terça-feira, 8 de março de 2011

Barcelona 3x1 Arsenal: Domínio total e classificação para o Barça

Em 2010, Barcelona e Arsenal se encontraram nas quartas de final da UEFA Champions League. Depois de sair perdendo e ter conseguido um heroico 2x2 no Emirates, o Arsenal foi demolido no jogo do volta. Messi fez sua melhor partida da temporada e acabou com o jogo, marcando quatro vezes na vitória por 4x1. Este ano, os dois times se encontraram mais uma vez na fase final da competição, agora nas oitavas de final. O placar agregado, que ano passado foi 6x3 para o Barça, desta vez ficou em apenas 4x3. Porém, a diferença entre os dois times ainda é um abismo.

As formações de Barcelona e Arsenal no jogo de volta, no Camp Nou, em 2010

As formações de Barcelona e Arsenal no jogo de volta, no Camp Nou, em 2011

Do lado do Barcelona, pouca diferença entre os times de 2010 e 2011. Nas duas ocasiões a dupla de zaga titular foi desfalque, mas desta vez Pep Guardiola preferiu improvisar o volante Busquets e o lateral esquerdo Abidal como zagueiros. Assim, Adriano ganhou a vaga na lateral e Masquerano jogou à frente da defesa. De resto, a presença de Iniesta e Villa deixaram o setor ofensivo ainda mais forte.

Pelo Arsenal, o polonês Szczesny dava segurança no gol, ao contrário do espanhol Almunia. A defesa de 2010 tinha o excelente Vermaelen e o péssimo Silvestre. A zaga atual, com Djourou e Koscielny, ainda sente falta do belga, mas é de longe uma opção bem melhor do que Silvestre. No meio, Song foi desfalque nas duas ocasiões, e desta vez foi Diaby quem jogou em seu lugar. Wilshere já é peça fundamental no time inglês como segundo volante. Fabregas e Van Persie não jogaram ano passado e eram dúvida também desta vez, mas se recuperaram a tempo e foram pro jogo.

A ausência de Walcott causou uma decisão no mínimo polêmica do treinador Arsene Wenger: escalar Rosicky - que vive uma fase ruim e está longe de jogar seu melhor futebol - e deixar o russo Arshavin no banco. É bem verdade que essa decisão deve ter sido tomada pensando no lado defensivo da equipe. Arshavin costuma jogar pelo lado esquerdo, e lá é por onde Nasri mais tem se destacado, além de que o francês já tinha feito um bom trabalho marcando Daniel Alves no jogo de ida. O russo, por outro lado, não é de marcar muito, ao contrário de Rosicky, que teoricamente poderia cumprir essa função pelo lado direito.

Wenger havia comentado que seu time jogaria de forma diferente do usual no Camp Nou, e o que se viu foi realmente um Arsenal totalmente diferente do normal. Com uma postura extremamente defensiva, não tiveram um único chute a gol em toda a partida. Parecia que o objetivo era defender e eventualmente conseguir um gol por algum tipo de milagre. Mesmo com a vantagem de 2x1 do jogo de ida, não era sensato esperar que seria possível segurar um 0x0.

A situação começou a ficar dramática para o time visitante quando Szczesny machucou a mão ao defender uma cobrança de falta de Daniel Alves e teve que ser substituído por Almunia logo aos 15 minutos. Porém, justiça seja feita, apesar do péssimo retrospecto contra o adversário - o goleiro espanhol tem agora 11 gols sofridos contra o Barcelona em quatro partidas, sendo que em duas ele nem começou como titular -, Almunia foi o melhor em campo do Arsenal, fez inúmeras defesas e salvou o time de levar uma goleada.

Apesar de toda a pressão e ter perto de 70% de posse de bola na primeira etapa, o Barcelona não fazia uma grande partida. A defesa adversária estava bem compacta, fazendo uma perigosa linha de impedimento, mas que estava dando certo. O gol do Barça saiu já nos acréscimos do primeiro tempo, graças a uma jogada infeliz de Fabregas, que tentou um toque de calcanhar na frente da própria área. Iniesta recuperou a bola e deixou Messi na cara do gol. O Argentino só deu um toquinho por cima de Almunia pra marcar um gol brilhante.

Messi, pra variar, fez um golaço / Foto: Carl Recine/Action Images

No início do segundo tempo, parecia que a sorte havia virado as costas para os catalães. Nasri conseguiu um raro escanteio para o Arsenal. Ele mesmo cobrou e Busquets cabeceou para dentro do próprio gol. O Arsenal tinha marcado no Camp Nou sem ter nenhuma finalização, e o Barcelona precisava agora fazer dois gols.

Mas a alegria dos Gunners durou pouco. Três minutos depois, Van Persie foi expulso de forma absolutamente ridícula. O holandês recebeu um lançamento em posição de impedimento e chutou pro gol mesmo depois do juiz ter parado o lance. Massimo Busacca não hesitou e expulsou o atacante, que já tinha cartão amarelo. Foi constatado que, entre o apito do juiz e o chute de Van Persie, passou apenas um segundo. "É uma piada", lamentou o holandês sobre o árbitro suíço.

Apesar dessa expulsão já ser suficiente pra influenciar no resultado do jogo, não foi a única decisão polêmica de Busacca. No primeiro tempo, Diaby havia derrubado Messi dentro da área quando ainda estava 0x0, no que pareceu ser um pênalti claro. Porém, o árbitro não deu nada, mesmo estando na frente do lance. Quando o Barça vencia por 2x1, ele marcou pênalti num lance que pareceu não ser.

Com um jogador a mais, os catalães só precisaram de 15 minutos para fazer dois gols e decidir a partida. Primeiro com Xavi, que recebeu de Villa na cara do gol após uma bela jogada de Iniesta, e depois com um pênalti duvidoso de Koscielny em cima de Pedro, onde Messi bateu com tranquilidade pra fazer 3x1.

Precisando de um gol para se classificar, Wenger tirou Rosicky e Fabregas para colocar Arshavin e Bendtner. O Arsenal até teve a chance de marcar quando a defesa do Barça falhou, Wilshere recuperou a bola e deixou Bendtner na cara do gol. O dinamarquês, porém, bisonhamente não conseguiu nem dominar a bola e Masquerano fez o corte na hora certa, na frente de Valdés, que ficou com a bola.

Apesar dos erros de arbitragem, a superioridade do Barcelona foi incontestável, com 76% de posse de bola e domínio do início ao fim. O time que tem os três melhores jogadores do mundo joga um futebol avassalador e caminha forte com chances de ganhar todos os títulos possíveis na temporada e ficar na história como um dos melhores de todos os tempos, assim como a Hungria de 1954 ou o Brasil de 1970, times que encantaram o mundo não só pelas vitórias mas principalmente pelo futebol jogado.

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