Já falei aqui sobre a candidatura do Qatar para sediar a Copa de 2022. O país árabe mostrou um projeto muito ousado para seus estádios, mas o Japão não quer ficar atrás. O projeto dos japoneses é usar o máximo que a tecnologia pode oferecer para fazer uma Copa revolucionária.
Com o slogan "208 smiles" (208 sorrisos), a ideia da campanha é espalhar a alegria do futebol através dos 208 países e regiões filiados à FIFA de uma forma jamais vista. Pelo vídeo abaixo, dá pra ver que eles não estão brincando quando falam em uma Copa revolucionária.
Câmeras de alta definição serão espalhadas ao redor do campo, captando todos os movimentos dos jogadores em 360 graus e transmitindo tudo em 3D nos telões. Microfones colocados embaixo da grama vão captar todos os sons das jogadas. Os gritos e pulos da torcida gerarão toda a energia elétrica que o estádio precisa para ser auto-suficiente.
E o mais incrível: o Sistema de Tradução Automática em Tempo Real, um pequeno aparelho que você coloca no ouvido e traduz o que outra pessoa falar em 45 idiomas diferentes. Os torcedores no estádio poderão usar também um dispositivo de "Realidade Aumentada", que mostrará várias informações, inclusive identificando os jogadores em campo durante uma partida.
O Japão já tem vários estádios prontos da Copa de 2002, mas o fato de terem sediado recentemente a competição pode pesar contra eles. A derrota de Tóquio para sediar as Olimpíadas de 2016 também atrapalhou a candidatura nipônica. Em compensação, eles vão organizar a Copa do Mundo de Rugby de 2019.
Além de Japão e Qatar, Coreia do Sul e Austrália também estão na disputa, assim como o(s) país(es) do continente que não for escolhido para sediar a Copa 2018. Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Portugal/Espanha e Bélgica/Holanda são candidatos para 2018. Caso o escolhido seja da Europa, por exemplo, apenas os Estados Unidos podem tentar a candidatura também para 2022. Os escolhidos devem ser anunciados pela FIFA em dezembro.
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quarta-feira, 21 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Copa do Mundo de 2022 no Qatar?
Sabemos que os árabes são famosos por construções imponentes e majestosas. Imagine então como seriam os estádios em uma Copa do Mundo realizada por lá. Na tentativa de ser o primeiro país do Oriente Médio a sediar um mundial, o Qatar está na disputa para 2022.
Um dos maiores problemas apontados é o calor extremo, que chega a mais de 40ºC durante o dia. Porém, a solução já está planejada: usar a tecnologia para ter estádios com temperatura controlada, o que diminuiria em até 20º a temperatura ambiente.
Com o slogan "Expect Amazing" (espere o incrível), os árabes aguardam a decisão final da FIFA, que deve acontecer em dezembro deste ano. Veja o vídeo com o projeto dos cinco primeiros estádios:
Um dos maiores problemas apontados é o calor extremo, que chega a mais de 40ºC durante o dia. Porém, a solução já está planejada: usar a tecnologia para ter estádios com temperatura controlada, o que diminuiria em até 20º a temperatura ambiente.
Com o slogan "Expect Amazing" (espere o incrível), os árabes aguardam a decisão final da FIFA, que deve acontecer em dezembro deste ano. Veja o vídeo com o projeto dos cinco primeiros estádios:
terça-feira, 13 de julho de 2010
Logo da Copa 2014: Feio, muito feio
Todos já devem ter visto que foi lançado o logo oficial da Copa 2014. Tem um vídeo com uma apresentação animada no site da FIFA. Fiquei meio espantado quando vi pela primeira vez, não acreditava que aquilo era oficial. Sinceramente, é feio demais.
Eu sei que o conceito de feio e bonito é relativo. Porém, comparando com o logo da Copa 2010, o de 2014 parece algo simples demais, mal acabado. E, comparando até com os logos mais antigos, parece um regresso, um passo atrás.
Infelizmente esse logo deve ser mantido e teremos que conviver com ele. Não sou nenhum especialista no assunto, mas não custa nada dizer: Não gostei!
Eu sei que o conceito de feio e bonito é relativo. Porém, comparando com o logo da Copa 2010, o de 2014 parece algo simples demais, mal acabado. E, comparando até com os logos mais antigos, parece um regresso, um passo atrás.
