mostra que vai apostar suas fichas é na Sul-Americana.

Se o desempenho dos times não é dos melhores, pelo menos a emoção é garantida até o final. Com sete jogos e 21 pontos para serem disputados, dá pra dizer que até o 8º colocado (Grêmio) tem chance de ser campeão. Será que a história do ano passado se repete e no final aparece um campeão surpresa?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

São Paulo 4x3 Santos: Um jogo como nos anos 50

Uma partida incrível, cheia de gols, com dois times ofensivos, falhas defensivas, jogador expulso e gol decisivo aos 48 do segundo tempo. Emoção é o que não faltou na partida entre São Paulo e Santos disputada no Morumbi.

O São Paulo no 4-2-3-1 e o Santos no 4-2-2-2

Com a ausência de Casemiro e o retorno de Dagoberto, Paulo César Carpegiani foi ousado e escalou um time ofensivo, com quatro jogadores de ataque. Na falta de um armador, Dagoberto foi quem assumiu o papel mais parecido com um, como um atacante recuado. Lucas jogou aberto pela direita, Fernandinho pela esquerda e Ricardo Oliveira pelo centro. Mas foi o camisa 25 quem mais se destacou.

Recentemente ele foi muito criticado pela torcida, foi pra reserva e quase foi vendido para o Metalist da Ucrânia. Porém, Carpegiani, que já o conhecia dos tempos de Atlético-PR, conseguiu resgatar seu melhor futebol e trouxe Dagoberto de volta ao time titular. Destaque na partida, marcou dois gols e só não fez o terceiro porque Pará tocou na bola antes e acabou marcando contra. Saiu de campo muito aplaudido no segundo tempo.

O Santos de Marcelo Martelotte vinha empolgado com vitórias contra os concorrentes diretos Fluminense, Atlético-PR e Internacional. O interessante é que, ao contrário do time do primeiro semestre, agora o Peixe mostrava muita segurança na defesa e um ataque sem tantas alternativas. Sem Ganso, o Santos joga em função de Neymar, e o garoto tem sido decisivo.

Neymar brilhou logo aos 3 minutos de jogo, iniciando a jogada do primeiro gol. Zé Eduardo chutou, Rogério não conseguiu segurar e Alan Patrick completou: 1x0. Três minutos depois, veio o gol de empate: Dagoberto marcou de cabeça ao receber passe de Ricardo Oliveira. Com 1,75m, gol de cabeça não é especialidade de Dagoberto. Mas ele ainda marcou outro aos 16 minutos, após mais uma assistência de Ricardo Oliveira. Dois gols que a defesa santista poderia ter evitado.

Os erros defensivos não pararam por aí: aos 19 minutos, Dagoberto invadiu a área e se preparava pra chutar, quando Pará tentou fazer o desarme e acabou mandando pra dentro do próprio gol. Mas os são paulinos tiveram pouco tempo pra comemorar. Aos 20 minutos, Pará se recuperou, fez grande jogada e cruzou pra Zé Eduardo, livre e sem goleiro, apenas empurrar pras redes e diminuir o placar.

20 minutos jogados e cinco gols no placar. O jogo estava muito aberto. Algumas chances ainda foram criadas, mas o primeiro tempo terminou com 3x2 a favor do time da casa. Na segunda etapa, Carpegiani resolveu arrumar sua defesa e colocou Renato Silva no lugar de Lucas. Renato jogou como lateral direito, enquanto Jean foi para o meio-campo.

O Santos pressionava mais e ficou em vantagem numérica quando Richarlyson foi expulso ao fazer uma falta desnecessariamente violenta em Zé Eduardo, aos 13 minutos. A partir daí, o Santos pressionou ainda mais com a entrada do meia Felipe Anderson no lugar de Roberto Brum e Maranhão no lugar de Pará. Fernandinho havia recuado para recompor a defesa, mas ele logo foi substituído por Diogo, lateral esquerdo de origem e que fez ótima partida, é bom lembrar.

Aos 26 minutos, o Peixe conseguiu um pênalti que Neymar converteu, empatando a partida. Mas o Tricolor mostrou que ainda estava vivo e quase fez o quarto gol logo em seguida: livre na frente do goleiro, Jean chutou pra fora. Jean ainda desperdiçou outra grande chance parecida, onde Rafael fez a defesa e a bola bateu na trave. Porém, o camisa 2 são paulino ainda teve seu momento de herói no dia quando, em sua terceira chance de marcar, não desperdiçou e fez de cabeça o gol da vitória aos 48 do segundo tempo.

