quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FC Tokyo 1x2 Kashima Antlers: Com gol nos acréscimos da prorrogação, Antlers vai à final da Copa do Imperador

Koroki, Sasaki e Araiba comemoram a classificação / Foto: Site oficial do Kashima Antlers

Jogando em casa e com o apoio de sua torcida, o FC Tokyo jogou bem contra o favorito Kashima Antlers, e segurava com valentia o empate em 1x1 até os 15 minutos do segundo tempo da prorrogação, quando, em um lance fatídico, o artilheiro Shinzo Koroki marcou e acabou com o sonho da equipe da capital. A tradicional Copa do Imperador - torneio mais antigo disputado no Japão, que é realizado desde 1921 - era a única esperança do Tokyo salvar uma temporada que acabou de forma decepcionante com o rebaixamento na J-League.

A J1 também havia acabado de forma ruim para o Kashima. Com um empate na última rodada, o time caiu para a 4ª posição e perdeu a vaga na Liga dos Campeões da Ásia (ACL). Porém, como o campeão da Copa do Imperador também garante vaga na ACL, o Antlers aposta agora todas as suas fichas nesta competição.

A formação inicial das equipes

A equipe do técnico Oswaldo de Oliveira jogou no seu tradicional 4-2-2-2. Sem os brasileiros Marquinhos e Gilton, que não quiseram renovar o contrato e estão de volta ao Brasil, Miyazaki entrou na lateral esquerda e Osako faz agora a dupla de ataque junto com Koroki. O veterano zagueiro Go Oiwa, com 38 anos e prestes a se aposentar, entrou no lugar do lesionado e recém-convocado para a seleção japonesa Daiki Iwamasa.

O Kashima foi mais perigoso no início e criou boas chances de gol, que pararam no bom goleiro Shuichi Gonda - mais um convocado para defender os "samurais azuis". Apesar da superioridade, o Antlers não converteu seu domínio em gols, e quem saiu na frente foi o Tokyo: aos 39 minutos, num cruzamento da esquerda do brasileiro Ricardinho, Hirayama pegou de meia-bicicleta e fez um golaço.

Depois do intervalo, Aoki entrou no lugar de Oiwa, mas jogou no meio-campo, com Koji Nakata recuando para a zaga. Com 16 minutos da segunda etapa, Motoyama substituiu o machucado Fellype Gabriel. Apesar do ímpeto ofensivo do Antlers, o Tokyo defendia bem. Só mesmo uma bela jogada para empatar a partida: passe de calcanhar de Nozawa para Koroki, que cruzou na cabeça de Osako, sem chance para o goleiro.

Com 1x1 no placar, o técnico Kiyosho Okuma trocou Suzuki por Ishikawa. Mas quem quase marcou foi o Kashima, em cobrança de falta já no fim do tempo regulamentar. Ogasawara cobrou bem, mas Gonda foi buscar e fez uma bela defesa pra salvar o Tokyo.

Para a prorrogação, o Tokyo estava mais ofensivo, com a entrada do atacante Oguro no lugar do lateral Mukuhara. Porém, toda essa ofensividade teve que ser sacrificada com a expulsão do volante Yonemoto, que fez falta dura por trás e merecidamente levou o segundo cartão amarelo.

Com isso, a única opção do time da capital era defender até o final e tentar a sorte nos pênaltis. Sua formação virou um 4-4-1 com Tokunaga na lateral direita e apenas Oguro na frente. A pressão do Kashima era imensa, mas bravamente o Tokyo se defendia.

Como ficaram as equipes no final da prorrogação depois das alterações 
Porém... Contudo... Todavia... Quando o relógio já marcava mais de 15 minutos do segundo tempo da prorrogação, no derradeiro lance da partida... Bola na área, Osako desvia e Koroki manda pro gol. O torcedor do Tokyo não acredita no que vê, enquanto o do Kashima vai à loucura. Uma vitória incrível que certamente ficará na memória de muitos torcedores.
A final, dia 1º de janeiro, será realizada no mesmo Estádio Olímpico de Tóquio e é tradicionalmente a partida final da temporada. O Kashima Antlers jogará contra o Shimizu S-Pulse, que derroutou o Gamba Osaka por 3x0 na outra semifinal.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Birmingham 1x1 Manchester United: Blues buscam o empate no final e impedem que o United se distancie na liderança

Apenas dois dias depois de vencer o Sunderland por 2x0, o Manchester United entrou em campo novamente pela Premier League. Os Diabos Vermelhos foram a Birmingham em busca da manutenção da liderança do campeonato, que havia sido temporariamente tomada pelo Manchester City, que derrotou o Aston Villa por 4x0.

Apesar de apenas dois dias de intervalo entre o último jogo, a equipe que entrou em campo foi praticamente a mesma. A única diferença foi a ausência de Ji-Sung Park, que foi servir a seleção da Coreia do Sul na Copa da Ásia. Gibson entrou em seu lugar.

O Birmingham, por outro lado, teve 17 dias de descanso desde a última partida, graças a um jogo adiado. 

A formação inicial das equipes

O primeiro tempo foi pouco movimentado. A maior - e única - chance do United foi um chute/cruzamento de Giggs que acertou a trave. Rooney, que só marcou um gol pelo seu clube esta temporada, jogou mais recuado e passou longe de desencantar. O Birmingham só tentou alguns chutes de longe, mas nenhum acertou o alvo. Os Blues confiavam em seu bom histórico jogando em casa pra parar o ataque adversário - eram apenas 6 gols sofridos em 9 partidas, além de uma única derrota nos últimos 16 meses.

No segundo tempo, pouca coisa mudou, apesar de mais chances serem criadas. Logo aos 7 minutos, a equipe da casa teve sua primeira boa oportunidade. Depois de cobrança de escanteio, a bola sobrou para Gardner dentro da área, que emendou de primeira pro gol. Van der Sar defendeu com segurança. Cinco minutos depois, jogada rápida do ataque do United com Gibson e Berbatov. O búlgaro recebeu na entrada da área e chutou rasteiro, no canto do goleiro Ben Foster pra abrir o placar. Foi o 14º gol do artilheiro do campeonato.

Três minutos depois, Berbatov quase faz mais um. Desta vez, seu chute acertou a trave. O United poderia ter decidido o jogo, mas parecia que ia ficar só no 1x0 mesmo. O Birmingham não oferecia tanto perigo, mas no desespero dos minutos finais, depois de um cruzamento na área do Manchester, o grandalhão Zigic (que havia entrado no lugar de Beausejour) desvia a bola em um lance polêmico - teria sido com a mão? - e Lee Bowyer empata o jogo para delírio da torcida no St. Andrew's.

Foi a clássica história do time que poderia ter decidido o jogo, mas preferiu segurar o resultado e sofreu o empate no final. Um placar merecido para uma partida onde nenhum time foi realmente muito superior, mas com sabor de derrota pro torcedor do Manchester, que esperava ver seu time isolado na liderança da Premier League, mesmo com jogos atrasados a serem realizados.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Arsenal 3x1 Chelsea: Domínio do início ao fim e vitória "surpreendente" do time da casa

Na Premier League mais disputada dos últimos anos, o Arsenal tinha boas chances de finalmente derrotar o Chelsea depois de 25 meses. A equipe de Carlo Ancelotti sofre com seu elenco reduzido, lesões e, consequentemente, a sequência de maus resultados - nas últimas sete partidas, a única vitória foi contra o modesto Zilina pela Liga dos Campeões. A boa notícia para os Blues era que Frank Lampard finalmente estava de volta e Didier Drogba mais uma vez enfrentou aquele que deve ser seu adversário preferido - o marfinense chegou a 13 gols em 13 jogos contra o time de Arsene Wenger.

Porém, desta vez, a defesa de Wenger, mesmo não passando toda aquela confiança, conseguiu parar o seu usual carrasco. Sem precisar fazer nenhuma alteração, o jogo foi decidido logo aos 8 minutos do segundo tempo, quando Theo Walcott se aproveitou de mais uma falha na defesa dos Blues pra fazer 3x0 e incendiar a torcida no Emirates Stadium, que finalmente via de perto a vitória contra os rivais londrinos.

Arsenal no 4-2-3-1 e Chelsea no 4-3-3

O Arsenal começou no ataque mas não criava muito perigo. O Chelsea estava recuado mas criava mais chances, em erros do adversário. Depois de um erro de passe do zagueiro Koscielny, o Chelsea quase abriu um o placar em um contra-ataque. Parecia um filme repetido: o Arsenal atacava, o Chelsea defendia e nada acontecia. Incansável, Walcott participou muito do jogo, mas faltava objetividade. Nasri ainda não tinha aparecido muito, jogando do lado contrário ao que está acostumado - desta vez, Arshavin ficou no banco.

No final do primeiro tempo, o Arsenal apertou ainda mais, enquanto o Chelsea apenas confiava na sua defesa pra segurar o placar. Nasri chutou colocado de fora da área, mas Cech se esticou todo e fez uma defesa incrível. Parecia que estava tudo encaminhado para um 0x0 no intervalo, mas o Arsenal finalmente conseguiu furar a retranca adversária com toques rápidos. Na entrada da área, Wilshere passou pra Fabregas, que não conseguiu dominar e foi derrubado, mas a bola sobrou para Song, o elemento surpresa que chutou cruzado e fez 1x0.

Para o segundo tempo, o Chelsea voltou mais ofensivo, apesar de manter a mesma formação: Ramires entrou no lugar de Mikel, mas jogou pela direita, onde estava Essien; o ganês recuou pra fazer a função de primeiro volante. Mesmo com a proposta de jogo mais ofensiva, os Blues levaram um balde de água fria logo aos 6 minutos da segunda etapa: depois de uma roubada de bola mal pensada de Essien, a bola sobrou pra Walcott que, na frente de Cech, só precisou tocar de lado pra Fabregas empurrar pro gol. Dois minutos depois saiu o terceiro. Desatento, Malouda perdeu a bola pra Walcott, que deixou com Fabregas, pra receber de volta mais uma vez livre e chutar rasteiro no canto. 3x0 Arsenal.