Clique pra ver em tamanho maior os logos das Copas de 1950 a 2006
Infelizmente esse logo deve ser mantido e teremos que conviver com ele. Não sou nenhum especialista no assunto, mas não custa nada dizer: Não gostei!
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Considerações sobre a Copa do Mundo 2010
- Nunca vi tantas falhas de goleiros antes (Jabulaaani!).
- Tivemos 5 títulos mundiais em campo na disputa pelo 3º lugar, nenhum na final.
- Dos finalistas, a Holanda foi o time que mais fez faltas na Copa. Levou oito cartões amarelos só na final. A Espanha, por outro lado, levou também o troféu Fair Play. Foi o time que mais jogou limpo e teve oito cartões amarelos em toda a competição.
- A artilharia acabou dividida entre quatro jogadores: Villa, Sneijder, Forlan e Muller, todos com cinco gols. A Chuteira de Ouro da FIFA acabou indo para o alemão Thomas Muller, que, além dos gols, teve três assistências.
- Aliás, o jovem Muller, com 20 anos, já tem 5 gols em uma Copa do Mundo. Ele pode tranquilamente jogar mais três Copas. Será que ele consegue o que Klose não conseguiu e se torna o maior artilheiro dos mundiais?
- Drogba, Cannavaro, Rooney, Ribery, Cristiano Ronaldo... Todas as estrelas do comercial da Nike se deram mal na Copa e viram suas seleções eliminadas mais cedo que o esperado.
- A Alemanha foi quem mais jogou bonito. Brasil e Holanda foram muito criticados por não fazer isso. Peraí, que mundo é esse onde as coisas estão ao contrário?
- A Nova Zelândia foi o único time que não perdeu nenhum jogo. Não que isso signifique alguma coisa, pois eles também não ganharam nenhum. Mas os três empates foram mais do que esperavam os neozelandeses, que comemoraram muito.
- O polvo Paul acertou todos os seus palpites. Qual será o próximo passo dele, dominar o mundo?
- Tivemos 5 títulos mundiais em campo na disputa pelo 3º lugar, nenhum na final.
- Dos finalistas, a Holanda foi o time que mais fez faltas na Copa. Levou oito cartões amarelos só na final. A Espanha, por outro lado, levou também o troféu Fair Play. Foi o time que mais jogou limpo e teve oito cartões amarelos em toda a competição.
- A artilharia acabou dividida entre quatro jogadores: Villa, Sneijder, Forlan e Muller, todos com cinco gols. A Chuteira de Ouro da FIFA acabou indo para o alemão Thomas Muller, que, além dos gols, teve três assistências.
- Aliás, o jovem Muller, com 20 anos, já tem 5 gols em uma Copa do Mundo. Ele pode tranquilamente jogar mais três Copas. Será que ele consegue o que Klose não conseguiu e se torna o maior artilheiro dos mundiais?
- Drogba, Cannavaro, Rooney, Ribery, Cristiano Ronaldo... Todas as estrelas do comercial da Nike se deram mal na Copa e viram suas seleções eliminadas mais cedo que o esperado.
- A Alemanha foi quem mais jogou bonito. Brasil e Holanda foram muito criticados por não fazer isso. Peraí, que mundo é esse onde as coisas estão ao contrário?
- A Nova Zelândia foi o único time que não perdeu nenhum jogo. Não que isso signifique alguma coisa, pois eles também não ganharam nenhum. Mas os três empates foram mais do que esperavam os neozelandeses, que comemoraram muito.
- O polvo Paul acertou todos os seus palpites. Qual será o próximo passo dele, dominar o mundo?
domingo, 11 de julho de 2010
Iker Casillas, o herói de um país
Numa seleção espanhola com sete titulares do Barcelona, o maior herói foi um jogador do Real Madrid. O goleiro Iker Casillas salvou a Fúria em duas jogadas cara a cara com o holandês Robben. Numa partida cheia de faltas que teve até voadora no peito e bateu o recorde de cartões em uma final de mundial (nove pra Holanda e quatro pra Espanha), os incríveis gols perdidos pelos dois lados chamaram a atenção. Mas as intervenções de Casillas foram sem dúvidas decisivas para que o time espanhol colocasse sua primeira estrela na camisa.
É claro que não podemos esquecer de falar de Xavi, Iniesta, Villa... Durante o campeonato, o time todo brilhou na hora da decisão. Porém, quando parecia certo que a situação se complicaria, surgiu Casillas para salvar a pátria. Lances como esses na final e o pênalti defendido contra o Paraguai foram cruciais na caminhada do título. Para o jogador que levantou a taça, nada mais justo que ser eleito o melhor goleiro do mundial.
