Kawashima defende: a Coreia errou todos os pênaltis / Foto: AFP
Parece que a sina do Japão nesta Copa da Ásia é superar situações dramáticas. Com exceção da goleada sobre a Arábia Saudita, os Samuais Azuis sempre tiveram que passar por situações de adversidade em partidas que só foram definidas nos momentos finais. No clássico contra a Coreia do Sul, que valia vaga na grande final, não foi diferente. No final, quem brilhou foi Kawashima, que defendeu dois pênaltis.
As duas equipes no 4-2-3-1
As duas seleções vieram na sua formação usual, o 4-2-3-1. No Japão, Iwamasa entrou no lugar do suspenso Yoshida, enquanto Uchida, que cumpriu suspensão no último jogo, voltou para a lateral direita. Na Coreia, apenas uma mudança na defesa: Yong Hyung no lugar de Jung Soo.
Os japoneses, que tinham a vantagem de terem descançado um dia a mais e não terem disputado uma prorrogação, começaram melhor a partida. O capitão sul-coreano Park Ji Sung - que fez sua 100ª partida pela seleção - sofreu marcação cerrada de Hasebe e não teve muito espaço. O Japão controlava a bola no início e criava as melhores chances.
Okazaki quase marcou de cabeça, mas a bola bateu na trave depois de ser rebatida pelo goleiro Sung Ryong. Apesar do domínio japonês, quem saiu na frente foi a Coreia, em um lance polêmico. Aos 21 minutos, Ji Sung caiu depois de uma dividida com Konno e o árbitro marcou pênalti. Sung Yueng cobrou com perfeição e fez 1x0.
O Japão não se abalou com o gol sofrido e continuou atacando. O gol de empate veio aos 35 minutos, em uma jogada que começou com um passe perfeito de Honda para a ultrapassagem de Nagatomo por trás da defesa, que invadiu a área e, na saída do goleiro, rolou para Maeda concluir. Maeda ainda perdeu uma grande chance de virar o jogo ao receber livre na entrada da área, mas mandou pra fora. O Japão terminou o primeiro tempo com 61% de posse de bola.
Na segunda etapa, a situação se inverteu. O Japão pareceu mais cansado e foi a Coreia quem atacou mais. Zaccheroni foi cauteloso e tirou Kagawa - que teve atuação discreta - para colocar o volante Hosogai. O jogo foi para a prorrogação. Depois de 5 minutos, Honda lançou Okazaki, que foi derrubado por Jae Won, que fazia a cobertura para a saída do goleiro. O juiz marcou pênalti em mais uma decisão polêmica, pois o contato teria acontecido fora da área. Honda bateu mal e Sung Ryong defendeu, mas Hosogai aproveitou o rebote pra virar o jogo.
A Coreia então foi pra cima com tudo, enquanto o técnico do Japão montou uma típica retranca italiana ao tirar o centroavante Maeda pra colocar o defensor Inoha. A aposta de Zaccheroni era reforçar ao máximo a defesa e segurar o ataque dos Taegeuk Warriors até o fim. Mas não deu certo: depois de muita pressão, a Coreia conseguiu um empate heroico aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação: cobrança de falta na área japonesa, a defesa não conseguiu afastar e a bola sobrou para o zagueiro Jae Won, que chutou forte e mandou o jogo para a disputa de pênaltis.
Muita festa dos coreanos e decepção dos japoneses, que estavam muito perto da final. Parecia que o momento era da Coreia, e o primeiro pênalti do Japão foi cobrado por Honda, que já tinha perdido um no tempo normal. Porém, o jogador do CSKA Moskow não se abalou e cobrou bem desta vez, abrindo o placar nas penalidades. Em seguida foi a vez de Kawashima brilhar, ao defender a cobrança de Ja Cheol. Okazaki converteu a segunda e Kawashima defendeu mais uma, desta vez no chute de Yong Rae. Os sul-coreanos continuaram esperançosos quando Nagatomo chutou pra fora a terceira cobrança, mas Jeong Ho também mandou pra fora. Konno converteu o quarto pênalti e o Japão se classificou para a final da Copa da Ásia.
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