Imediatamente, Ancelotti mudou sua equipe mais uma vez, colocando Kakuta no lugar de Malouda. Logo aos 12 minutos, Drogba cobrou falta, Ivanovic ganhou de Koscielny e desviou de cabeça pra fazer o gol e dar esperanças de uma reação. Com o recente histórico do Arsenal de não conseguir segurar resultados no final dos jogos, o torcedor do Chelsea acreditou ainda mais. Em sua alteração final, Bosingwa entrou no lugar de Paulo Ferreira, deixando o time mais ofensivo.

Mas nada adiantou. Com Diaby no lugar de Walcott, o Arsenal conseguiu segurar o placar sem tomar sufoco, além de quase marcar mais um gol com Nasri, livre na pequena área depois de uma falha de Kakuta, que não conseguiu afastar o cruzamento. Cech estava atento e defendeu.

Para o Chelsea, faltou ousadia, faltou jogar como time grande. Eles até fizeram um bom trabalho segurando o ataque adversário no início, mas os erros individuais custaram caro. Eles conseguiram apenas um chute a gol em toda a partida; Fabianski sofreu um gol e não fez nenhuma defesa além de parar (poucos) cruzamentos. A verdade é que o Chelsea é um time com poucas opções, com um elenco muito reduzido para manter o domínio na liga que tinha nos anos anteriores. Contratações são de extrema importância para tentar lutar por algo na temporada.

O Arsenal pressionou muito com e sem a bola, não deu chances ao adversário. Apesar de mais um gol sofrido em jogada de bola parada - pra variar -, o time foi bem defensivamente, com uma excelente partida do suíço Djourou. Foi uma vitória muito importante pra equipe do norte de Londres, que reassume a vice-liderança e continua na briga pelo título.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Marcus Tulio Tanaka, muito mais que "aquele que quebrou o braço de Drogba"

Até a última Copa do Mundo, o brasileiro naturalizado japonês Marcus Tulio Tanaka era pouco ou nada conhecido por aqui. E ainda ficou negativamente marcado - injustamente, diga-se de passagem - como "aquele que quebrou o braço de Drogba".

Tulio pela seleção japonesa / Foto: J-League World

Apesar de uma boa participação na Copa do Mundo de 2010 com uma seleção japonesa que chegou desacreditada, ficou a sensação de que dava pra ir além das oitavas de final. Com o Japão saindo de mansinho da Copa e as atenções voltadas para a estrela maior do time, Keisuke Honda, pouco se falou de Tulio, que fez apenas três faltas nas quatro partidas em que atuou.

O que muitos não sabem é que, além de ser um jogador fundamental tanto na seleção quanto no seu clube, Tulio também marca muitos gols e desde 2004 é sempre escolhido para a seleção da temporada da J-League, o campeonato japonês. Ele ainda foi o melhor do ano em 2006.

Nascido no Brasil, aos 15 anos se mudou para o Japão e começou sua carreira por lá, no Sanfrecce Hiroshima. Porém, o time foi rebaixado e na temporada seguinte ele jogou a segunda divisão pelo Mito Hollyhock, marcando 10 gols em 42 jogos. Contratado pelo Urawa Red Diamonds em 2004, Tulio começou uma carreira de sucesso que rendeu um título nacional - o primeiro da história do clube -, duas Copas do Imperador, uma Supercopa e uma Liga dos Campeões da Ásia. Foram 37 gols em 168 jogos pelos Reds.

Depois de desentendimentos com a diretoria do Urawa, Tulio se transferiu para o Nagoya Grampus em 2010 e mais uma vez ajudou sua equipe a ser campeã nacional pela primeira vez, além de marcar seis gols na temporada. Na seleção ele também não ficou devendo - foram oito gols em 43 partidas pelos "samurais azuis".

Infelizmente, Tulio não poderá defender sua seleção na Copa da Ásia, que acontece em janeiro de 2011 no Qatar. O jogador está no Brasil tratando de uma lesão no joelho. Provavelmente não ouviremos falar dele por aqui tão cedo, mas seria justo que Marcus Tulio Tanaka fosse lembrado mais pelos títulos, boas atuações e gols marcados do que pelo infeliz acidente com a estrela marfinense.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Nagoya Grampus, campeão da J-League 2010

Pela primeira vez na sua história, o Nagoya Grampus foi campeão japonês. O time comandado pelo sérvio Dragan Stojković assegurou o título com três rodadas de antecedência e fechou a temporada 2010 com 72 pontos, 10 a mais que o segundo colocado, Gamba Osaka. O Kashima Antlers, que havia sido campeão nos três anos anteriores, ficou apenas em 4º lugar.

O goleiro Narazaki e o técnico Stojikovic levantam a taça

Stojkovic é "discípulo" de Arsene Wenger. O sérvio jogou no Nagoya quando o francês treinou a equipe, em 1995-96, quando venceram a Copa do Imperador e a Supercopa, além de conseguirem a melhor colocação do time na J-League até hoje, um vice-campeonato. Stojkovic se aposentou como jogador em 2001 e retornou ao clube em 2008 como treinador. Apesar da desconfiança da torcida devido à sua falta de experiência como ténico, logo na primeira temporada ele levou o Nagoya ao 3º lugar na J-League e à vaga na AFC Champions League pela primeira vez na história do clube. No ano seguinte, não teve tanto sucesso no campeonato nacional (9º lugar) mas chegou à semifinal da competição continental. Agora, em 2010, pela primeira vez o time é campeão nacional. Outro momento de destaque do técnico sérvio foi quando ele marcou um gol da área técnica, quando o goleiro adversário mandou a bola pra fora pra parar o jogo. Stojkovic acabou expulso pelo juiz pela brincadeira.


Time-base do Nagoya

O Nagoya Grampus é um time organizado e que conta com bons e experientes jogadores em todos os setores. Começando pelo gol, com o capitão Seigo Narazaki, que esteve nas últimas quatro Copas do Mundo pela seleção japonesa. Ele foi o único que jogou todas as 34 partidas da J1 2010*. 

Na defesa, o destaque é o nipo-brasileiro Marcus Tulio Tanaka, que é ídolo em Nagoya e ainda marcou 6 gols na temporada. Junto com ele, jogam também o grandalhão Takahiro Masukawa e os competentes laterais Hayuma Tanaka e Shohei Abe.

No meio-campo, o colombiano Danilson Córdoba dá proteção à zaga junto com Naoshi Nakamura. Mais à frente joga o brasileiro Magnum, sempre caindo pela esquerda.

No ataque, o Grampus tem a jovem promessa Mu Kanazaki, de 21 anos, e dois goleadores veteranos: Keiji Tamada e o australiano Joshua Kennedy - ambos estiveram na última Copa do Mundo. Kennedy foi o artilheiro da J1 2010, empatado com Ryoichi Maeda, do Jubilo Iwata, com 17 gols. Tamada também não ficou muito atrás, marcando 13 gols no campeonato, inclusive o gol do título.

O elenco ainda conta com alguns jogadores de destaque, como os meias Ogawa, o montenegrino Burzanovic e outro brasileiro naturalizado - Alessandro Santos, que jogou as Copas de 2002 e 2006 pela seleção japonesa.

A seleção do campeonato ainda contou com cinco jogadores do Nagoya: Narazaki - o MVP da competição -, Tulio, Musukawa, Danilson e Kennedy. Nada mais merecido para a equipe que foi sem dúvidas a melhor na temporada, com um futebol ofensivo mas ainda assim equilibrado entre ataque e defesa. "A minha filosofia é de jogar um futebol ofensivo, sempre pra frente", declarou Stojkovic. "Nunca mudamos de acordo com o adversário. Nós vamos enfrentar o Kashima, os campeões [da última temporada], com a mesma mentalidade que enfrentamos qualquer time. Vamos entrar em campo pra jogar um belo e bom futebol e, é claro, vamos tentar vencer. Se olharem os resultados deste ano, temos apenas três empates. Esta é a resposta para quando nos perguntam como jogamos e como queremos jogar."


*Nota: J1 é como é chamada a primeira divisão da J-League, assim como a segunda divisão é chamada de J2.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Barcelona 5x0 Real Madrid: Alguma dúvida de qual é o melhor time do mundo?

Depois de todas as expectativas criadas em torno do clássico espanhol, das equipes consideradas as melhores do mundo, do aguardado duelo entre Messi x Cristiano Ronaldo... O jogo foi um massacre do Barcelona, que dominou completamente do início ao fim. Parecia até que o adversário era um time pequeno e não o poderoso Real Madrid de José Mourinho. Se existiam dúvidas de qual é o melhor time do mundo - que fique claro, neste momento -, Messi e companhia trataram de acabar com elas em uma vitória brilhante e incontestável.

 Jogadores comemoram / Foto: ESPN Soccernet

Antes da partida, especulava-se como Mourinho escalaria seu time. Manteria o 4-2-3-1 ou sacrificaria um jogador de ataque para colocar mais um marcador no meio-campo? O técnico português já havia eliminado o Barça pela Champions League na temporada passada, quando foi campeão com a Internazionale. Parece que ele sabia como parar a máquina catalã. Bem, se ele sabia, vai ter que aprender tudo de novo.