O time que começou jogando hoje é praticamente um combinado entre Barcelona (Piqué, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta, Pedro e Villa) e Real Madrid (Casillas, Sergio Ramos, Xabi Alonso), apenas com o "intruso" Capdevilla do Villarreal.
Os atuais campeões da Europa e agora do mundo eram os principais favoritos ao título segundo as casas de apostas inglesas. Apesar disso, historicamente, o time que é o principal favorito não vence a Copa. A Espanha chegou com esse peso nas costas, mas se livrou dele logo no primeiro jogo, ao perder para a Suíça. O favoritismo foi passado pra Argentina, Brasil e Alemanha.
Enquanto isso, com Fernando Torres fora de forma e David Villa decidindo no final dos jogos, a Fúria foi avançando. Das oitavas até a final, foram quatro vitórias por 1x0. Não foi brilhante, mas um futebol eficiente que consegue seu primeiro título com justiça.
Aos holandeses, mais um vice campeonato. A geração de Cruyff teve que se contentar com o segundo lugar em 74 e 78. Agora, sem o "Futebol Total" que os consagrou, a geração de Robben e Sneijder também ficou apenas no vice. Eles terão mais uma chance em 2014, mas hoje sofreram um duro golpe.
É claro que não podemos esquecer de falar de Xavi, Iniesta, Villa... Durante o campeonato, o time todo brilhou na hora da decisão. Porém, quando parecia certo que a situação se complicaria, surgiu Casillas para salvar a pátria. Lances como esses na final e o pênalti defendido contra o Paraguai foram cruciais na caminhada do título. Para o jogador que levantou a taça, nada mais justo que ser eleito o melhor goleiro do mundial.
Foto: AP / Bernat Armangue
O time que começou jogando hoje é praticamente um combinado entre Barcelona (Piqué, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta, Pedro e Villa) e Real Madrid (Casillas, Sergio Ramos, Xabi Alonso), apenas com o "intruso" Capdevilla do Villarreal.
Os atuais campeões da Europa e agora do mundo eram os principais favoritos ao título segundo as casas de apostas inglesas. Apesar disso, historicamente, o time que é o principal favorito não vence a Copa. A Espanha chegou com esse peso nas costas, mas se livrou dele logo no primeiro jogo, ao perder para a Suíça. O favoritismo foi passado pra Argentina, Brasil e Alemanha.
Enquanto isso, com Fernando Torres fora de forma e David Villa decidindo no final dos jogos, a Fúria foi avançando. Das oitavas até a final, foram quatro vitórias por 1x0. Não foi brilhante, mas um futebol eficiente que consegue seu primeiro título com justiça.
Aos holandeses, mais um vice campeonato. A geração de Cruyff teve que se contentar com o segundo lugar em 74 e 78. Agora, sem o "Futebol Total" que os consagrou, a geração de Robben e Sneijder também ficou apenas no vice. Eles terão mais uma chance em 2014, mas hoje sofreram um duro golpe.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Parabéns, Uruguai
Lembro de ter assistido uma partida do Uruguai nas Eliminatórias (que não contra o Brasil). Eu vi um time muito limitado que fazia uma campanha irregular e sofria pra ficar na zona de classificação. Conseguiram a vaga apenas na repescagem, superando a Costa Rica.
Poucos acreditavam que poderiam ir longe na Copa. Mas, depois do sorteio dos grupos, apostei que passariam de fase. Não apenas por ser botafoguense e torcer pelo Loco Abreu. Mas num grupo com África do Sul, México e a decadente França, tudo era possível. É bem verdade que errei quase todas as minhas outras apostas. Torci pelos sulamericanos e pelas simpáticas seleções da África do Sul e do Japão. Acreditava numa final Brasil x Argentina. Mas foi o Uruguai o único que cumpriu minhas expectativas.
Infelizmente, a boa campanha não vai fazer o Uruguai voltar a ser grande nem vai salvar a precária condição dos times locais, como já disse o técnico Oscar Tabárez. É preciso muito mais que isso. Mas sua seleção já conseguiu um grande feito comparável aos velhos tempos.
