quarta-feira, 1 de junho de 2011

Japão 0x0 Peru: Empate sem sal abre a Copa Kirin

Japão e Peru ficaram apenas no 0x0 no amistoso disputado em Niigata / Foto: Sanspo.com

A Copa Kirin é um torneio curto de jogos amistosos que costuma acontecer todos os anos no Japão, contando com a seleção da casa e outras convidadas. O nome Kirin, pra quem não sabe, vem da empresa cervejeira do mesmo nome, que patrocina a seleção nipônica. A competição, que antigamente tinha a participação de clubes (inclusive, Palmeiras, Internacional, Santos, Fluminense e Flamengo já foram campeões), hoje conta apenas com seleções, divididas em um grupo único com três participantes. Cada um joga duas partidas para definir o "campeão" - entre aspas mesmo, por ser uma competição de caráter amistoso. Neste ano, os convidados foram Peru e República Tcheca.

Com a participação na Copa América oficialmente cancelada, restou à seleção do Japão se concentrar na preparação para as Eliminatórias da Copa de 2014, primeiro com a Copa Kirin, e em agosto num amistoso contra a Coreia do Sul. O Peru, depois da péssima campanha nas últimas Eliminatórias, quando ficou em último lugar, vai atrás de um novo começo com o técnico uruguaio Sergio Markarián, num trabalho a longo prazo que visa a classificação para o Mundial em 2014.

Japão no 3-4-3 e Peru no 4-3-3 no início da partida

O técnico do Japão, Alberto Zaccheroni, já havia experimentado o 3-4-3, sua formação preferida, no amistoso beneficente disputado em março contra uma seleção da J-League. Naquela ocasião, o inusitado esquema havia funcionado enquanto os titulares estavam em campo, com o time dominando e vencendo por 2x0 na primeira etapa. No segundo tempo, entraram os reservas e o entrosamento e o desempenho deixaram a desejar. É claro que não dá pra levar muito em consideração uma partida que nem é oficial, mas no amistoso contra o Peru o que se viu foi uma situação parecida.

Com vários jogadores sendo testados, a falta de entrosamento ficou evidente, assim como um dos grandes problemas do 3-4-3: a falta de um armador no meio-campo. Jogando com dois volantes, dois alas, dois atacantes abertos e um centroavante, fica um "buraco" no meio, o espaço onde normalmente atua o meia de criação. Os volantes japoneses sabem sair jogando, o que teoricamente ajudaria a diminuir esse problema, assim como uma movimentação constante dos homens de frente. Porém, o time esteve apático e praticamente não teve uma boa chance de gol no primeiro tempo. Quem mais assustou foi o Peru, em um chute de longe de Balbín que Kawashima mandou pra escanteio.

O Peru também não jogou com força máxima; entre os desfalques, o maior deles provavelmente é Paolo Guerrero, atacante do Hamburgo que, lesionado, deve ficar de fora até da Copa América. No 4-3-3 peruano, a grande esperança de gols é Jefferson Farfán, destaque do Schalke 04 na última temporada e que normalmente joga aberto pela direita em seu clube, mas hoje foi a referência no ataque, centralizado. O jovem Christian Cueva, de 19 anos, veio da sub-20 pra fazer sua primeira partida na seleção principal. No meio-campo jogou também um conhecido dos corinthianos, o meia Luis Ramírez.

Como estavam as formações aos 30 minutos do segundo tempo, depois das alterações 
realizadas: o Peru manteve o 4-3-3 enquanto o Japão mudou para o 4-2-3-1

Percebendo que seu 3-4-3 não estava dando certo, Zaccheroni trocou Nishi por Honda no intervalo e mudou a formação para um 4-2-3-1. O Japão melhorou e passou a atacar mais; Honda levou muito perigo em uma cobrança de falta na entrada da área. No decorrer do segundo tempo, muitas mudanças foram feitas nas duas equipes, e o Japão continuava com dificuldades na criação. Honda mais uma chegou perto, agora em um chute de fora da área. A melhor chance foi quando Nagatomo cruzou, Lee ajeitou para trás e Okazaki, livre, tentou um chute de voleio mas pegou muito mal na bola. O Peru se aproveitou da pouca inspiração dos japoneses e pressionou no final do jogo. Ruidiaz e Ramírez acertaram a trave e Kawashima teve muito trabalho para manter o zero no placar. Já nos acréscimos, mais uma falta perigosa para o Japão. Desta vez quem bateu foi Endo; a bola passou perto, mas foi pra fora.

Foi um jogo decepcionante para o torcedor japonês, que esperava por uma vitória. Mas quem mereceu ganhar foi o Peru, que jogou melhor e por pouco não marcou nos últimos minutos. Por ser fora de casa, o resultado que pode ser considerado bom para os peruanos, que enfrentam a República Tcheca dia 4 de junho. Para o Japão, ficou claro que o "experimento" de Zaccheroni não deu certo, resta ver se o time vai voltar ao 4-2-3-1 e com força máxima contra os tchecos, dia 7 de junho em Yokohama.

Um comentário:

  1. JOGO COMPLETO!

    http://www.youtube.com/watch?v=sOdHletpZxU
    http://www.youtube.com/watch?v=oVZ-xRHMayQ

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