 A formação inicial das equipes

O time de Pep Guardiola veio a campo com a formação esperada, enquanto o Real Madrid não teve medo e continuou com seu 4-2-3-1 padrão. Se Mourinho não teve vergonha de colocar seu time todo na defesa quando a Inter superou o Barça, desta vez ele não teve medo de ousar e colocar sua equipe pra jogar de igual pra igual. Pelo menos na teoria. Porque na prática, os Merengues esqueceram de jogar. Totalmente dominados pelo Barcelona, já perdiam por 2x0 (gols de Xavi e Pedro) aos 18 minutos do primeiro tempo.

Com o Barça tocando a bola o tempo todo, era só um time que jogava, enquanto o outro assistia. Apesar da escalação inicial mostrar um 4-3-3, na prática o Barcelona joga diferente. Daniel Alves definitivamente estava bem mais adiantado que um lateral direito, compondo o meio-campo e deixando a defesa com três zagueiros. Quando Abidal também apoiava, era Busquets quem voltava pra zaga. Com tanta pressão, não demorou a sair os gols, enquanto o Real quase não criou chances.

Cristiano Ronaldo não brilhou. Özil estava tão sumido que saiu no intervalo para a entrada de Lassana Diarra. Perdendo de 2x0, entra um jogador defensivo no lugar de um ofensivo. Marcelo também foi substituído, dando lugar a Arbeloa. Será que Mourinho estava prevendo a goleada e tentou fechar mais sua defesa? Se era isso, ele preveu certo, mas seus jogadores nada puderam fazer pra evitar. É difícil dizer um único jogador do Real que não fez uma partida ruim. Aos 13 do segundo tempo, Villa já havia feito mais dois, a goleada estava decretada e o jogo decidido.

O Real até tentava pressionar a saída de bola pra ver se conseguia algo, mas a facilidade com que o Barça trocava passes lembrava até uma partida de um time grande contra um pequeno. Os 67% de posse de bola mostram o tamanho desse domínio. O quinto gol veio já nos acréscimos, com Jeffrén, que havia entrado no lugar de Pedro. Estava fechado o caixão do Real enquanto um lotado Camp Nou ia à loucura.

Foi a primeira derrota de Mourinho no comando do Real Madrid, e a maior que já sofreu na carreira. Segundo ele, o Barcelona é um time pronto, enquanto o Real ainda tem muito a evoluir. O que não deixa de ser verdade.

Foi a vitória do melhor time do mundo, com um show do melhor jogador do mundo. E também do possível segundo melhor, Xavi. Com jogadas fantásticas e passes perfeitos, Xavi deixou o seu logo no início, enquanto Messi, apesar de não ter marcado, teve duas assistências e ainda uma bola na trave. Uma apresentação impecável, uma aula de futebol, uma goleada humilhante sobre o maior rival. Até onde esse time vai chegar?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Brasil 0x1 Argentina: Messi decide nos acréscimos

Parecia um típico jogo de 0x0. Nenhum time foi tão superior a ponto de merecer a vitória, nenhuma chance clara de gol - apesar de ter tido bola na trave e alguns chutes mais perigosos - e ninguém forçou demais a barra. Nos acréscimos do segundo tempo, quando parecia que ia acabar mesmo como um empate sem gols, o Brasil bobeia, perde a bola e Messi não perdoa: parte em velocidade, dribla dois e dá a vitória aos argentinos.


 Brasil no 4-3-1-2 e Argentina no 4-3-3

Nenhuma surpresa nas escalações, os dois times vieram conforme os técnicos já haviam anunciado. Apesar do trio ofensivo composto por Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Neymar, o Brasil estava com três volantes e sem um centroavante. Na Argentina, Pastore jogou como armador, apesar de ter atuado um pouco recuado.

Com a bola rolando, foi apenas um jogo morno. As estrelas dos dois times, os camisas 10 Messi e Ronaldinho, foram apenas razoáveis. As duas equipes defendiam bem e tinham dificuldades de criar chances. No segundo tempo, a Argentina veio com Lavezzi no lugar de Higuaín. O time perdeu a referência na área mas ganhou em movimentação e passou a ser mais perigoso. No Brasil, apenas uma inversão de posições entre Robinho e Neymar.

O panorama não mudou, e mais substituições só vieram no últimos 15 minutos. Douglas no lugar de Ronaldinho, André no lugar de Neymar e Jucilei no lugar de Ramires. Pela Argentina, D'Alessandro entrou no lugar de Pastore. Mas o jogo ainda se encaminhava para o 0x0. Aos 46 do segundo tempo, Douglas - que pode ter tido sua primeira e única chance na seleção - perde a bola pra Banega, Messi tabela com Lavezzi, passa por David Luiz e Lucas e chuta rasteiro no canto para marcar o único gol da partida.

Tivesse acabado 0x0, seria um resultado justo pelo que foi o jogo. Mas a vitória argentina foi merecida; uma bobeira do Brasil foi o suficiente para o melhor jogador do mundo fazer uma grande jogada e decidir a partida no fechar das cortinas.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

O Barcelona está reinventando a formação W-W?

Para enfrentar equipes que se fecham na defesa, o Barça adianta os dois laterais - lembrando o 2-3-2-3 dos anos 30

Jogadores do Barcelona comemoram mais um gol / Foto: Manu Fernandez/AP

O texto a seguir é uma tradução de um artigo escrito por Jonathan Wilson para o inglês Guardian. Segue o link do texto original:
http://www.guardian.co.uk/sport/blog/2010/oct/26/the-question-barcelona-reinventing-w-w

O futebol é um esporte holístico. Adiante um jogador aqui e você precisa recuar um jogador ali. Dê mais liberdade para atacar a um jogador e você precisa fazer outro defender mais. Enquanto o sistema com três zagueiros ficou ultrapassado como formação balanceada ou ofensiva - embora não como uma formação defensiva - graças ao boom dos sistemas com apenas um atacante, os técnicos têm que resolver o problema de como usar laterais ofensivos sem deixar um buraco na defesa.

Para os times que usam wingers invertidos, assim como o Barcelona, esta questão é particularmente significante. Para eles, o apoio dos laterais não é apenas uma opção de ataque; é o que dá profundidade ao time enquanto os meias extremos avançam pelo centro. A falta de um jogador argentino com as características de Daniel Alves explica em parte por que Lionel Messi não jogou na seleção tudo que mostra em seu clube. No Barcelona, quando ele está na ponta direita e corta para o centro, Daniel corre pelo lado de fora, e o lateral adversário não pode ficar simplesmente marcando Messi para forçá-lo a usar seu pé ruim, o direito. Se fizer isso, ele passa para Daniel. Então ele deve cobrir os dois, o que dá o espaço que Messi precisa para usar com eficiência seu pé esquerdo.

É a mesma coisa quando Pedro joga na ponta direita, ou David Villa na esquerda. Os meias extremos do Barcelona sempre tentam cortar pelo meio e avançar em diagonal, e isso é facilitado com o avanço dos laterais. Tradicionalmente, se um lateral avança, o outro fica, formando efetivamente uma defesa com três homens.

O Barcelona, entretanto, frequentemente avança com os dois laterais, uma estratégia arriscada que se mostrou necessária devido aos vários adversários que jogam muito recuados contra eles. Com profundidade dos dois lados, eles podem passar a bola rapidamente de um flanco a outro, abrindo espaços até em uma defesa bem fechada. Contudo, eles ainda precisam de cobertura caso o adversário contra-ataque, e é por isso que Sergio Busquets fica recuado, tornando-se de fato um terceiro zagueiro.

É claro que isso não é algo novo. A maioria dos times que usaram um meio-campo em diamante já fizeram algo parecido. No Shakhtar Donetsk, antes de adotarem o 4-2-3-1, Dario Srna e Razvan Rat eram liberados pra atacar enquanto Mariusz Lewandowski ficava bem recuado no meio. No Chelsea, enquanto ainda definia a melhor formação da equipe, Luiz Felipe Scolari frequentemente colocava Mikel John Obi como um terceiro zagueiro. O próprio Barcelona tinha Yaya Touré recuando pra jogar como zagueiro na campanha do título da Champions League em 2008-09.

A diferença é a proporção usada. E não é apenas o Barcelona. Eu percebi essa tendência pela primeira vez ao assistir um amistoso do México contra a Inglaterra antes da Copa do Mundo. Tentando descobrir qual era a formação mexicana, achei que eram quatro zagueiros, depois três, depois quatro, depois três, então percebi que eram ambos e nenhum ao mesmo tempo, mudando do 4-3-3 para o 3-4-3, assim como fizeram na Copa do Mundo.

Ricardo Osorio e Francisco Rodríguez eram os dois zagueiros, com Rafael Márquez atuando quase como um antigo (da época pré-Segunda Guerra Mundial) centromédio na frente deles. Paul Aguilar e Carlos Salcido eram laterais ofensivos, então a defesa era dividida em duas linhas, uma com dois e outra com três homens. Efraín Juárez e Gerardo Torrado compunham o meio-campo, atrás de uma linha de frente com três jogadores: Giovani dos Santos, Guillermo Franco e Carlos Vela. De fato, a formação seria mais precisamente descrita como um 2-3-2-3: em outras palavras, era o W-W que Vittorio Pozzo usou com a Itália ao vencer as Copas de 1934 e 1938.

Inspirado no sistema de Pozzo

Pozzo foi iniciado no futebol quando estudava a produção de lã em Bradford na primeira década do século passado. Ele viajava por Yorkshire e Lancashire assistindo jogos e eventualmente tornou-se torcedor do Manchester United, especialmente de sua lendária linha de volantes composta por Dick Duckworth, Charlie Roberts e Alec Bell. Para ele, todos os centromédios deveriam ser como Roberts, capazes de longos passes para as pontas. Esta foi uma convicção que ele sempre carregou consigo e o levou à decisão, quando foi nomeado treinador da seleção da Itália em 1924, de não convocar mais Fulvio Bernardini, ídolo da torcida romana, porque ele era mais um "carregador" do que um "passador".