A partida entre Uruguai e Gana teve um dos finais mais emocionantes que já assisti. Pra quem não viu, vale a pena ver com o aúdio do narrador uruguaio. Poderiam ter ido mais longe, é verdade. Na semifinal, o segundo gol holandês foi irregular. Mas também não dá pra dizer que a Holanda não mereceu ir à final. Os uruguaios jogaram com uma garra e vontade incrível, e merecidamente estão entre os quatros melhores do mundial. Parabéns, Uruguai!
Poucos acreditavam que poderiam ir longe na Copa. Mas, depois do sorteio dos grupos, apostei que passariam de fase. Não apenas por ser botafoguense e torcer pelo Loco Abreu. Mas num grupo com África do Sul, México e a decadente França, tudo era possível. É bem verdade que errei quase todas as minhas outras apostas. Torci pelos sulamericanos e pelas simpáticas seleções da África do Sul e do Japão. Acreditava numa final Brasil x Argentina. Mas foi o Uruguai o único que cumpriu minhas expectativas.
Infelizmente, a boa campanha não vai fazer o Uruguai voltar a ser grande nem vai salvar a precária condição dos times locais, como já disse o técnico Oscar Tabárez. É preciso muito mais que isso. Mas sua seleção já conseguiu um grande feito comparável aos velhos tempos.
A partida entre Uruguai e Gana teve um dos finais mais emocionantes que já assisti. Pra quem não viu, vale a pena ver com o aúdio do narrador uruguaio. Poderiam ter ido mais longe, é verdade. Na semifinal, o segundo gol holandês foi irregular. Mas também não dá pra dizer que a Holanda não mereceu ir à final. Os uruguaios jogaram com uma garra e vontade incrível, e merecidamente estão entre os quatros melhores do mundial. Parabéns, Uruguai!
terça-feira, 6 de julho de 2010
O erro de Maradona
Quem imaginaria que a poderosa Argentina seria eliminada da Copa da África com uma goleada? Olhando apenas o resultado é difícil acreditar, mas pra quem viu o jogo foi um resultado totalmente normal.Brasil e Argentina morreram juntos nas quartas de final. Nós tivemos sorte de não tomarmos uma goleada no final do jogo. Os hermanos, não. A Alemanha dominou o jogo de forma impressionante e venceu por 4x0 sem muitas dificuldades.
Qual seria o "erro" de Maradona, então? Escalar apenas um jogador de marcação (Mascherano) no meio campo? Colocar zagueiros como laterais? Não convocar Zanetti e Cambiasso? Recuar Messi de sua posição original? Jogar com tantos atacantes? Talvez seja um pouco de tudo isso. Mas, ainda assim, será que a história seria diferente? É bom lembrar que a Argentina não tem grandes zagueiros e ainda teve o desfalque do melhor deles, Samuel.
Maradona sabia que a força de seu time é o ataque. "Seria um pecado não aproveitar os jogadores que temos", dizia Diego. Realmente, ter que escolher apenas dois entre Messi, Tevez, Higuain, Aguero e Milito seria uma missão ingrata. Ainda que ele escolheu usar três, nenhuma outra seleção tem jogadores como Aguero e Milito na reserva. Estivéssemos nos anos 50, onde ainda se jogava com 2 defensores, 3 meias e 5 atacantes, os argentinos poderiam ser imbatíveis. Porém, hoje você não pode vencer sem uma boa defesa.
A Alemanha sabia perfeitamente o que tinha que fazer. Aproveitou-se dos pontos fracos do adversário. Dominou o meio campo desde o início, apenas com números. Mascherano, Maxi Rodriguez e Di Maria não conseguiam marcar com eficiência um adversário que atacava com perigo por todos os lados do campo. A Alemanha também tem três atacantes (Klose, Podolski e Muller), porém, Klose era o único que centralizava e não fazia o papel de um meio campo quando o time estava na defesa. Messi não tinha espaço pra jogar. A Argentina não tinha espaço pra jogar. Mas eles deram espaço para os alemães.
Muller fez um gol logo no início numa jogada de bola parada. Era tudo que a Alemanha precisava pra se impor e controlar o jogo. Só restava à Argentina correr atrás do resultado, mas foi aí que o jogo ficou fácil para os alemães. Sem muito esforço, eles marcaram três gols no segundo tempo em um time completamente desorganizado. O terceiro gol é um bom exemplo. Schweinsteiger fez uma linda jogada passando por três argentinos e rolando para o zagueiro Friedrich marcar. Mas esses três argentinos eram Maxi Rodriguez, Pastore e Higuain, todos jogadores ofensivos. Onde estavam os zagueiros?