Uma vitória e tanto para um São Paulo que, mesmo com um a menos, não desistiu de atacar e ainda criou várias oportunidades. Dagoberto deu a volta por cima e se recuperou do mau momento. Ricardo Oliveira, mesmo não marcando gol, foi decisivo nas assistências.

Foi um jogo um tanto anormal para os padrões atuais, parecia uma partida dos anos 50. Um belo espetáculo, mas preocupante pelo setor defensivo das equipes. Nem tanto para o São Paulo, que veio ciente do risco que correria com um time mais ofensivo que o habitual. Já o Santos não mostrou a segurança defensiva dos últimos jogos e foi castigado no final.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Botafogo 0x0 Palmeiras: Jogo feio e mais um empate

Botafogo e Palmeiras, sonhando se aproximar da zona da Libertadores, se enfrentaram no Engenhão em um jogo feio e pouco inspirado por parte das duas equipes. O resultado foi ruim para um Botafogo que já vem em um momento ruim, cheio de desfalques e com uma incrível sequência de agora sete empates consecutivos. Por outro lado, o Palmeiras vinha de boas partidas, com quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos. Mas pouco fez para merecer a vitória. Com os times do topo da tabela perdendo pontos e o Corinthians em crise, foi uma oportunidade desperdiçada para as duas equipes se aproximarem do tão desejado G3.

Botafogo no 3-5-2 e Palmeiras no 4-2-3-1

Depois de um começo incerto no comando do alviverde, Felipão finalmente definiu seu esquema de jogo no moderno 4-2-3-1. Apesar do sucesso e bom desempenho nos últimos jogos, o Palmeiras que jogou ontem não parecia disposto a vencer. Precavido demais, lento nos contra-ataques, com pouca movimentação e atuação apagada de seus principais jogadores ofensivos - Valdívia e Kléber. Com o esquema certo mas jogando da forma errada, o resultado mais provável era mesmo um empate ou derrota.

O alvinegro de Joel Santana, jogando em casa e com o apoio da (pouca) torcida, lutou contra suas próprias limitações para sair da sofrível sequência de empates. Como sempre, o time jogou com três zagueiros, mas desta vez com dois atacantes, graças ao retorno de Jobson, que fez a dupla de ataque com Loco Abreu. O uruguaio, aliás, teve grandes chances de decidir o jogo, mas acabou perdendo gols incríveis ao desperdiçar um pênalti e furar na cara do goleiro.

Foram 90 minutos de muita luta e pouca técnica. A atuação ruim das estrelas dos times resume bem a qualidade do "espetáculo". 14º empate do Botafogo e 13º do Palmeiras no campeonato. Não perdeu nada quem não assistiu.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Santos 2x3 Corinthians: Neymar Futebol Clube perde para o líder

O Corinthians venceu uma partida muito disputada e ameaça disparar na liderança do Brasileirão. Mesmo jogando na Vila Belmiro, o Timão teve mais posse de bola (61%) e ganhou o jogo com paciência e disciplina tática.

Santos no 4-4-2 e Corinthians no 4-2-3-1

Apesar de toda a turbulência envolvendo Neymar, parecia que já estava tudo normal com o Santos, que começou arrasador. Neymar logo no primeiro lance deixou Danilo na cara do gol, mas ele perdeu a chance e furou. Na sequência, ainda a 1 minuto de jogo, cobrança de escanteio e falha de marcação do Corinthians, que deixou Durval livre pra dominar a bola na segunda trave e fuzilar pro gol.

Mas os santistas pouco comemoraram. Aos 9 minutos, Jucilei faz grande jogada, deixou o zagueiro Bruno Aguiar no chão e deu a assistência pra Iarley empurrar pras redes na saída do goleiro Rafael.

O jogo estava bom. O Santos não sufocava mais e o Corinthians passou a criar boas chances. Mas quem marcou foi o Peixe, aos 27 minutos. Em jogada de contra-ataque, Marcel chutou cruzado, Júlio César deu rebote e Neymar não perdeu a chance de marcar.

Mesmo estando em desvantagem mais uma vez, o time de Adilson Batista não se desesperou. Continuou jogando da sua forma usual e empatou de novo aos 42 minutos, com gol de Elias e assistência de Bruno César.