Assim, ele passou a repudiar a formação W-M que o seu amigo Herbert Chapman, treinador do Arsenal, desenvolveu depois da mudança na lei do impedimento em 1925, onde o centromédio - no caso do Arsenal, Herbie Roberts - tornou-se um marcador, uma "sombra" para o centroavante adversário. Apesar disso, ele reconheceu que na nova realidade o centromédio deveria ter também atribuições defensivas.

Luisito Monti foi o jogador perfeito para Pozzo nessa posição. Ele já havia jogado a Copa de 1930 pela Argentina mas, depois de ir para a Juventus em 1931, por ter ascendência italiana, foi qualificado para defender a Itália. Contratado já com 30 anos, Monti estava acima do peso e, mesmo depois de um mês treinando sozinho, ainda não era rápido. Mas já estava em forma e ficou conhecido como Doble Ancho (extensão dupla) por sua capacidade de cobrir os espaços.

Monti tornou-se um centro mediano - não exatamente um Charlie Roberts mas também diferente de Herbie Roberts. Quando o adversário tinha a bola, ele recuava pra marcar o centroavante, mas ia pra frente e se tornava um ponto de articulação quando seu time tinha a bola. Embora não fosse um terceiro zagueiro, ele jogava mais recuado que um centromédio e os dois atacantes internos recuavam para ajudar os meias. A formação da Itália tornou-se um 2-3-2-3, o W-W. Na época, para o jornalista Mario Zappa da Gazzetta dello Sport, parecia "um modelo de jogo que é a síntese dos melhores elementos dos sistemas mais admirados", algo que surgiu do sucesso da Itália.

O passado ecoando no presente

Reconhecer que a forma do futebol moderno lembra a dos anos 30, entretanto, não é repetir o que diz o livro de Eclesiastes, que lamenta a futilidade de um mundo sem inovação: "O que já existiu existirá de novo, e o que já foi feito será feito de novo; não há nada novo debaixo do sol. Há algo que alguém pode dizer: 'Veja! isto é algo novo'? É algo que já existia, há muito tempo; já existia desde antes do nosso tempo." Nem é discutir que táticas são cíclicas, como muitos equivocadamente fazem.

É preferível reconhecer que fragmentos do passado ainda repercutem hoje, sendo reinventados e reinterpretados. Assim como o México, a formação do Barcelona, pelo menos quando usam apenas um meio-campo defensivo, parece imitar a Itália de Pozzo. Aqueles que defendem três zagueiros argumentam que, para previnir que o time tenha dois homens na sobra contra um sistema com um único atacante, um dos zagueiros pode subir para o meio-campo, pois os que ficaram na defesa já são o suficiente, e você ainda ganha um jogador adicional no meio-campo. O que o Barcelona e o México têm feito é uma abordagem pelo outro lado: usar um volante como zagueiro adicional ao invés de um zagueiro como volante adicional.

Mas o estilo do futebol está muito diferente. Não é apenas questão de que hoje o futebol está muito mais rápido que nos anos 30. O Barcelona pressiona incansavelmente quando não está com a bola, uma forma de defender que não havia sido desenvolvida até um quarto de século depois da segunda Copa do Mundo de Pozzo. Nos primeiros 20 minutos no Emirates na temporada passada, o Barcelona dominou completamente o Arsenal. A maior diferença entre os times não era na técnica, e sim na disciplina com que pressionavam.

De forma parecida, os wingers invertidos seriam algo desconhecido para Pozzo. Enrique Guaita e Raimundo Orsi jogavam abertos do início ao fim, buscando sempre a linha de fundo pra fazer cruzamentos. Angelo Schiavio era o centroavante que estava sempre fixo na frente - e nunca deixava sua posição. Os dois meias mais abertos, Attilio Ferraris e Luigi Bertolini, estavam sempre muito preocupados com a marcação aos atacantes internos adversários para subir ao ataque.

Entretanto, as vantagens do W-W para um time que quer manter a posse de bola, como as triangulações que oferecem simples opções de passe, continuam as mesmas. Ter Busquets, o Monti moderno, jogando entre Carles Puyol e Gerard Piqué não é um mero movimento defensivo; é algo que facilita para a saída de bola do Barcelona. Contra um 4-4-2 ou um 4-2-3-1, Busquets pode ser marcado por um centroavante recuado ou pelo jogador central do tridente, o que pode interromper o ritmo do Barcelona (assim como os times perceberam depois que Kevin Keegan colocou Antoine Sibierski para marcar Claude Makélelé, o que, por estranho que pareça, desnorteou o Chelsea); deixe Busquets mais recuado e ele tem mais tempo para iniciar os ataques.

Há também a questão da percepção. Olhando relatórios de partidas do início dos anos 70, parece bizarro para o olhar moderno pensar que eles ainda listavam os times como se jogassem no 2-3-5, sistema que já estava morto na maior parte dessa década. Ainda assim, presumimos, era a forma como os jornalistas e seus leitores viam o jogo. Da mesma forma, as gerações futuras podem olhar para as formações que descrevemos e não entender a lógica de como uma defesa com "quatro defensores" tem menos zagueiros que uma defesa com "três defensores".

Nós sabemos que os laterais atacam e que numa linha com quatro defensores, os zagueiros centrais invariavelmente jogam mais recuados, mas as formações que desenhamos não mostram isso muito bem. O Barcelona costuma usar um 4-1-2-3 ou um 4-2-1-3, de acordo com os critérios que usarmos para analisar sua formação; mas os heat maps de posicionamento mostram um 2-3-2-3. O Barcelona, assim como o México, joga no W-W, mas não da forma que Pozzo o conhecia.

domingo, 14 de novembro de 2010

Everton 1x2 Arsenal: Everton mostra pouca ousadia e Arsenal joga só o suficiente pra vencer

O Arsenal tem sido um time surpreendente nesta temporada, no bom e no mau sentido. Quando se espera uma partida difícil, o time vai lá e ganha de goleada. Depois de alguns bons jogos, sofre uma derrota vergonhosa. Em grande parte graças à sua defesa, que tem seu principal zagueiro lesionado há mais de dois meses e ainda sem previsão de retorno, enquanto seus outros defensores e goleiros não inspiram muita confiança.

O Everton vem fazendo uma campanha abaixo do esperado, para a frustração da torcida. Apesar de terem ficado oito jogos sem perder até agora, foram muitos empates e poucos gols marcados. A falta de ousadia na maior parte do jogo de hoje pode ser definida como a razão para a derrota contra um Arsenal que não jogou tão bem quando poderia.

Everton no 4-4-1-1 e Arsenal no 4-2-3-1

O time comandado por David Moyes veio a campo no seu 4-4-1-1, com Cahill fazendo a ligação com o único atacante, Louis Saha. O time de Arsene Wenger também veio com a formação esperada, com a dupla de zaga formada por Squillaci e Djourou no lugar do lesionado Vermaelen e do suspenso Koscielny. Robin van Persie já está recuperado, mas, sem ritmo de jogo, ainda dá lugar a Chamakh no ataque.

Apesar de jogar em Goodison Park, o Everton não foi ousado o bastante. Seus jogadores mais criativos, Arteta e Cahill, não estavam muito inspirados e pouco criaram. Apenas um chute na direção do gol no primeiro tempo mostra a ineficiência do ataque dos Toffes. O Arsenal não esteve tão melhor, mas explorou bem o lado esquerdo do adversário, que é tanto seu ponto forte quanto seu ponto fraco: Baines apoia muito o ataque mas deixa espaços às suas costas. Atacando mais por aquele lado, o Arsenal saiu na frente de forma inesperada: com um gol do lateral direito Sagna. Foi apenas o segundo do francès com a camisa do Arsenal, que não marcou nenhuma vez nas duas últimas temporadas e, com 27 anos, tem apenas três gols na carreira.

Momento raro: Sagna marcando gol / Foto: Arsenal.com

O segundo tempo começou sem mudanças drásticas. Denilson entrou no lugar de Wilshere pelo Arsenal e Rodwell entrou no lugar de Heitinga pelo Everton. Logo no início, Fabregas fez 2x0 numa jogada de contra-ataque. O Arsenal teve grandes chances de fazer o terceiro e decidir a partida, mas não aproveitou. Em jogada de velocidade, Nasri ficou cara a cara com Howard, mas chutou em cima do goleiro. Chamakh perdeu um gol incrível dentro da pequena área, quando escorou pra fora um cruzamento rasteiro.

Moyes colocou mais dois atacantes, Yakubu e Beckford, para tentar o que o time já está acostumado a fazer: buscar o resultado no fim do jogo. Pressionando, o Everton conseguiu seu gol aos 44 do segundo tempo: jogada de escanteio, Saha escora o cruzamento pra dentro da área e Cahill manda pro gol. Apesar da pressão, não deu tempo de mais nada.

Tivesse sido mais agressivo desde o início, o Everton poderia ter conseguido um resultado melhor em seu estádio. O Arsenal foi melhor e mereceu vencer, mas passou longe de fazer uma exibição espetacular.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tottenham 3x1 Internazionale: Fantástica performance de Bale leva o Spurs à vitória

Foi uma grande partida no White Hart Lane, com jogadas rápidas e o time da casa pressionando desde o início. A Inter de Milão, atual campeã da Europa, decepcionou. Jogou muito aquém do esperado e foi dominada pelo Tottenham a maior parte do jogo. Para os ingleses, foi uma vitória maiúscula, pra colocar o time na liderança do grupo e com grandes chances de classificação.

A formação inicial das equipes

As equipes entraram em campo com as formações mais prováveis. O Tottenham veio desfalcado do goleiro Gomes, suspenso, enquanto a Inter não contou com Júlio César e Cambiasso, ambos machucados.