A Argentina perdeu porque simplesmente entrou para jogar como sempre. A Alemanha venceu porque anulou o ponto forte argentino e explorou seu ponto fraco. Foi realmente uma vitória arrasadora, incontestável do time que mais joga bonito, que tem o melhor ataque e, principalmente, é equilibrado em todos os setores.
sábado, 3 de julho de 2010
Não crucifiquem o Dunga pela eliminação

Inesperadamente, o Brasil perdeu da Holanda e está fora da Copa do Mundo. Agora o que mais se vê é xingamentos e hostilizações ao (ex) técnico Dunga. Se estivéssemos na Idade Média, ele seria queimado na fogueira. É incrível como vi muitas pessoas mudarem de opinião de uma hora pra outra, apenas por um único jogo.
Depois da sofrida vitória contra a Coreia do Norte, vieram muitas críticas, que logo sumiram depois do jogo contra a Costa do Marfim e reapareceram ao empatar com Portugal. Como se fosse um absurdo empatar com um time forte (que só tomou um gol em toda a Copa) que mal tentou vencer a partida e ficou o tempo todo na defesa. O 0x0 dava o primeiro lugar do grupo ao Brasil, não tinha necessidade nenhuma de ganhar aquele jogo. O time até tentou no primeiro tempo, mas depois tirou e pé do acelerador e preferiu não arriscar mais.
Veio a grande vitória contra o Chile, e vieram juntos mais elogios e empolgação. "Agora sim, esse time vai pra final e vai ser campeão", diziam. Veio a derrota pra Holanda. "O Dunga é burro, não serve pra ser técnico". Parece que o ele foi um fracasso total, que não ganhou nada. É claro que ele tem a responsabilidade maior pela derrota, afinal foi o comandante da seleção. É claro que ganhar uma Copa América não é nada perto de uma Copa do Mundo. Mas parece que as pessoas não sabem ver os fatos.
Apenas analisando os números: Como técnico, Dunga tem 60 jogos, 42 vitórias, 12 empates e 6 derrotas. Venceu tudo que disputou: Copa América, Copa das Confederações e 1º lugar nas Eliminatórias. Fazendo uma comparação com Luiz Felipe Scolari: 26 jogos, 19 vitórias, 1 empate e 6 derrotas. É engraçado lembrar como Felipão era questionado antes da Copa 2002. Muito mais do que foi Dunga hoje, eu diria. Quando o Brasil perdeu a Copa América sendo eliminado por Honduras, por muito pouco ele não perdeu o cargo. O Brasil inteiro clamava por Romário na seleção. Na Copa da Ásia, ninguém acreditava no Brasil até vencermos a Inglaterra nas quartas de final. Hoje Felipão é uma unanimidade e até se fala nele pra ser o próximo técnico.
Voltando ao Dunga: Sua convocação foi muito contestada, e eu fui um dos que não concordaram com alguns nomes: Kleberson e Julio Baptista. Não entendia como esses jogadores poderiam ajudar a seleção e não me conformava de ver nomes como Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho de fora. Até entendi a convocação de la Bestia, pois ele tinha jogado bem pela seleção, mas vinha de temporadas ruins na Europa. Desconfiei demais de Gilberto Silva, Felipe Melo e Josué. A última temporada de Gilberto no Arsenal foi muito ruim, depois ele se transferiu para o Panathinaikos e não pude acompanhá-lo de perto, mas acreditava que era um jogador decadente. Felipe Melo ganhou "só" o prêmio de Pior Jogador do Ano na Itália, e ainda participou do pior time da Juventus em duas décadas. Sua fama de esquentadinho que só sabe bater também não ajudou. E Josué, só por ser o reserva deles, não precisa de comentários... Se teve algo que eu gostei muito, foi o Adriano ter ficado de fora.
Enfim, Dunga confiou nesses jogadores, e acertou em quase todos. Pois é, esse "quase" foi fatal. Mas temos que reconhecer que Gilberto Silva fez uma excelente Copa. Josué não comprometeu quando entrou. Elano, que também era muito contestado, foi um dos destaques brasileiros. Ramires jogava como nunca e ficou a um passo de virar titular. Felipe Melo fazia um bom trabalho na marcação.
