sexta-feira, 8 de abril de 2011

Japão na Copa América: Participar ou não participar?


Depois do terremoto seguido de tsunami que devastou o nordeste do Japão em 11 de março, começaram a ser levantadas dúvidas quanto à participação da seleção nipônica na Copa América, que acontecerá em julho na Argentina. No início, a federação japonesa (JFA) havia confirmado sua participação, mas toda a imprensa deu como certa a sua desistência depois que Junji Ogura, presidente da JFA, veio pessoalmente à América do Sul explicar a situação de seu país à Conmebol.

Depois disso, quando todos já estavam pensando quem ficaria com a vaga em aberto, surpreendentemente o comitê organizador pediu que o Japão reconsiderasse sua decisão e participasse do torneio. Ogura solicitou mais 10 dias para dar uma resposta e a decisão final deve ser anunciada dia 15 de abril.

Em meio a toda essa novela, fica a questão: O Japão deveria ou não participar da Copa América? Relevando o fato de que o país não faz parte da América - afinal de contas, se o nome do torneio fosse fiel aos times que participam, deveria chamar Copa América do Sul -, o atual campeão da Ásia tem condições de fazer uma boa campanha, mas seus problemas internos gerados pelo recente desastre natural é o que complica toda a situação.

O maior impasse é quanto à realização das rodadas atrasadas da J-League, paralisada desde 12 de março e que deve retornar apenas em 23 de abril. As cinco rodadas suspensas seriam realizadas em julho, no único período livre do calendário japonês, mas é justamente nesse mês que acontece a Copa América, e os clubes não estão dispostos a liberarem seus melhores jogadores para a seleção.

Cogitou-se levar apenas aqueles que atuam na Europa (e que estariam de férias em julho) e alguns jovens da seleção olímpica para completar o elenco. É bem verdade que os titulares da seleção principal que atuam na J-League são apenas o volante Endo e possivelmente o zagueiro Tulio e - pelo menos na cabeça do técnico Zaccheroni - o atacante Maeda. Apesar disso, mandar um time que não seja força máxima pode não ser a melhor opção.

Para alguns, na impossibilidade de jogar com força total, o melhor seria não participar e concentrar os esforços na recuperação e na reorganização do país para que tudo volte ao normal. Além disso, um novo convite para jogar a competição em 2015 - que será no Brasil - seria muito provável.

É claro que vai ser preciso boa vontade de ambas as partes - clubes e JFA - para que a situação se resolva da melhor maneira. Assim como a Conmebol mostrou bom senso ao entender a situação do Japão e insistir para que participassem, talvez os clubes pudessem liberar seus atletas para que a seleção mais forte possível vá para a Argentina em julho. Afinal de contas, perder um ou dois jogadores durante cinco jogos não é o fim de mundo para nenhum time - além disso, o objetivo da J-League não é fortalecer o futebol nacional?

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