Duas semanas atrás, quando os dois times se enfrentaram em Milão, o galês de 21 anos Gareth Bale já foi o destaque da equipe londrina ao marcar três gols na derrota do Totthenham por 4x3. Hoje ele mais uma vez foi decisivo - deu duas assistências, fez lindas jogadas e foi o nome do jogo. Só faltou fazer um golaço de meia-bicicleta, mas a bola não entrou por pouco. O mais incrível é que quem o marcava era um dos melhores laterais direitos do mundo, Maicon. O brasileiro simplesmente não conseguia acompanhar o galês, era driblado e perdia na velocidade.

Tanto que os três gols do Tottenham saíram pelo lado esquerdo de seu ataque. No primeiro, jogada de Assou-Ekotto com Modric, que chamou a marcação e tocou pra Van der Vaart, livre, marcar. No segundo, Bale ganhou de Maicon e cruzou para o grandalhão Peter Crouch ampliar. No terceiro, a cereja do bolo: em jogada de contra-ataque, Bale simplesmente colocou a bola na frente e deixou o capitão Lúcio pra trás, cruzando para o gol de Pavlyuchenko, que havia entrado no lugar de Crouch.

Eto'o fez o gol da Inter numa bela jogada individual quando ainda estava 2x0, o que até deu a esperança de um empate, mas foi apenas um lampejo de brilho de um time que não teve ousadia. Quem sabe Rafa Benítez poderia até ter conseguido um empate se sua forte defesa jogasse bem ou se tivesse mais alguém para ajudar Maicon na marcação, já que o brasileiro foi incrivelmente dominado pelo galês - e isso definiu a partida.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Alguém aí quer ser campeão brasileiro?

 Quem vai levantar esta taça no final do campeonato?

A história do ano passado está se repetindo. Chegamos na reta final do Brasileirão 2010 e parece que "ninguém quer ser campeão". Vemos os líderes perdendo pontos e a tabela cada vez mais embolada. Pra se ter uma ideia, o Ceará, que parecia brigar só pra não cair, está a 6 pontos da zona da Libertadores. Quem apostaria neles? Difícil, assim como prever quem será o campeão. É claro que o calendário apertado e as muitas lesões em todos os times têm grande parcela de culpa no desempenho inconsistente das equipes, mas não vamos nos aprofundar nesse assunto.

Algumas rodadas atrás, quem jogava bem e com pinta de campeão era o Corinthians. Porém, veio a crise e muitos jogos sem vitórias. Mesmo assim, depois de só uma vitória, já estão a apenas 1 pontinho da liderança. O Fluminense mais uma vez está em primeiro, mas o time de Muricy Ramalho não é mesmo faz tempo, não mostrou mais aquele futebol do primeiro turno.

O Cruzeiro é quem vinha com um leve favoritismo, mas perdeu a chance de se distanciar na liderança e agora já tem duas derrotas seguidas. A mesma coisa com o Santos, que conseguiu perder em casa para o lanterna Grêmio Prudente. Apostar no Internacional é difícil, pois a prioridade do Colorado é vencer o mundial. Já o Grêmio, que vem de uma incrível recuperação no segundo turno, é o candidato a surpresa da reta final. Pegando os resultados dos últimos seis jogos de cada time, temos o tricolor gaúcho com a melhor forma recente, tendo conquistado 14 dos últimos 18 pontos disputados.

Veja os resultados recentes dos 20 times, ordenados pela posição na tabela após a 31ª rodada:

Fluminense - V(1x0) E(1x1) D(0x3) D(0x1) E(0x0) E(2x2) - 6 pontos
Cruzeiro - V(3x0) E(0x0) V(1x0) V(1x0) D(1x2) D(3x4) - 10 pontos
Corinthians - E(2x2) D(1x2) D(3x4) D(0x2) E(0x0) V(1x0) - 5 pontos
Santos - E(1x1) V(3x0) V(2x0) V(1x0) D(3x4) D(2x3) - 10 pontos
Internacional - V(3x0) D(0x1) V(1x0) D(0x1) D(0x3) E(2x2) - 7 pontos
Botafogo - E(1x1) E(1x1) E(1x1) E(0x0) E(0x0) V(1x0) - 8 pontos
Atlético-PR - V(1x0) E(0x0) E(0x0) D(0x2) V(2x1) E(2x2) - 9 pontos
Grêmio - V(4x2) V(3x0) V(4X0) E(3x3) V(2x1) E(2x2) - 14 pontos
São Paulo - D(2x4) E(0x0) V(2x0) V(3x2) V(4x3) D(0x2) - 11 pontos
Palmeiras - V(2x0) E(1x1) V(4x1) E(0x0) E(1x1) D(0x1) - 9 pontos
Ceará - E(0x0) E(2x2) V(1x0) V(2x0) E(1x1) V(2x0) - 12 pontos
Vasco - V(3x2) E(0x0) E(3x3) V(2x0) D(0x2) E(1x1) - 9 pontos
Flamengo - E(1x1) E(1x1) V(2x0) E(2x2) V(3x0) E(1x1) - 10 pontos
Atlético-GO - D(0x3) D(2x3) D(0x2) V(4x3) V(2x0) V(1x0) - 9 pontos
Guarani - D(2x4) D(0x3) E(1x1) D(0x2) E(0x0) D(0x1) - 2 pontos
Atlético-MG - E(0x0) V(3x2) V(2x1) D(0x1) V(2x0) V(4x3) - 13 pontos
Vitória - D(0x1) D(0x3) D(0x2) D(0x1) V(2x0) D(0x1) - 3 pontos
Goiás - E(1x1) D(2x3) D(0x1) V(1x0) D(1x2) V(1x0) - 7 pontos
Avaí - D(0x1) E(0x0) D(1x4) E(2x2) D(0x2) D(0x1) - 2 pontos
Prudente - V(4x2) E(1x1) D(0x4) D(2x3) D(0x2) V(3x2) - 7 pontos

Fazendo uma "classificação dos últimos seis jogos", temos:

1º Grêmio - 14 pontos
2º Atlético-MG - 13 pontos
3º Ceará - 12 pontos
4º São Paulo - 11 pontos
5º Cruzeiro, Santos e Flamengo - 10 pontos
8º Atlético-PR, Palmeiras, Vasco e Atlético-GO - 9 pontos
12º Botafogo - 8 pontos
13º Internacional, Goiás e Prudente - 7 pontos
16º Fluminense - 6 pontos
17º Corinthians - 5 pontos
18º Vitória - 3 pontos
19º Guarani, Avaí - 2 pontos

Vale destacar também a recuperação de alguns times brigando pra não cair, como o Altético-MG, que tem feito milagres com Dorival Júnior; o Ceará, que não perde a seis jogos e até o Atlético-GO, que há pouco tempo era o maior favorito a terminar o campeonato segurando a lanterna.

De volta à parte de cima da tabela, ainda temos times correndo por fora. O Botafogo finalmente acabou com sua sequência de empates e continua na briga pela Libertadores. O Atlético-PR perdeu um pouco o fôlego com a saída de Carpegiani, mas está bem vivo. O São Paulo parecia um forte candidato até perder pro Ceará na última rodada. E o Palmeiras mostra que vai apostar suas fichas é na Sul-Americana.

Se o desempenho dos times não é dos melhores, pelo menos a emoção é garantida até o final. Com sete jogos e 21 pontos para serem disputados, dá pra dizer que até o 8º colocado (Grêmio) tem chance de ser campeão. Será que a história do ano passado se repete e no final aparece um campeão surpresa?

domingo, 24 de outubro de 2010

O líbero está voltando ao futebol?

O texto a seguir é uma tradução de um artigo do excelente site ZonalMarking.net. Quaisquer comentários ou notas sobre o texto estarão em itálico.

Jonathan Wilson escreveu recentemente em sua excelente série "The Question" sobre a possibilidade do retorno do líbero ao futebol. O líbero é uma posição que teve êxito como o "jogador da sobra" numa defesa de três zagueiros contra dois atacantes. Hoje temos defesas de dois zagueiros contra um atacante; deveria um desses zagueiros ser o líbero?

A ideia é música para os ouvidos de quem tem boas lembranças da Euro 96. O melhor jogador do torneio foi Matthias Sammer, líbero do 3-4-1-2 usado pela campeã Alemanha. Além de ser o jogador mais importante da defesa, dando segurança atrás dos dois volantes, ele também tinha permissão para subir ao ataque e acabou marcando (com bola rolando) em mais de uma ocasião.

Matthias Sammer, um líbero clássico

Talvez o sucesso alemão na Euro 96 foi o que causou a obsessão com defesas de três zagueiros na Inglaterra em meados e no final dos anos 90. Porém, hoje isso é coisa do passado na maior parte da Europa e certamente também é na Premier League. Em contraste com o Brasil, onde muitas equipes jogam com três zagueiros.

Então, contra um único atacante, um dos zagueiros tem, em teoria, liberdade pra atacar. Foi assim com o Arsenal na última temporada, onde William Gallas e Thomas Vermaelen frequentemente subiam ao ataque. Foi demonstrado também na partida de ida das quartas-de-final da UCL entre Bayern Munique e Manchester United, onde o zagueiro Martin Demichelis subia até o meio-campo. Quando Sir Alex Ferguson colocou Berbatov na partida, alguns acreditaram que foi principalmente para forçar o argentino de volta à sua posição de origem.

Mas a verdade é que é suicídio deixar sua defesa com apenas um zagueiro (veja o erro de Vermaelen na derrota do Arsenal para o Manchester United no início do ano), particularmente se o atacante adversário é mais rápido e consegue se mover pelas laterais antes de deixar pra trás o marcador. Considerando o quanto as formações com um atacante são populares hoje, ainda é muito raro ver um zagueiro deixando sua posição pra subir ao ataque - é simplesmente arriscado demais.