Acho que, pela primeira vez na vida, a defesa da seleção não era uma preocupação. Falavam que era a melhor defesa do mundo. Mas, pelo visto, essa defesa foi superestimada. Desatenção e gol sofrido no fim do jogo contra a Coreia do Norte. A mesma coisa contra a Costa do Marfim. E dois erros primários deram os gols da vitória da Holanda. Um deles foi o primeiro gol de cabeça da carreira do baixinho Sneijder. Enquanto Japão e Paraguai saem da Copa com apenas dois gols sofridos, o Brasil sofreu quatro.
Enfim, Dunga confiou em seus jogadores, impôs seu estilo sério, aquilo que ele acredita, e estava dando resultado. Confiou em Felipe Melo, assim como em Luís Fabiano, que também foi um jogador problema e conseguiu se recuperar. O Brasil caiu fora por causa de erros simples em um jogo decisivo, não por uma grande burrada do nosso técnico. Não há sentido em achar um culpado para a derrota. O futebol é imprevisível e por incontáveis vezes o melhor time não vence. O Brasileiro precisa aprender a ser um melhor perdedor e que nem sempre há um culpado por uma derrota.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Holanda 2x1 Brasil
2 de julho de 2010. O Brasil perdeu pra Holanda e está eliminado da Copa da África. Acredito que a maioria dos brasileiros não esperava por isso. Esperavam que nossa seleção chegasse ao menos à final. Perder da Alemanha, Argentina ou Espanha em uma eventual final seria doído do mesmo jeito, mas não tão inesperado. Disseram os comentaristas da televisão que a Holanda foi melhor e mereceu vencer. Concordo que não foi uma vitória injusta dos holandeses, mas discordo que o time deles é melhor. O Brasil tem, sim, mais time que a Holanda e poderia ter ganho o jogo.
A laranja mecânica, aliás, não joga bonito como antigamente mas, agora, eles são eficientes. E a vitória de hoje foi a prova de fogo pra eles. Nesta Copa, foram quatro jogos "fracos" do time comandado por Bert van Marwijk, que, apesar das vitórias, não convencia seus críticos, não os credenciava a serem apontados como um time com chance de ser campeão. Porém, depois de hoje, não dá pra dizer que a Holanda não pode ser campeã do mundo.
Voltando à partida, o Brasil foi muito melhor e dominou no primeiro tempo. Marcou um gol logo no início, numa bobeira incrível da defesa holandesa. Heitinga estava fora de posição, e deixou espaço para Robinho correr, receber o passe de Felipe Melo (que surpresa!) e fazer o gol cara a cara com o bom goleiro Stekelenburg. Pra se ter uma ideia, quem tentava marcar Robinho no lance era o atacante Robben!
Parecia que o jogo continuaria no mesmo ritmo, mas tudo mudou no segundo tempo. O segundo gol do jogo saiu em outra falha da defesa, desta vez a brasileira. Num cruzamento pra área, Júlio César e Felipe Melo (ah, Felipe, você de novo?) não se entenderam e se trombaram, enquanto a bola entrou direto pro gol, depois de um leve toque de cabeça de Felipe. Wesley Sneijder comemora e o Brasil fica abalado. Vale lembrar que a falta que originou o gol não existiu. Robben se jogou numa dividida com Michel Bastos e o juiz marcou a falta. Por muito pouco Michel não foi expulso. Robben não conseguiu cavar a expulsão do brasileiro, mas conseguiu mais que isso: um gol e, no fator psicológico, a Holanda já estava ganhando.
Não demorou para que estivessem ganhando de fato: a virada aconteceu num gol de escanteio em mais um erro da defesa brasileira, que deixou Kuyt tocar de cabeça na primeira trave pra o baixinho Sneijder que, do alto dos seus 1,70m, nem precisou pular pra escorar para o gol dentro da pequena área.
Robben é sem dúvida um dos melhores jogadores do mundo hoje. Mas parou na defesa brasileira. Estava sendo anulado por Michel Bastos e sua famosa jogada de cortar pra dentro e bater com o pé esquerdo não funcionava. Mas essa não era a única arma dele. Sofrendo uma marcação tão forte, ele "valorizava" a cada entrada que recebia. Às vezes era falta, às vezes não. Mas não tinha como não perceber que muitas vezes o holandês dava um pulo e se jogava no chão ao sofrer o contato. Assim ele conseguiu deixar pendurado com um amarelo o seu marcador, Michel Bastos. Assim ele conseguiu a falta que deu o gol de empate a seu time. E assim ele conseguiu o que definiu a vitória holandesa: a expulsão de Felipe Melo.