No primeiro tempo, após a pressão inicial do Santos, o Corinthians foi controlando a posse de bola e trocava muitos passes mesmo quando perdia por 2x1. Há quem diga que posse de bola não signifique nada, que não adianta ter mais posse de bola se você está perdendo o jogo. Porém, é esse o estilo de jogo que já vem desde Mano Menezes e tem se mostrado efetivo. Movimentação, toque de bola e paciência. Não dá pra deixar de falar nas atuações dos volantes, que mais uma vez foram essenciais: Boquita implacável na marcação e Jucilei, mais solto, apoiando no ataque.

No segundo tempo, Bruno César e Jorge Henrique inverteram de posição, enquanto Iarley se movimentava bastante pelo campo. O Corinthians estava melhor, mas quem quase marcou foi o Santos, em cobrança de falta. No rebote, Júlio César fez milagre e salvou dois chutes à queima-roupa. Foi uma pena que o jogo acabou sendo decidido em um lance irregular. Aos 24 minutos, em jogada de bola parada, Jorge Henrique lança pra Danilo que, impedido, recebe livre pelo lado direito e cruza para Paulo André, também livre, marcar de cabeça.

O Peixe perdia em casa, mas, desorganizado, não conseguiu fazer a pressão que se esperava no fim do jogo. Neymar pouco pode fazer. Madson e Alan Patrick, que entraram no segundo tempo, também. No final, era a torcida corinthiana quem gritava olé na Vila Belmiro. O Corinthians jogou como campeão, está embalado e, se continuar assim, parece que o único rival na briga pelo título será o Cruzeiro de Cuca e Montillo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fluminense 1x2 Corinthians: Taticamente superior, Corinthians consegue uma merecida vitória fora de casa

Em uma partida agitada, o Corinthians venceu o Fluminense no Engenhão, numa excelente exibição técnica e tática. Com um jogo eficiente, paciente, uma defesa segura e uma ótima atuação dos volantes, Adilson Baptista consegue uma vitória que deixa seu time muito perto de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro.

 A formção inicial das equipes

Muricy Ramalho escalou seu time com três zagueiros e apenas Washington no ataque, em um 3-6-1. Adilson Baptista mandou a campo o seu 4-2-3-1. Bruno César começou pela esquerda, mas logo inverteu com Jorge Henrique e jogou mais pelo lado direito.

Jogando em casa, o Fluminense começou pressionando mais no início, mas sem criar muitas chances. Com Conca sumido, Washington se posicionando mal e Deco errando demais, o tricolor não conseguiu se impor no primeiro tempo. O Corinthians tocava a bola com paciência e foi premiado com um gol no finalzinho do primeiro tempo. Depois de uma cobrança de falta, a bola sobrou pra Elias, que mandou pra área de novo. A defesa tricolor falhou e deixou Jucilei dominar sozinho e chutar pro gol.

Para o segundo tempo, Muricy colocou o time no 4-4-2: saiu o zagueiro André Luis e entrou o atacante Rodriguinho. O time carioca estava mais ofensivo e quase empatou o jogo. Júlio César fez grande defesa cara a cara com Rodriguinho. Apesar disso, o time carioca mostrava desorganização e pouca movimentação.

Movimentação - foi assim, fazendo o que o Fluminense não fazia, que o Corinthians chegou ao segundo gol. Alessandro tabelou com Elias e ficou na cara do goleiro Fernando Henrique. Ele só tocou de lado pra Iarley, que empurrou a bola pras redes.

Mas o Flu não se entregou. Rodriguinho recebeu de Deco na área, chutou cruzado e Washington completou pra diminuir o placar. A equipe carioca tentou ir para o sufoco, mas sem organização e o placar ficou nisso.

A partida foi uma vitória dupla do 4-2-3-1: no primeiro tempo, contra o sistema de três zagueiros e no segundo, contra o tradicional 4-4-2. Paulinho e Jucilei fizeram excelente partida tanto na marcação quanto na saída de bola e apoiando o ataque. Principalmente Jucilei, que até marcou gol e está mostrando que sua convocação à seleção brasileira é merecida.