O mais provável é que o equivalente ao líbero nos próximos anos seja um volante recuando para a linha de trás, com os zagueiros abrindo pelos lados - ao invés de um zagueiro avançando para o meio-campo. Já nos referimos a esse jogador como "centromédio" [centre-half em inglês] (veja Carsten Ramelow no Bayer Leverkusen, por exemplo), tamanha é a semelhança com a função do centromédio "original", que se movia permanentemente do centro do meio-campo para o centro da defesa.

As vantagens? A área ocupada pelos jogadores aumenta nas laterais do campo, o que facilita a manutenção da posse de bola e dificulta a marcação dos espaços para o adversário. Também é criada uma situação difícil para o adversário em relação à escolha dos jogadores.

Existem dois interessantes exemplos modernos em ação - e, não por coincidência, eles envolvem o melhor time do mundo e (possivelmente) a melhor seleção do mundo.

Nas últimas duas temporadas, o Barcelona jogou em um sistema onde o meio-campista mais recuado (Yaya Toure ou Sergio Busquets) voltava para o centro da defesa, enquanto os zagueiros, Gerard Pique e Carles Puyol, ficavam abertos bem perto das laterais enquanto o Barcelona tinha a posse de bola. Isso permitia aos laterais, Daniel Alves e Eric Abidal/Maxwell, apoiarem o ataque sem medo de deixar a defesa exposta.

De forma parecida, no Brasil de Dunga, Gilberto Silva recuava para a defesa (para a direita ou no meio dos dois zagueiros), permitindo que Maicon e Michel Bastos subissem ao ataque.

O diagrama abaixo mostra como uma mudança de quatro para três zagueiros pode encurralar o adversário. O problema de ter laterais ofensivos é que eles nunca estão totalmente livres pra atacar, por terem que se preocupar também com a defesa, especialmente com a tendência dos times usarem seus jogadores mais criativos como wingers. Com a segurança de uma defesa com três zagueiros, eles podem ir ao campo de ataque sem deixar um buraco às costas.

Como uma defesa de quatro jogadores evolui e passa a ter três zagueiros


Uma parte essencial dessa mudança de posições no time amarelo é a movimentação dos jogadores abertos pelas pontas. Ao invés de continuarem abertos (o que atrapalharia o apoio dos laterais), eles centralizam e formam quase um trio de atacantes convencional. Isso acaba reduzindo a área de defesa do time branco, já que os seus marcadores naturais (os laterais) vão segui-los até o centro.

Consequentemente, um espaço é aberto nos flancos, o que os laterais podem explorar. Isso causa um problema para a equipe branca: seus meio-campistas que jogam abertos precisam marcar os laterais adversários, o que faz com que eles recuem praticamente até a linha de defesa, formando algo parecido com uma linha de seis defensores.

Além disso, a forma evoluída da formação acima facilita para o time amarelo manter a posse de bola - os três zagueiros e o volante não devem ter dificuldades em marcar os dois atacantes do time branco.

Logo, podemos resumir as vantagens:

a) Dá liberdade aos laterais pra apoiar o ataque, sabendo que sua defesa está protegida;

b) Facilita o controle da posse de bola na defesa;

c) Aumenta a área ocupada no campo de ataque;

d) Se o adversário tem jogadores criativos nas pontas, os zagueiros estarão de prontidão pra marcá-los;

e) O resultado final é um sistema com três atacantes na área, uma clara ameaça de gol;

f) O adversário vai ficar confuso quanto a quem marcar nas pontas.

Então, na teoria, este sistema deve funcionar muito bem contra dois atacantes, embora pode haver problemas similares ao que um sistema de três zagueiros enfrenta contra um ou três atacantes. Mas a diferença é que um sistema tradicional com três zagueiros é completamente diferente de um sistema tradicional com quatro zagueiros, o que necessita uma forma diferente de defender e provavelmente também uma escolha diferente de jogadores. Essas mudanças na formação, como as do Brasil e do Barcelona mostradas aqui, são mais flexíveis e acontecem com os jogos em andamento, ao invés do time ser previamente escalado dessa forma. O sistema não precisa mudar quando enfrenta esquemas de um ou três atacantes e ainda tem a liberdade para mudar para uma defesa de três zagueiros quando for necessário ou continuar com quatro defensores se for mais apropriado.

Então, quais as qualidades esse líbero moderno, ou centromédio moderno, precisa ter? Ele precisa ter uma boa leitura do jogo, um excelente passe (especialmente a longas distâncias), um bom desarme e competência no jogo aéreo, para não levar desvatagem contra atacantes altos. Em outras palavras, é exatamente o antigo líbero, e não é coincidência que os mais famosos exemplos da posição - Matthias Sammer, Lothar Matthaus, Ruud Gullit - eram meias centrais no início da carreira.

Talvez o exemplo mais convincente da iminente reintrodução do líbero é que os principais clubes ingleses já têm jogadores com as características acima. O Arsenal tem Alex Song, o Manchester United tem Michael Carrick, o Chelsea tem Jon Obi Mikel, o Manchester City tem Gareth Barry e Vincent Kompany e o Tottenham tem Tom Huddlestone - nenhum deles teria problemas em recuar para permitir que os laterais subam ao ataque.

Alex Song, um futuro centromédio?

É claro que certos tipos de jogadores em outras posições também são necessários. Os zagueiros precisam ser habilidosos, os laterais precisam ter velocidade e resistência e os meias que jogam abertos precisam saber jogar também pelo centro. Nem todos os grandes clubes têm jogadores assim, mas a tendência é que o futebol caminhe por esse lado.

Se o Brasil vencer a Copa do Mundo com esse sistema, logo ele estará cada vez mais presente no futebol europeu nos próximos anos. O Brasil não venceu a Copa, mas o Barcelona já usou Sergio Busquets como uma espécie de líbero. Aos poucos, veremos se essa teoria se confirma ou não.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

São Paulo 4x3 Santos: Um jogo como nos anos 50

Uma partida incrível, cheia de gols, com dois times ofensivos, falhas defensivas, jogador expulso e gol decisivo aos 48 do segundo tempo. Emoção é o que não faltou na partida entre São Paulo e Santos disputada no Morumbi.

O São Paulo no 4-2-3-1 e o Santos no 4-2-2-2

Com a ausência de Casemiro e o retorno de Dagoberto, Paulo César Carpegiani foi ousado e escalou um time ofensivo, com quatro jogadores de ataque. Na falta de um armador, Dagoberto foi quem assumiu o papel mais parecido com um, como um atacante recuado. Lucas jogou aberto pela direita, Fernandinho pela esquerda e Ricardo Oliveira pelo centro. Mas foi o camisa 25 quem mais se destacou.

Recentemente ele foi muito criticado pela torcida, foi pra reserva e quase foi vendido para o Metalist da Ucrânia. Porém, Carpegiani, que já o conhecia dos tempos de Atlético-PR, conseguiu resgatar seu melhor futebol e trouxe Dagoberto de volta ao time titular. Destaque na partida, marcou dois gols e só não fez o terceiro porque Pará tocou na bola antes e acabou marcando contra. Saiu de campo muito aplaudido no segundo tempo.

O Santos de Marcelo Martelotte vinha empolgado com vitórias contra os concorrentes diretos Fluminense, Atlético-PR e Internacional. O interessante é que, ao contrário do time do primeiro semestre, agora o Peixe mostrava muita segurança na defesa e um ataque sem tantas alternativas. Sem Ganso, o Santos joga em função de Neymar, e o garoto tem sido decisivo.

Neymar brilhou logo aos 3 minutos de jogo, iniciando a jogada do primeiro gol. Zé Eduardo chutou, Rogério não conseguiu segurar e Alan Patrick completou: 1x0. Três minutos depois, veio o gol de empate: Dagoberto marcou de cabeça ao receber passe de Ricardo Oliveira. Com 1,75m, gol de cabeça não é especialidade de Dagoberto. Mas ele ainda marcou outro aos 16 minutos, após mais uma assistência de Ricardo Oliveira. Dois gols que a defesa santista poderia ter evitado.

Os erros defensivos não pararam por aí: aos 19 minutos, Dagoberto invadiu a área e se preparava pra chutar, quando Pará tentou fazer o desarme e acabou mandando pra dentro do próprio gol. Mas os são paulinos tiveram pouco tempo pra comemorar. Aos 20 minutos, Pará se recuperou, fez grande jogada e cruzou pra Zé Eduardo, livre e sem goleiro, apenas empurrar pras redes e diminuir o placar.

20 minutos jogados e cinco gols no placar. O jogo estava muito aberto. Algumas chances ainda foram criadas, mas o primeiro tempo terminou com 3x2 a favor do time da casa. Na segunda etapa, Carpegiani resolveu arrumar sua defesa e colocou Renato Silva no lugar de Lucas. Renato jogou como lateral direito, enquanto Jean foi para o meio-campo.

O Santos pressionava mais e ficou em vantagem numérica quando Richarlyson foi expulso ao fazer uma falta desnecessariamente violenta em Zé Eduardo, aos 13 minutos. A partir daí, o Santos pressionou ainda mais com a entrada do meia Felipe Anderson no lugar de Roberto Brum e Maranhão no lugar de Pará. Fernandinho havia recuado para recompor a defesa, mas ele logo foi substituído por Diogo, lateral esquerdo de origem e que fez ótima partida, é bom lembrar.

Aos 26 minutos, o Peixe conseguiu um pênalti que Neymar converteu, empatando a partida. Mas o Tricolor mostrou que ainda estava vivo e quase fez o quarto gol logo em seguida: livre na frente do goleiro, Jean chutou pra fora. Jean ainda desperdiçou outra grande chance parecida, onde Rafael fez a defesa e a bola bateu na trave. Porém, o camisa 2 são paulino ainda teve seu momento de herói no dia quando, em sua terceira chance de marcar, não desperdiçou e fez de cabeça o gol da vitória aos 48 do segundo tempo.