Ele foi herói no primeiro tempo e vilão no segundo. Sua convocação foi muito contestada e todos temiam que ele fizesse o que fez muito na Juventus: perdesse a cabeça ao ser provocado durante o jogo e acabasse expulso. Isso quase aconteceu no jogo contra Portugal. Não seria um absurdo se Felipe fosse expulso depois de ter dado um violento encontrão em Pepe, ao revidar um pisão no tornolezo que chegou a tirá-lo do jogo das oitavas de final. Por sorte, Dunga o substituiu antes que acontecesse o pior naquela ocasião. Mas, desta vez, não deu tempo. Quando o Brasil sofreu o segundo gol, já pensei: "É hora de tirar o Felipe Melo e colocar um atacante". Se Ramires não estivesse suspenso, ele poderia ter entrado antes, ou até ter começado como titular. Nilmar era a única opção.
Mas não deu tempo. Aconteceu o que todos temiam: Felipe perdeu a cabeça, se irritou com Robben e suas simulações e foi expulso ao dar um pisão no adversário caído. Vermelho direto; caso o Brasil passasse de fase, ele provavelmente seria suspenso por mais que um jogo e era fim de Copa pra ele. Confesso que o xinguei muito no momento da expulsão. Naquele momento, vi que as chances do Brasil conseguir um empate caíram demais. Nem pensava em virada, apenas se empatasse e levasse pros pênaltis já seria algo fantástico.
Dunga precisava mudar o time, mas colocar quem? No lugar de quem? Felipe Melo era a primeira opção pra deixar o time mais ofensivo, mas essa opção não existia mais. Trocar um jogador ofensivo por outro não ia fazer muita diferença. Tirar um zagueiro, talvez? Aqueles que estavam em campo eram os melhores jogadores disponíveis, não tinha muito o que fazer. Trocar Nilmar por Luís Fabiano pra ter um time mais rápido foi uma tentativa válida, mas que não deu resultado. Foi um final de jogo angustiante onde a Holanda parecia que queria ajudar o Brasil. Enquanto os brasileiros jogavam no total desespero, indo todos pro ataque e cometendo erros bizarros na defesa, os holandeses perdiam chances incríveis de fazer o terceiro gol e definir a parada.
Fim de jogo, a Holanda vence de virada e vai jogar a semifinal. Na Copa passada, quando perdemos nas quartas de final, meu sentimento era de raiva. Raiva de uma seleção cheia de estrelas que parecia não se esforçar. Que tinha o melhor do mundo que não jogava nada. Desta vez, foi um sentimento de tristeza. Decepção com um time bom e esforçado, que lutou muito mas cometeu pequenos erros que foram fatais.
Mas a vida continua, a derrota dói mas deve ser superada. Sempre há aqueles que falam: "É só um jogo de futebol, isso não vai mudar a vida de ninguém." Não deixa de ser verdade. E também não deixa de ser triste. Só resta torcer e esperar para que tenhamos melhor sorte em 2014.
A laranja mecânica, aliás, não joga bonito como antigamente mas, agora, eles são eficientes. E a vitória de hoje foi a prova de fogo pra eles. Nesta Copa, foram quatro jogos "fracos" do time comandado por Bert van Marwijk, que, apesar das vitórias, não convencia seus críticos, não os credenciava a serem apontados como um time com chance de ser campeão. Porém, depois de hoje, não dá pra dizer que a Holanda não pode ser campeã do mundo.
Voltando à partida, o Brasil foi muito melhor e dominou no primeiro tempo. Marcou um gol logo no início, numa bobeira incrível da defesa holandesa. Heitinga estava fora de posição, e deixou espaço para Robinho correr, receber o passe de Felipe Melo (que surpresa!) e fazer o gol cara a cara com o bom goleiro Stekelenburg. Pra se ter uma ideia, quem tentava marcar Robinho no lance era o atacante Robben!
Parecia que o jogo continuaria no mesmo ritmo, mas tudo mudou no segundo tempo. O segundo gol do jogo saiu em outra falha da defesa, desta vez a brasileira. Num cruzamento pra área, Júlio César e Felipe Melo (ah, Felipe, você de novo?) não se entenderam e se trombaram, enquanto a bola entrou direto pro gol, depois de um leve toque de cabeça de Felipe. Wesley Sneijder comemora e o Brasil fica abalado. Vale lembrar que a falta que originou o gol não existiu. Robben se jogou numa dividida com Michel Bastos e o juiz marcou a falta. Por muito pouco Michel não foi expulso. Robben não conseguiu cavar a expulsão do brasileiro, mas conseguiu mais que isso: um gol e, no fator psicológico, a Holanda já estava ganhando.