O Fluminense não está conseguindo ser eficiente com dois meias armadores. Muricy precisa encontrar uma forma de utilizar Deco e Conca ao mesmo tempo - ou ser mais radical e usar só um deles. Com apenas duas vitórias nos últimos oito jogos, o título pode ficar fora de alcance se o time não reagir rápido.

domingo, 12 de setembro de 2010

Botafogo 2x0 São Paulo: Joel Santana mostra ousadia e vence mais uma

Jogando no Engenhão, o Botafogo venceu o São Paulo por 2x0 e continua em terceiro lugar no Brasileirão 2010. O tricolor paulista até conseguiu equilibrar o jogo no primeiro tempo, mas a falta de ousadia e inspiração no ataque custaram caro. O alvinegro carioca foi mais ofensivo e venceu no segundo tempo com as acertadas alterações de Joel Santana.

 A formação inicial das equipes - 3-6-1 contra 4-4-2

Joel escalou sua equipe no mesmo 3-6-1 que venceu o Santos no meio de semana. A única alteração foi a entrada do uruguaio Loco Abreu no lugar do contundido argentino Herrera. Somália e Jobson, também machucados, continuam de fora. O time de Sérgio Baresi veio no tradicional 4-4-2 com o meio-campo em losango. Como desfalques, não jogaram os machucados Alex Silva e Ricardo Oliveira e os suspensos Miranda e Cleber Santana.

O jogo começou movimentado mas sem muitas chances de gol. O São Paulo foi bem defensivamente - Xandão e Casemiro com ótimas atuações - mas não criava nada no ataque. Com Loco Abreu na área, o Botafogo tentou muitos cruzamentos mas sem sucesso.

A chave para a vitória foi a capacidade de Joel Santana de transformar uma situação negativa em positiva. Logo aos 8 minutos de jogo, o lateral esquerdo Marcelo Cordeiro se machucou e teve que ser substituído. Entrou o meia-atacante Edno, que revezou com Renato Cajá na posição de lateral. No final do primeiro tempo, o volante Marcelo Mattos também se machucou e teve que sair. No lugar dele, mais um atacante, Caio. Joel Santana queria vencer, e foi interessante ver a mudança de formação no Botafogo para o segundo tempo.

Segundo tempo: o São Paulo sem mudanças e o Botafogo num incomum 4-2-3-1

O São Paulo voltou com a mesma equipe na segunda etapa. Marlos entrou no lugar de Marcelinho depois de 12 minutos, mas a proposta de jogo era a mesma. Já o Botafogo mudou para a tática da moda, o 4-2-3-1. Cajá apoiava bastante pelo lado esquerdo, enquanto Alessandro ficou mais recuado, só na marcação. Leandro Guerreiro foi mais à frente e fez a dupla de volantes com Fahel - este que, surpreendentemente, fez ótima partida, é bom ressaltar. Pelas pontas, jogaram Caio na direita e Edno na esquerda. No centro, Maicosuel tinha liberdade pra se movimentar pelos dois lados, enquanto Loco Abreu continuava como referência na área.

O Botafogo parou de tentar os cruzamentos que não estavam dando certo e passou a usar a principal característica do 4-2-3-1: o toque de bola. Joel Santana merece todos os créditos pelo resultado e, assim como no último jogo, as alterações que ele fez foram decisivas. Caio pela direita e Edno pela esquerda eram perigo constante. Foram de jogadas deles que saíram os dois gols da vitória. O primeiro veio depois de uma rara falha de Xandão, que deixou Caio livre. Rogério Ceni defendeu o chute, mas Loco Abreu foi oportunista e marcou no rebote.

O São Paulo resolveu jogar só depois de tomar o gol. Dagoberto teve a melhor chance da partida quando recebeu livre na área e chutou de primeira, mas mandou pra fora. Ilsinho e Carlinhos Paraíba entraram no lugar de Casemiro e Jorge Wagner, mas o tricolor só abriu mais espaços para o contra-ataque dos cariocas, que marcou o segundo gol com Edno. Poderia até ter saído o terceiro, com Lúcio Flávio (que entrou no lugar de Maicosuel) e Leandro Guerreiro, mas ambos chutaram pra fora.

Esta partida foi um bom exemplo de como o 4-2-3-1 é mais eficiente que o 4-4-2. A nova tendência do futebol mundial é utilizada pelos principais times da Europa e tem sucesso comprovado: é usado pela Espanha campeã do mundo, pela Internazionale campeã da Champions League e pelo Internacional campeão da Libertadores. É bom lembrar que o São Paulo fez uma partida ruim, não ofereceu perigo ao adversário e saiu com uma merecida derrota - o goleiro Jefferson não fez uma única defesa o jogo todo.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Santos 0x1 Botafogo: Loco Abreu decide aos 45 do segundo tempo

Os santistas não guardam boas lembranças de enfrentar o Botafogo no Pacaembu. Na última vez que isso aconteceu pelo Campeonato Brasileiro, na final de 1995, a partida terminou 1x1 e os cariocas foram campeões. Em 1998, um empate em 2x2 pelo extinto torneio Rio-São Paulo. Em 2010, mais uma vez o Peixe não conseguiu vencer e o Fogão continua invicto contra Paulistas no Brasileirão.