Uma vitória e tanto para um São Paulo que, mesmo com um a menos, não desistiu de atacar e ainda criou várias oportunidades. Dagoberto deu a volta por cima e se recuperou do mau momento. Ricardo Oliveira, mesmo não marcando gol, foi decisivo nas assistências.

Foi um jogo um tanto anormal para os padrões atuais, parecia uma partida dos anos 50. Um belo espetáculo, mas preocupante pelo setor defensivo das equipes. Nem tanto para o São Paulo, que veio ciente do risco que correria com um time mais ofensivo que o habitual. Já o Santos não mostrou a segurança defensiva dos últimos jogos e foi castigado no final.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Botafogo 0x0 Palmeiras: Jogo feio e mais um empate

Botafogo e Palmeiras, sonhando se aproximar da zona da Libertadores, se enfrentaram no Engenhão em um jogo feio e pouco inspirado por parte das duas equipes. O resultado foi ruim para um Botafogo que já vem em um momento ruim, cheio de desfalques e com uma incrível sequência de agora sete empates consecutivos. Por outro lado, o Palmeiras vinha de boas partidas, com quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos. Mas pouco fez para merecer a vitória. Com os times do topo da tabela perdendo pontos e o Corinthians em crise, foi uma oportunidade desperdiçada para as duas equipes se aproximarem do tão desejado G3.

Botafogo no 3-5-2 e Palmeiras no 4-2-3-1

Depois de um começo incerto no comando do alviverde, Felipão finalmente definiu seu esquema de jogo no moderno 4-2-3-1. Apesar do sucesso e bom desempenho nos últimos jogos, o Palmeiras que jogou ontem não parecia disposto a vencer. Precavido demais, lento nos contra-ataques, com pouca movimentação e atuação apagada de seus principais jogadores ofensivos - Valdívia e Kléber. Com o esquema certo mas jogando da forma errada, o resultado mais provável era mesmo um empate ou derrota.

O alvinegro de Joel Santana, jogando em casa e com o apoio da (pouca) torcida, lutou contra suas próprias limitações para sair da sofrível sequência de empates. Como sempre, o time jogou com três zagueiros, mas desta vez com dois atacantes, graças ao retorno de Jobson, que fez a dupla de ataque com Loco Abreu. O uruguaio, aliás, teve grandes chances de decidir o jogo, mas acabou perdendo gols incríveis ao desperdiçar um pênalti e furar na cara do goleiro.

Foram 90 minutos de muita luta e pouca técnica. A atuação ruim das estrelas dos times resume bem a qualidade do "espetáculo". 14º empate do Botafogo e 13º do Palmeiras no campeonato. Não perdeu nada quem não assistiu.

domingo, 26 de setembro de 2010

Manchester City 1x0 Chelsea: Tévez mais uma vez é o carrasco do Chelsea

O Chelsea começou a temporada de forma arrasadora, impondo goleadas enquanto seus principais concorrentes - Manchester United, Arsenal, Liverpool e os emergentes Tottenham e Manchester City - perdiam pontos para os "pequenos". Foram cinco vitórias em cinco jogos: 6x0 West Brom, 6x0 Wigan, 2x0 Stoke City, 3x1 West Ham e 4x0 Blackpool. Sem contar os 4x1 contra o Zilina na Liga dos Campeões. A derrota para o Newcastle por 4x3 pela Copa da Liga foi uma surpresa. E agora, no primeiro duelo contra um dos "grandes", os Blues são derrotados jogando fora de casa.

Carlos Tévez deve estar muito mal falado em Stamford Bridge. Ele deixou sua marca nas últimas cinco vezes que enfrentou os Blues. O City ainda saiu vitorioso nas duas vezes que as equipes se enfrentaram na temporada passada.

O City no 4-2-3-1 e o Chelsea no 4-3-3

Com problemas nas laterais, o City jogou com o jovem belga de 19 anos, Boyata, na lateral direita e o argentino Zabaleta na esquerda. David Silva foi titular no lugar de Adam Johnson. No Chelsea, a maior ausência foi Frank Lampard, que se recupera de uma cirurgia de hérnia e deve perder mais duas partidas.

Foi uma partida bem defensiva onde os dois trios de meio-campos se anularam e poucas jogadas saíram de lá. Naturalmente, o Chelsea foi mais ao ataque, mas a excelente atuação defensiva do City se sobressaiu. Tévez sempre voltava pra buscar jogo, enquanto Drogba ficou mais isolado e teve atuação discreta. O marfinense acertou apenas três passes o jogo inteiro, e foi até substituído quando seu time estava perdendo.

O único gol veio de um contra-ataque aos 13 minutos do segundo tempo. Ramires - que foi um dos piores em campo - perdeu a bola para Milner ainda no campo de ataque, Tévez recebeu no meio-campo, correu até a entrada da área e, mesmo com a marcação de Ashley Cole, chutou cruzado; a bola bateu na trave e entrou.

Tevez, capitão e decisivo no City / Foto: Getty Images

O técnico Roberto Mancini escalou seu time para anular o melhor ataque do campeonato e jogar no contra-ataque. E conseguiu. "Fechamos todos os espaços pra eles e, quando tivemos chance, jogamos futebol", resumiu.

Para o Chelsea, fatou criatividade. E banco. O time de Carlo Ancelotti já tem um elenco reduzido e ainda não contou com os machucados Lampard, Kalou e Benayoun. Entraram no segundo tempo Zhirkov, Sturridge e McEachran, mas eles não melhoraram o time. Sem um "criador de jogadas", Drogba pouco pode aparecer. O City se aproxima do líder e o Chelsea percebe que a falta de elenco pode ser um grande problema na disputa do título.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Santos 2x3 Corinthians: Neymar Futebol Clube perde para o líder

O Corinthians venceu uma partida muito disputada e ameaça disparar na liderança do Brasileirão. Mesmo jogando na Vila Belmiro, o Timão teve mais posse de bola (61%) e ganhou o jogo com paciência e disciplina tática.

Santos no 4-4-2 e Corinthians no 4-2-3-1

Apesar de toda a turbulência envolvendo Neymar, parecia que já estava tudo normal com o Santos, que começou arrasador. Neymar logo no primeiro lance deixou Danilo na cara do gol, mas ele perdeu a chance e furou. Na sequência, ainda a 1 minuto de jogo, cobrança de escanteio e falha de marcação do Corinthians, que deixou Durval livre pra dominar a bola na segunda trave e fuzilar pro gol.

Mas os santistas pouco comemoraram. Aos 9 minutos, Jucilei faz grande jogada, deixou o zagueiro Bruno Aguiar no chão e deu a assistência pra Iarley empurrar pras redes na saída do goleiro Rafael.

O jogo estava bom. O Santos não sufocava mais e o Corinthians passou a criar boas chances. Mas quem marcou foi o Peixe, aos 27 minutos. Em jogada de contra-ataque, Marcel chutou cruzado, Júlio César deu rebote e Neymar não perdeu a chance de marcar.

Mesmo estando em desvantagem mais uma vez, o time de Adilson Batista não se desesperou. Continuou jogando da sua forma usual e empatou de novo aos 42 minutos, com gol de Elias e assistência de Bruno César.

No primeiro tempo, após a pressão inicial do Santos, o Corinthians foi controlando a posse de bola e trocava muitos passes mesmo quando perdia por 2x1. Há quem diga que posse de bola não signifique nada, que não adianta ter mais posse de bola se você está perdendo o jogo. Porém, é esse o estilo de jogo que já vem desde Mano Menezes e tem se mostrado efetivo. Movimentação, toque de bola e paciência. Não dá pra deixar de falar nas atuações dos volantes, que mais uma vez foram essenciais: Boquita implacável na marcação e Jucilei, mais solto, apoiando no ataque.

No segundo tempo, Bruno César e Jorge Henrique inverteram de posição, enquanto Iarley se movimentava bastante pelo campo. O Corinthians estava melhor, mas quem quase marcou foi o Santos, em cobrança de falta. No rebote, Júlio César fez milagre e salvou dois chutes à queima-roupa. Foi uma pena que o jogo acabou sendo decidido em um lance irregular. Aos 24 minutos, em jogada de bola parada, Jorge Henrique lança pra Danilo que, impedido, recebe livre pelo lado direito e cruza para Paulo André, também livre, marcar de cabeça.

O Peixe perdia em casa, mas, desorganizado, não conseguiu fazer a pressão que se esperava no fim do jogo. Neymar pouco pode fazer. Madson e Alan Patrick, que entraram no segundo tempo, também. No final, era a torcida corinthiana quem gritava olé na Vila Belmiro. O Corinthians jogou como campeão, está embalado e, se continuar assim, parece que o único rival na briga pelo título será o Cruzeiro de Cuca e Montillo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

New York Giants 14x38 Indianapolis Colts: Irmão mais velho vence o "Manning Bowl"

Foto: NFL.com

Peyton Manning, 34 anos, quarterback do Indianapolis Colts. Está na sua 13ª temporada na NFL, tem 212 partidas seguidas como titular, foi eleito quatro vezes o melhor jogador (MVP) da temporada e venceu o Super Bowl em 2006. Um dos melhores jogadores de todos os tempos.

Eli Manning, 29 anos, irmão mais novo de Peyton e quarterback do New York Giants. Está na sua 7ª temporada e tem 96 partidas seguidas como titular. Sempre viveu à sombra do irmão, mas chegou ao mesmo patamar que ele em relação a títulos ao vencer o Super Bowl em 2007.