Não demorou para que estivessem ganhando de fato: a virada aconteceu num gol de escanteio em mais um erro da defesa brasileira, que deixou Kuyt tocar de cabeça na primeira trave pra o baixinho Sneijder que, do alto dos seus 1,70m, nem precisou pular pra escorar para o gol dentro da pequena área.
Robben é sem dúvida um dos melhores jogadores do mundo hoje. Mas parou na defesa brasileira. Estava sendo anulado por Michel Bastos e sua famosa jogada de cortar pra dentro e bater com o pé esquerdo não funcionava. Mas essa não era a única arma dele. Sofrendo uma marcação tão forte, ele "valorizava" a cada entrada que recebia. Às vezes era falta, às vezes não. Mas não tinha como não perceber que muitas vezes o holandês dava um pulo e se jogava no chão ao sofrer o contato. Assim ele conseguiu deixar pendurado com um amarelo o seu marcador, Michel Bastos. Assim ele conseguiu a falta que deu o gol de empate a seu time. E assim ele conseguiu o que definiu a vitória holandesa: a expulsão de Felipe Melo.
Ele foi herói no primeiro tempo e vilão no segundo. Sua convocação foi muito contestada e todos temiam que ele fizesse o que fez muito na Juventus: perdesse a cabeça ao ser provocado durante o jogo e acabasse expulso. Isso quase aconteceu no jogo contra Portugal. Não seria um absurdo se Felipe fosse expulso depois de ter dado um violento encontrão em Pepe, ao revidar um pisão no tornolezo que chegou a tirá-lo do jogo das oitavas de final. Por sorte, Dunga o substituiu antes que acontecesse o pior naquela ocasião. Mas, desta vez, não deu tempo. Quando o Brasil sofreu o segundo gol, já pensei: "É hora de tirar o Felipe Melo e colocar um atacante". Se Ramires não estivesse suspenso, ele poderia ter entrado antes, ou até ter começado como titular. Nilmar era a única opção.
Mas não deu tempo. Aconteceu o que todos temiam: Felipe perdeu a cabeça, se irritou com Robben e suas simulações e foi expulso ao dar um pisão no adversário caído. Vermelho direto; caso o Brasil passasse de fase, ele provavelmente seria suspenso por mais que um jogo e era fim de Copa pra ele. Confesso que o xinguei muito no momento da expulsão. Naquele momento, vi que as chances do Brasil conseguir um empate caíram demais. Nem pensava em virada, apenas se empatasse e levasse pros pênaltis já seria algo fantástico.
Dunga precisava mudar o time, mas colocar quem? No lugar de quem? Felipe Melo era a primeira opção pra deixar o time mais ofensivo, mas essa opção não existia mais. Trocar um jogador ofensivo por outro não ia fazer muita diferença. Tirar um zagueiro, talvez? Aqueles que estavam em campo eram os melhores jogadores disponíveis, não tinha muito o que fazer. Trocar Nilmar por Luís Fabiano pra ter um time mais rápido foi uma tentativa válida, mas que não deu resultado. Foi um final de jogo angustiante onde a Holanda parecia que queria ajudar o Brasil. Enquanto os brasileiros jogavam no total desespero, indo todos pro ataque e cometendo erros bizarros na defesa, os holandeses perdiam chances incríveis de fazer o terceiro gol e definir a parada.
Fim de jogo, a Holanda vence de virada e vai jogar a semifinal. Na Copa passada, quando perdemos nas quartas de final, meu sentimento era de raiva. Raiva de uma seleção cheia de estrelas que parecia não se esforçar. Que tinha o melhor do mundo que não jogava nada. Desta vez, foi um sentimento de tristeza. Decepção com um time bom e esforçado, que lutou muito mas cometeu pequenos erros que foram fatais.
Mas a vida continua, a derrota dói mas deve ser superada. Sempre há aqueles que falam: "É só um jogo de futebol, isso não vai mudar a vida de ninguém." Não deixa de ser verdade. E também não deixa de ser triste. Só resta torcer e esperar para que tenhamos melhor sorte em 2014.
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