Apesar de ter jogado em casa, o Santos não conseguiu se impor, deu muito espaço ao Botafogo e levou um gol aos 45 do segundo tempo. Provavelmente o 0x0 seria o resultado mais justo, mas o Santos pagou o preço por não ter sido ousado o bastante jogando em São Paulo.

A formação inicial das duas equipes

Havia uma expectativa quanto ao Santos usar três atacantes ou não. No final, Dorival Júnior escalou o time no 4-4-2, com apenas Neymar e Keirrison no ataque. O que se viu no início foi uma certa pressão santista e algumas chances criadas - que pararam nas mãos de Jefferson -, mas durou pouco.

Nos 45 minutos que jogou, Keirrison fez (mais uma) péssima partida e ofereceu pouco perigo ao adversário. Marquinhos era o responsável por armar as jogadas pelo centro, mas pouco apareceu. Zezinho ficou mais livre para se movimentar pelos dois lados e jogar com Neymar. Aliás, foi com Neymar que o Santos mais assustou. Mas ainda foi pouco. O time errava muitos passes, ficava perdido na marcação adversária e não conseguia fazer jogadas individuais.

Joel Santana havia prometido jogar no ataque, mas não foi o que aconteceu. O Botafogo veio com três zagueiros e apenas Herrera na frente. Maicossuel chegava como um segundo atacante, mas pouco viu a cor da bola. Depois de segurar a pressão inicial santista, os cariocas pareciam contentes apenas em esfriar o jogo e impedir que o adversário criasse perigo. 0x0 no intervalo, objetivo cumprido.

No segundo tempo, o Botafogo veio com os mesmos jogadores, enquanto o Santos mudou. Zé Eduardo entrou no lugar do inefetivo Keirrison e Madson veio no lugar de Marquinhos pra dar mais velocidade ao time. E foi o que se viu no início da segunda etapa. Muita correria e o gol não saiu por pouco. Madson lançou Zezinho, que cruzou de primeira para o chute de Zé Eduardo. Mas lá estava Jefferson pra defender.

Depois dessa pressão inicial, Joel Santana mudou o time: tirou o volante Fahel pra entrada do atacante Caio, que jogou aberto pela direita. O jogo mudou a partir daí, com o Santos recuando e o Botafogo dominando a posse de bola. O meio-campo santista ficou perdido e não conseguia criar. Com a saída de Marquinhos, Zezinho estava agora jogando pelo meio, tentando fazer a função de Ganso, mas sem sucesso. Neymar tentava resolver sozinho, mas não conseguia. Era um time sem inspiração, sem coesão.

O Botafogo viu que poderia ganhar o jogo. Fazia jogadas rápidas mas sempre errava no último passe, não conseguia criar as oportunidades. Eram muitas tentativas de ligação direta, mas faltava a referência na área. O que logo foi corrigido com a entrada de Loco Abreu no lugar de Maicossuel. Edno também entrou, no lugar de Herrera.

O Santos tentava explorar a velocidade dos contra-ataques, mas só no final do jogo conseguiu criar uma boa chance. Madson lançou Neymar, que chutou cruzado. A bola bateu em Jefferson e passou na frente do gol. Alessandro mandou pra escanteio antes que Zé Eduardo pudesse completar.

O gol da vitória do Botafogo foi um achado. Aos 45 minutos do segundo tempo, Caio cruzou pra área e Edno ajeitou de cabeça pra Loco Abreu, que recebeu de costas pro gol. O uruguaio só deu um toquinho por cima do goleiro Rafael e mandou pro fundo das redes. Um bonito gol pra compensar uma partida que não foi muito bonita.

Loco Abreu comemora / Foto: Ari Ferreira

Nota: Foi a primeira vez que fui ao Pacaembu. Primeira vez que vi meu time (Botafogo) ao vivo. Eu sairia feliz de lá com um empate; com essa vitória, então... é algo indescritível e que será inesquecível.