Seus times só se enfrentaram uma vez, em 2006, no antigo estádio Meadowlands. O irmão mais velho levou a melhor e o Colts venceu por 26x21 no confronto que ficou conhecido como "Manning Bowl". Quatro anos depois eles se enfrentam novamente, agora em Indianapolis.

  Os irmãos se cumprimentam antes do jogo / Foto: NFL.com

Peyton venceu mais uma vez, e o que se viu foi uma partida avassaladora do Colts. Não só os passes de Manning como também as corridas de Joseph Addai e Donald Brown funcionaram bem, o que deixou a defesa do Giants perdida. No intervalo, o placar já estava 24x0.

Apesar de não ter acertado nada no primeiro tempo, Eli até conseguiu fazer dois touchdowns de passe no segundo, mas seu ataque foi dominado pela defesa do Colts a maior parte do jogo. Os defensive ends Robert Mathis e Dwight Freeney acabaram com a linha ofensiva adversária. Mathis com 2 sacks e 1 fumble forçado e Freeney com 2 sacks e 2 fumbles forçados, um deles que resultou em touchdown. Os gigantes de Nova Iorque se apequenaram e o jogo acabou 38x14.

Veja os melhores momentos da partida:
http://www.nfl.com/videos/nfl-game-highlights/09000d5d81aae6cb/Peyton-the-better-Manning-in-Colts-win

domingo, 19 de setembro de 2010

Manchester United 3x2 Liverpool: Ou, melhor dizendo, Berbatov 3x2 Gerrard

O Manchester United, mais uma vez, parecia que ia sair de campo com um empate depois de estar vencendo o jogo. Mas a estrela do dia foi Berbatov, que marcou nos últimos minutos o seu terceiro gol na partida e salvou a equipe de Alex Ferguson. Uma vitória merecida contra um Liverpool pouco ousado que só chutou duas bolas no gol, justamente os dois marcados pelo capitão Gerrard em jogadas de bola parada, um de pênalti e outro de falta.

A formação inicial das equipes

O United veio a campo com um tradicional 4-4-2, com Rooney e Berbatov fazendo a dupla de ataque. Enquanto o búlgaro ficava mais dentro da área, o inglês voltava pra buscar jogo.

O Liverpool estava num defensivo 4-2-3-1. Chamou a atenção o posicionamento recuado de Gerrard, jogando como volante ao lado de Poulsen. Raul Meireles foi o armador logo à frente deles.

Roy Hodgson queria que seu time trocasse passes e mantivesse a posse de bola. Com uma vantagem de três contra dois no meio-campo, os Reds até trocaram mais passes que o adversário, mas Fernando Torres estava muito isolado na frente e nenhum cruzamento decente foi até ele. Como resultado, nenhum chute no gol no primeiro tempo e pressão do Manchester.

Apesar do domínio do time de Alex Ferguson, Scholes e Fletcher não tinham espaço no meio e poucas chances eram criadas. A única bola que foi na meta de Pepe Reina foi logo o primeiro gol, marcado por Berbatov de cabeça, em jogada de escanteio no final do primeiro tempo.

Nenhuma mudança foi feita pelos técnicos no intervalo. O Liverpool queria o empate e voltou mais ofensivo, mas ainda era o Manchester quem criava as melhores chances. Reina fez grande defesa cara a cara com Berbatov e Nani acertou a trave num chute na entrada da área. Até que, num lançamento longo de Fletcher, Nani recebe na linha de fundo e cruza pra área. Berbatov domina de costas pro gol e chuta de meia-bicicleta. Golaço.

O jogo parecia decidido. Hodgson finalmente resolveu mexer no time e colocou Ngog no lugar de Maxi Rodríguez. O francês jogou como um segundo atacante e o Liverpool mudou para um 4-4-2, com Meireles pela direita. E o primeiro gol dos Reds veio rápido. Evans derrobou Torres dentro da área em um pênalti totalmente evitável. Gerrard não desperdiçou e diminuiu o placar.

O gol de empate também veio de uma falta desnecessária, agora cometida por O'Shea. Torres mais uma vez é derrubado, só que agora fora da área. Gerrard bate e a bola passa no meio da barreira, sem chances pra Van der Sar. O empate era uma vitória para o Liverpool, que conseguiu dois gols graças a erros dos zagueiros do Manchester.

Era um jogo aberto e qualquer um poderia vencer. Acabou vencendo quem foi melhor e mereceu. O'Shea cruzou pela direita, Berbatov ganhou de Carragher e marcou seu hat-trick a seis minutos do fim.

Foi uma boa partida, mas os dois times mostraram pouco pelas pretensões que têm no campeonato. O United marcou três gols de cruzamento e não teve muita variação de jogadas. Rooney não foi mal mas está longe de ser brilhante como na temporada passada. Parece não ser o suficiente pra quem ambiciona ser campeão. O Liverpool marcou dois gols de bola parada aproveitando falhas dos zagueiros adversários. Mostrou muito pouco, desse jeito o time vai suar pra conseguir uma vaguinha na Liga Europa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fluminense 1x2 Corinthians: Taticamente superior, Corinthians consegue uma merecida vitória fora de casa

Em uma partida agitada, o Corinthians venceu o Fluminense no Engenhão, numa excelente exibição técnica e tática. Com um jogo eficiente, paciente, uma defesa segura e uma ótima atuação dos volantes, Adilson Baptista consegue uma vitória que deixa seu time muito perto de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro.

 A formção inicial das equipes

Muricy Ramalho escalou seu time com três zagueiros e apenas Washington no ataque, em um 3-6-1. Adilson Baptista mandou a campo o seu 4-2-3-1. Bruno César começou pela esquerda, mas logo inverteu com Jorge Henrique e jogou mais pelo lado direito.

Jogando em casa, o Fluminense começou pressionando mais no início, mas sem criar muitas chances. Com Conca sumido, Washington se posicionando mal e Deco errando demais, o tricolor não conseguiu se impor no primeiro tempo. O Corinthians tocava a bola com paciência e foi premiado com um gol no finalzinho do primeiro tempo. Depois de uma cobrança de falta, a bola sobrou pra Elias, que mandou pra área de novo. A defesa tricolor falhou e deixou Jucilei dominar sozinho e chutar pro gol.

Para o segundo tempo, Muricy colocou o time no 4-4-2: saiu o zagueiro André Luis e entrou o atacante Rodriguinho. O time carioca estava mais ofensivo e quase empatou o jogo. Júlio César fez grande defesa cara a cara com Rodriguinho. Apesar disso, o time carioca mostrava desorganização e pouca movimentação.

Movimentação - foi assim, fazendo o que o Fluminense não fazia, que o Corinthians chegou ao segundo gol. Alessandro tabelou com Elias e ficou na cara do goleiro Fernando Henrique. Ele só tocou de lado pra Iarley, que empurrou a bola pras redes.

Mas o Flu não se entregou. Rodriguinho recebeu de Deco na área, chutou cruzado e Washington completou pra diminuir o placar. A equipe carioca tentou ir para o sufoco, mas sem organização e o placar ficou nisso.

A partida foi uma vitória dupla do 4-2-3-1: no primeiro tempo, contra o sistema de três zagueiros e no segundo, contra o tradicional 4-4-2. Paulinho e Jucilei fizeram excelente partida tanto na marcação quanto na saída de bola e apoiando o ataque. Principalmente Jucilei, que até marcou gol e está mostrando que sua convocação à seleção brasileira é merecida.

O Fluminense não está conseguindo ser eficiente com dois meias armadores. Muricy precisa encontrar uma forma de utilizar Deco e Conca ao mesmo tempo - ou ser mais radical e usar só um deles. Com apenas duas vitórias nos últimos oito jogos, o título pode ficar fora de alcance se o time não reagir rápido.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

UCL Preview - Grupo H: Arsenal, Shakhtar Donetsk, Braga, Partizan


Arsenal
O terceiro colocado da Premier League inglesa chega à Champions League pela 13ª vez consecutiva. Participar já é uma rotina, classificar-se para a segunda fase também; o problema vem depois. O fato do time nunca ter sido campeão e ter perdido a única final que disputou de forma dramática - para o Barcelona, em 2006 - incomoda os torcedores. O ataque é forte e só melhorou com a chegada do marroquino Chamakh. A defesa, por outro lado, ainda não inspira confiança, principalmente no gol. O elenco é jovem, mas o técnico Arsene Wenger diz que os garotos finalmente estão prontos pra vencer. Será?

Shakhtar Donetsk
O campeão ucraniano vem com boas chances de classificação. Eles nunca passaram da fase de grupos, mas já venceram a Copa da UEFA, em 2009. A equipe vai ter que superar a perda de um de seus principais jogadores, o brasileiro Fernandinho, que quebrou a perna e deve ficar de fora a temporada inteira. O brasileiro-croata Eduardo da Silva, recém contratado, também já sofreu uma lesão parecida e ainda não recuperou seu melhor futebol.

Braga
Os vice-campeões portugueses não são uma surpresa. O time chegou a liderar o campeonato português boa parte da temporada passada e eliminou equipes como Celtic e Sevilla com vitórias convincentes nas preliminares da Champions League. Eles são chamados de "Arsenalistas", pelo uniforme muito parecido com o time inglês que vão enfrentar logo na primeira rodada. Uma curiosidade é que há muito mais brasileiros que portugueses no elenco. Estreantes na competição continental, o Braga espera pelo menos chegar às oitavas.

Partizan
O campeão da Sérvia é o azarão do grupo. Um dos poucos que conseguiram chegar a esta etapa da Champions League depois de passar por três eliminatórias. Tinha mais tradição nas primeiras edições do torneio, quando chegou à final em 1966 e foi derrotado pelo Real Madrid. Não ficar em último lugar no grupo já seria uma excelente participação.